Olá, gente! Aqui é a Mell, desta vez com uma fanfic aleatória de Noragami em um universo alternativo. Espero que gostem, boa leitura <3
Chocolate
Yatō sempre mostrou ser mestre na arte de irritar Hiyori, de uma forma que ninguém mais conseguia, mas naquele dia, ele se superou.
Hiyori chegou cansada de seu trabalho, com as pálpebras pesadas e uma terrível dor de cabeça. Tudo o que ela queria era comer um Cup Noodles, tomar um bom banho e se atirar em sua cama, que parecia ter ficado chamando-a desde que saiu de seu apartamento pela manhã. Então, ao abrir a porta de seu quarto, uma surpresa. Um balde de água fria tinha sido cuidadosamente posicionado em cima da porta e, quando ela abriu, ficou encharcada, sentindo todos os pelos de seu corpo se arrepiarem com o frio.
E Yatō, que havia se deitado em sua cama sem nem tirar seu sapato, explodiu em risadas.
Hiyori parou de pensar. A incredulidade e a raiva nublaram sua mente e, quando ela se deu conta, já estava em cima de Yatō, desferindo inúmeros tapas e socos em seu peito.
O maldito estava quase chorando de dor, já que a namorada não continha sua força assustadora, mas não parava de rir por nada. Nem com os puxões no cabelo ou com as unhas afiadas que machucaram ambos os braços dele.
Quando cansou de agredi-lo, Hiyori se levantou, virou de costas pra ele e disse:
— Quero você fora do meu apartamento quando eu voltar.
Yatō parou de rir com a seriedade inusual em sua voz, porém Hiyori não lhe deu a chance de responder, pois ela já tinha se enfiado em seu banheiro e trancado a porta.
O azulado, sabendo muito bem da gravidade de seu erro, se sentou direito na cama dela e esperou pelo retorno da namorada, procurando em sua cabeça as melhores palavras para dizer quando fosse se desculpar.
Geralmente, Hiyori sempre voltava bem humorada, apesar de trabalhar com telemarketing e ouvir gente a xingando o tempo todo. Mas aquele dia deveria ter sido pesado pra ela, e ele resolveu fazer gracinha justo quando não deveria.
Arrependido, ele escutou o chuveiro sendo ligado, o xampu ser aberto, o chuveiro ser desligado e a viu abrindo a porta.
Hiyori caminhou pelo quarto apenas de toalha, não mostrando nenhum esboço da vergonha que sentiria em um dia normal por estar assim na frente dele.
— Fora — mandou, sem nem olhar para sua cara.
— Eu sinto muito, Hiyo, por favor, me perdoe. Eu não deveria ter feito isso, eu apenas… — não conseguiu encontrar as palavras certas para expressar seu arrependimento — Enfim, eu errei. E não voltarei a fazer o mesmo, me desculpe.
— Não quero ouvir suas desculpas, quero que saia do meu quarto para que eu possa me trocar.
— Mas você nunca ligou que eu visse– a voz cortante dela lhe interrompeu.
— Eu não quero mais olhar para o seu maldito rosto hoje! — apontou para a porta do seu quarto — Saia!
Engolindo em seco, ele levantou, abaixou a cabeça e saiu, ouvindo o baque da porta que fora bruscamente batida e trancada atrás de si.
Sabendo que enquanto a raiva dela não passasse, não haveria diálogo, ele fez o que qualquer namorado inteligente faria: esquentou um Cup Noodles de churrasco com costela, caçou uma barra de chocolate branco com Negresco de recheio e bateu na porta de seu quarto, não ouvindo nada como resposta.
— Eu fiz algo pra você comer, por favor, venha pegar.
— Não quero nada vindo de você.
— Mas eu trouxe chocolates.
Em menos de vinte segundos, a porta foi destrancada, aberta e o que ele tinha nas mãos foi arrancado. Contudo, ela não deixou ele entrar.
— Saia da minha casa — mandou novamente.
Ele não a obedeceu, esperando com ânsias por algo.
Alguns minutos depois, a porta foi aberta.
— Okay, você pode dormir aqui comigo. Mas se fizer mais uma gracinha, eu acabo com você.
Sorrindo, Yatō entrou e se deitou ao seu lado, sem dizer nada.
Com certeza ele teria que se desculpar de novo no dia seguinte; entretanto, só o fato de Hiyori ter o deixado entrar já mostrava que ela tinha lhe perdoado.
Ao abraçá-la contra seu corpo, ele não foi afastado, e isso aqueceu o coração do azulado, que, assim como ela, dormiu com um sorriso bobo em seus lábios.