Saudações, leitores. Como vocês estão? Continuando nossa série de textos especiais aqui na coluna, hoje vamos falar sobre aqueles personagens que, ao contrário dos antagonistas, que são verdadeiras pedras no sapato dos heróis, sempre ajudam os personagens principais a evoluir e alcançar seus mais almejados desejos: os aliados. Se você ainda não leu a primeira ou a segunda parte, saiba que eu estou extremamente triste e abalado com essa situação e só vou melhorar quando vocês lerem as partes anteriores. Combinado? Então bora pro texto.

Imagem ilustrativa que representa como eu me encontro desde que soube que meus queridos leitores ignoraram meus textos anteriores.

O que os aliados fazem

Como o próprio nome indica, os aliados são aqueles que se aliam aos heróis e os ajudam em sua jornada. Além disso, um bom aliado possui justamente aquilo que falta para o protagonista. Nós já mencionamos este caso, mas acho que vale a pena relembrar rapidamente (até porque eu amo o anime e vou citá-lo sempre que puder haha). No anime Komi-san wa, Komyushō Desu. (Komi Can’t Communicate), a personagem Najimi Osana é amigo(a) e aliado(a) da heroína Shōko Komi. Enquanto Komi tem extrema dificuldade de falar com outras pessoas e fazer amizades, Najimi não fecha a boca nem por um minuto e é “o(a) amigo(a) de infância de todo mundo”, como ele(a) mesmo(a) diz.

Najimi Osana, a encarnação da simpatia.

Outra característica marcante de um aliado é a capacidade dele em apontar caminhos (literais ou não) e estratégias para o herói e, então, ajudá-lo a lidar com as mais diversas situações durante suas jornadas e aventuras. Como exemplo, podemos citar Haku, de A Viagem de Chihiro. O adorável dragão em forma humana, ainda nas partes iniciais do filme, aponta o caminho que Chihiro deveria seguir se quisesse sobreviver naquele local: ir até o Kamaji, na sala da caldeira da casa de banho, e pedir a ele um emprego.

Haku (atrás), um dos aliados de Chihiro em sua jornada.

Outra função do aliado vai um pouco além da “história em si”, quebrando, de certa forma, a quarta parede e “interagindo” com quem está assistindo. Ainda que outros personagens também possam fazer isso (não é exatamente incomum ver, por exemplo, um vilão detalhando seu plano maléfico antes de executá-lo), é bem corriqueiro que o aliado explique “ao protagonista” o que está acontecendo em determinada situação. Coloquei “ao protagonista” entre aspas pois ele, na verdade, não está contando somente ao protagonista qual é a situação. A intenção ali é contar a nós, audiência, o que está ocorrendo. É quando ocorre aquele famoso diálogo totalmente explicativo que serve para situar o espectador na história:

— O que está acontecendo? —, perguntou fulano.

— A cidade estava em paz até que uma enorme nave espacial pousou bem na praça central, trazendo inúmeros monstros comedores de gente e fazendo com que toda a cidade entrasse em um estado de pânico generalizado. Após isso, os Power Rangers foram acionados para tentar combater a nova ameaça e trazer a paz de volta à nossa cidade. Até parece que você não sabe —, respondeu beltrano.

Com certeza existem exceções, mas, no geral, saibam que é bom que um roteirista evite esse tipo de diálogo que “entrega de bandeja” toda a informação que o espectador precisa sobre uma cena ou situação. Como diz a velha máxima dos roteiristas: “Não conte, mostre”.


Este foi nosso papo de hoje, queridos leitores. Espero que estejam gostando e, se tiverem alguma observação a fazer, não hesitem em usar a seção de comentários logo a seguir. Na próxima semana nossos textos especiais estarão de volta aqui, na rádio que é do seu jeito, do seu gosto. Bye bye!