Tuzi, da Lua, diz: Olá, jovens gafanhotos! A coelha hoje traz o conto de uma amiga sobrenatural: Bái Suzhēn, e seu especial envolvimento com um mortal!

Léifēng Pagoda

O conto, a princípio, foi nomeado como Bái Niángzǐ Yǒng Zhèn Léi Fēng Tǎ (Senhora Branca da Torre Léifēng). Sendo assim, A Lenda da Cobra Branca é um dos muitos contos relacionados a Léifēng Tǎ. Léifēng Pagoda é uma torre de cinco andares e oito lados construída em 975 d.C., já o conto foi escrito durante a dinastia Míng.

A deusa Báishé Niángniáng

Bái Suzhēn, também nomeada como Báishé Niángniáng, é uma deusa das crenças antigas chinesas, inclusive o taoísmo.

Conhecida por seu romance em A Lenda da Cobra Branca, sua história acaba sendo muito mais antiga que isso. Dessa forma, segundo a crença popular, Báishé Niángniáng antes de se tornar uma divindade, foi uma cobra branca que cultivou por mil anos recebendo as essências da lua e do sol.

Vivendo no Monte Éméi e cultivando suas energias seguindo o taoísmo, Bái Suzhēn conseguiu, após mil anos de cultivo, transformar-se em mulher. Por conta de sua dedicação e disciplina, a deusa Líshān Lǎomǔ resolveu tomá-la como sua discípula.

Sendo incentivada por sua mestre, Bái Suzhēn desce o Monte Éméi e se mistura entre os mortais disposta a fazer boas ações para eles com o objetivo de se tornar uma imortal. Portanto, ela esconde-se em uma lagoa sob uma imensa ponte e ali divide seus dias entre cultivar e ajudar pessoas e outros seres. Até que, um dia, ela observa uma comoção sobre a ponte, e então pílulas da imortalidade caíram nas águas ao seu redor.

A Lenda da Cobra Branca

Nossa história começa com um dos oito imortais, o poeta e erudito Lǚdòngbīn. O imortal, enquanto andava por Hángzhōu, resolveu disfarçar-se de comerciante em uma ponte, e vender tāngyuán, uma sobremesa popular em festivais.

Xǔxiān, um jovem garoto que passava pela ponte, resolveu comprar as sobremesas; todavia, o que ele não sabia é que havia pílulas da imortalidade envolvidas nos bolinhos de arroz adocicados.

Três dias depois, Xǔxiān retornou ao imortal disfarçado e lhe questionou o porquê de não ter sentido fome depois de ter comido tāngyuán. Lǚdòngbīn não respondeu, apenas riu do garoto e virou-o de cabeça para baixo, sacudindo o corpo do menino sobre as águas até que ele vomitasse as pílulas que tinha ingerido.

Sob aquela ponte havia um lago extenso e profundo. Nele, vários seres habitavam, inclusive uma cobra branca. Tendo sua consciência desperta há muito tempo, a cobra praticante do taoísmo reconheceu a magia das pílulas que caíam nas águas do lago e, uma por uma, as engoliu.

Dessa forma, ela adquiriu 500 anos de magia acumulada em seu corpo, e por conta disso, sentiu-se infinitamente grata a Xǔxiān, pois acreditava que o destino dos dois havia se unido através disso.

Entretanto, alheia à gratidão sentida, a cobra não sabia que naquele mesmo lago outro animal também tinha sua mente desperta; uma tartaruga. Não podendo capturar e engolir nenhuma das pílulas caídas no lago, a tartaruga se ressentiu da cobra branca e acabou desenvolvendo por ela um ódio profundo.

Um pouco de tempo passou, e um dia, enquanto cultivava a beira do lago, a cobra branca viu um homem muito pobre se aproximar do lago. Ele capturou uma pequena cobra verde e parecia disposto a extrair seu veneno para vender.

Movida pelo instinto de proteção aos seus, a cobra branca avançou, transformando-se um uma jovem mulher e convenceu o pobre homem a vender-lhe a pequena cobra verde.

Por estar grata à jovem, a cobra verde despertou sua consciência e reconheceu a outra como uma irmã mais velha. A partir desse dia, a cobra branca passou a se chamar Bái Suzhēn, e a verde recebeu o nome de Xiǎo Qīng.

Então, 18 anos depois, um auspicioso Qīngmíng Jié (festival Qīngmíng) aconteceu.

Tuzi, da Lua, diz: Por hoje é só, jovens gafanhotos! Fiquem atentos que semana que vem tem parte dois! Enquanto isso, aventurem-se nas matérias e colunas da J-Hero! E fiquem ligados na programação da Rádio J-Hero! Essa que é sempre do seu jeito, do seu gosto!