Ooi, gente! Aqui é a Mell.
A fanfic de hoje é de Shingeki no Kyojin (ou Attack on Titan, como preferirem).
Caso tenham ficado curiosos sobre o significado de nyctophilia, aqui vai uma explicação bem rápida: oriunda do grego, nyctophilia expressa o amor pela noite ou pelas trevas.
Espero que gostem! Boa leitura :3
“Quando vencermos os Titãs, nós estaremos livres e finalmente poderemos ver o mar.”
Era nisso que Eren acreditava antes de descobrir o passado de seu pai e como os Titãs surgiam. Agora, enquanto caminhava em direção à praia, ele percebia o quanto tinha sido tolo ao nutrir aquele tipo de esperança.
A situação com os Titãs estava sob controle, levando Eren a acreditar que eles muito em breve poderiam sair de dentro das muralhas de uma vez por todas. Porém, estando ciente do que seu finado pai, Grisha, viu e passou, Eren não conseguia encontrar garantias de que novos Titãs nunca apareceriam para caçá-los.
E essa incerteza deprimiu tanto o moreno de olhos verde que, no dia anterior, quando conheceram o mar e descobriram que a água dele realmente era salgada, Eren não conseguiu fazer outra coisa além de olhar para o horizonte e afogar-se em sua tristeza e inundar sua mente com todo o tipo de pensamentos negativos.
O Yeager costumava acreditar que nunca perderia a sua determinação, mas o destino mais uma vez lhe mostrou que ele estava errado.
Chegando à margem do mar, Eren fez questão de ficar com os pés descalços e dobrar algumas vezes a barra da calça escura que usava, assim ele poderia molhar os tornozelos sem encharcar sua roupa.
Sentindo o pequeno choque que a água gelada causava ao entrar em contato com sua pele quente, Eren ergueu seu olhar e contemplou um enorme tapete escuros com pedras brilhantes, também conhecido como céu noturno.
Já fazia algum tempo que o moreno de olhos verdes percebeu que tinha o hábito de olhar para o seu dente que estava deprimido. E que a noite — ou a escuridão presente nela — consolava-o por alguma razão. Talvez fosse porque ele sentia que não estava sozinho quando olhava para aquela imensidão de estrelas reluzentes. Admitia, também, que era perdidamente e inexplicavelmente apaixonado pela noite, por mais estranho que isso possa parecer.
Voltando a refletir sobre como as coisas mudaram desde que ele descobriu mais sobre Grisha, Eren perguntou-se até quando ele teria o privilégio de olhar aquela obra de arte que era o céu noturno. Não costumava pensar em sua morte, mas, naquela noite, o medo dela lhe atingiu como um soco no estômago. E o fez perceber que não tinha vivido direito sua vida até agora, pois deixou de sentir e aproveitar muitas coisas para alimentar seu ódio e sua vingança contra os Titãs.
A necessidade de mudar essa situação lhe deu uma nova visão sobre a situação deles.
Talvez eles nunca pudessem sair vitoriosos e ficariam para sempre isolados do mundo, reclusos naquelas enormes muralhas, entretanto isso não significava que desistir e ficar dentro de sua bolha de depressão fosse a melhor saída. Até porque nem ele nem ninguém poderia prever derrota deles.
Para descobrirem qual era o seu destino, teriam de lutar.
Quando ele finalmente voltou para o acampamento deles e se acomodou dentro de seu saco de dormir, Eren fez um lembrete mental: ele acordaria sorrindo no dia seguinte e agradeceria Armin por ter lhe mostrado o quanto era importante sonhar e acreditar.