Fanfic: O Destino dos Obstinados — Capítulo 3

Xù Fèng acaba se encontrando com o Deus do Casamento e decide perguntar quem é a sua futura esposa. Não satisfeito com a resposta, ele decide ir contra seu destino, não parando para pensar em suas consequências e quem poderia ser afetado por causa das suas escolhas.

Mell · 5 de setembro de 2020 às 18:00
5 minutos de leitura

Oiii, gente! Aqui é a Mell. Trouxe mais um capítulo de O Destino dos Obstinados pra vocês!

Espero que gostem, boa leitura :3


Xù Fèng tinha a ligeira impressão de que o destino estava se divertindo à custa dele.

Não muito tempo depois de ter surtado na festa e levado uma bronca tanto de Rùn Yù quanto de seu pai, agora o segundo Príncipe, que vinha evitando Jǐn Mì até então, teria que ir para o Reino Floral se desculpar pessoalmente.

E ele estava proibido de ver sua amada Suì Hé enquanto não o fizesse.

Sem saída, Xù Fèng assumiu sua forma original, uma fênix tão reluzente e bela quanto o próprio fogo e seguiu seu caminho até a casa de Jǐn Mì. Por sorte, ele já havia estado ali com o Imperador Celestial antes, era o mesmo local onde vivia a Grande Fada Floral, então ele não teve dificuldades para encontrá-la.

Mal chegou e foi orientado a aguardar ali mesmo, no vasto quintal florido da enorme casa. Não deixar o segundo Príncipe entrar e lhe oferecer algo para comer depois de uma viagem um tanto cansativa era a forma mais direta que a Grande Fada Floral encontrou para puni-lo sem causar desavenças entre os dois reinos. E Xù Fèng não poderia reclamar, na verdade após esfriar a cabeça, ele admitiu para si mesmo que havia exagerado. E muito.

Exceto ele e o próprio Yuè Lǎo, ninguém mais sabia que Jǐn Mì era sua destinada, e era de conhecimento geral que eles nunca haviam se encontrado antes. Então, por que Xù Fèng foi tão rude e destruiu o presente que ela mesma havia preparado? Este, aliás, o Imperador não permitiu que fosse descartado; em vez disso, ele ordenou que o mantivessem nos aposentos de Xù Fèng, até que ele abrisse aquela maldita caixa e visse o que Jǐn Mì preparou. Quanto a isso, Xù Fèng estava mais relutante, sequer encostou naquela caixa desde que ela foi deixada em seu quarto. E sempre que olhava para a mesma, sentia que aquele objeto inanimado estava debochando de sua desgraça. E essa sensação incômoda feria seu orgulho e o irritava profundamente.

— Disseram-me que você estava esperando por mim — a voz doce e hesitante de Jǐn Mì tirou Xù Fèng de seus próprios devaneios. — Mas só agora que te vi com meus próprios olhos é que acredito nelas — quanto mais ela se aproximava, maior era a vontade dele de se virar e sumir entre as nuvens. Chegava a ser engraçado ver que o segundo Príncipe do tal aclamado Reino Celestial, o mesmo Príncipe que era chamado de Deus das Guerras graças as suas inúmeras vitórias, estava com medo do que uma pessoa menor que ele e com certeza mais fraca poderia fazer com seu coração. Só a sua beleza já era o suficiente para desnorteá-lo, ele temia o que suas palavras e ações poderiam causar nele — Do que você precisa, Vossa Majestade? — era óbvio que ela estava receosa, sequer conseguia disfarçar suas mãos trêmulas. O sentimento de culpa foi inevitável.

— Estou aqui para me desculpar com você — ele se ajoelhou no chão, e Jǐn Mì assistiu, perplexa, o segundo Príncipe fazer três reverências longas como prova de seu arrependimento — Não importa o que eu estava pensando no momento, não existem justificativas para meu comportamento. Espero que possa me perdoar e não culpar meu reino pelas minhas atitudes.

Alguns momentos nada confortáveis de silêncio absoluto passaram. Jǐn Mì sequer piscava enquanto olhava para ele, e Xù Fèng estava considerando seriamente a possiblidade de ela ter virado uma estátua quando a mesma sacudiu a cabeça e sorriu gentilmente.

— É claro que eu vou perdoá-lo, Vossa Alteza também pode cometer erros, assim como todos nós. Estou muito grata por ter vindo até aqui apenas para conseguir o meu perdão — ela pôs uma de suas mãos ao lado dos lábios e inclinou o corpo, começando a sussurrar algo em um tom de voz tão baixo que Xù Fèng só entendeu porque tinha se levantado e a distância entre eles era curta — Eu queria poder te convidar para tomar um chá e descansar um pouco, mas a Grande Fada Floral me proibiu de deixá-lo entrar — ela ajeitou sua postura e então continuou como se não tivesse dito nada demais. Xù Fèng se martirizou por ter achado aquela atitude tão adorável — Creio que você deveria ir agora, Vossa Alteza. Deve ter deixado muitos assuntos pendentes somente para vir aqui.

— Sim… — ele respondeu, atordoado com o belo sorriso que a jovem deu e só percebeu que estava paralisado quando ela arqueou uma das sobrancelhas, denunciando sua confusão — Ah, sim, sim é verdade, eu devo… Ir — ele levou uma das mãos até a própria testa, a massageando por conta de sua irritação consigo mesmo — Espero que ainda possamos nos ver novamente algum dia — Mentira. Ele agradeceria aos céus de joelhos no chão se Jǐn Mì simplesmente esquecesse que o Reino Celestial existia e nunca mais colocasse os pés lá.

Mas, claro, o destino não seria generoso com ele.

Poucos meses depois daquela conversa, Jǐn Mì começou a servir Rùn Yù, era a serva mais querida do palácio. Quando Xù Fèng soube disso, ele teve vontade de decapitar o próprio irmão como punição. Porém, ele conteve suas emoções explosivas e evitou visitar o irmão.

Então, como um bilhete vindo direto do inferno, veio um convite escrito pelo próprio Rùn Yù, convidando Xù Fèng, Tàiwēi e Túyáo para um jantar em família na noite seguinte.

E no próximo dia, lá estavam Xù Fèng e seus pais, sendo cuidadosamente recepcionados por ninguém mais, ninguém menos que Jǐn Mì.

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