
Primeiras impressões sobre O Começo Depois do Fim
O anime traz textura para fãs de longa data, mas mantendo-se acessível aos novatos. A cada episódio, o mundo de Arthur se torna mais vívido e seu personagem ganha mais camadas.
Hoje irei trazer par vocês minhas impressões sobre um anime que tem dividido opiniões: O Começo Depois do Fim, uma popular série de web novels criada pela TurtleMe, com ilustrações de Fuyuki23. Inicialmente serializada no Tapas em janeiro de 2017, a história rapidamente ganhou força, levando a uma adaptação para webtoon. Esta também foi ilustrada por Fuyuki23, que começou em julho de 2018. A versão em inglês do webtoon é atualmente publicada pela Yen Press, com sete volumes disponíveis em março de 2025.
Adentrando rapidamente na história, descobrimos que algo misterioso aconteceu com um Rei, o que aparentemente o leva à morte prematura. Ele acorda como um recém-nascido chamado Pequeno Arthur, mas com as memórias e a paciência de um homem de 30 anos que precisa se conformar com sua nova situação. Felizmente para ele, ele tem pais amorosos.
Apesar de ainda ser um bebê, ele se propõe a aprender sobre o mundo ao seu redor, e a primeira coisa que o Pequeno Arthur faz quando aprende a engatinhar é pegar um livro da estante às escondidas. Ele aprende sobre o mundo em que nasceu, que é bem diferente daquele ao qual estava acostumado, embora ainda exista uma monarquia: há pessoas com poderes mágicos que podem exercer poderes incríveis, e isso inclui seus pais, Alice e Reynolds.
É como se ele estivesse em um um sonho. Só que, neste sonho, ele já foi um rei poderoso e agora está em um mundo mais feliz, em circunstâncias melhores, e com poderes mágicos. O episódio 2 de O Começo Depois do Fim aprofunda a história de Arthur, revelando camadas de quem o Rei Grey um dia foi e como Arthur está se tornando alguém completamente diferente, o que nos leva a uma exploração de poder, potencial e das pessoas que ajudam a moldar sua identidade.
Por meio de flashbacks iniciais, é construído de forma vívida e brutal o tipo de pessoa que Grey (Furukawa Makoto) costumava ser: frio, isolado e emocionalmente vazio. E isso contrasta com a nova vida de Arthur e, de certa forma, dá mais peso às escolhas que ele está fazendo. Furukawa Makoto dubla Grey (a voz interior de Arthur) de forma espetacular, uma mistura de aspereza e perplexidade que canalizam a mentalidade de um rei adulto que está preso no corpo de um bebê. Você consegue identificar frustração, confusão, ao mesmo tempo em que é hilário e até cativante ver alguém resmungando internamente sobre tudo o que vem com ser um bebê.
A história continua a avançar enquanto Arthur (Fujiwara Natsumi), agora com quatro anos, demonstra tanto talento que seu pai, Reynolds (Kinjō Yamato), admite que não consegue treiná-lo sozinho. O que se segue é um momento de vulnerabilidade familiar e a introdução do antigo grupo de aventureiros de Reynolds e Alice — cada um com estilos de luta e especialidades mágicas distintos. Eu vejo como uma maneira inteligente de O Começo Depois do Fim ampliar o universo e mostrar o sistema mágico em ação: da força bruta à sutileza elementar, o que faz o mundo parecer flexível e permite que os espectadores aprendam sobre magia apenas observando-a acontecer.
Com relação ao ritmo da história, eu a a vejo avançando rapidamente por alguns capítulos de conteúdo, mas respeitando o ritmo do original (sim, eu li a obra), mas dá o suficiente para fazer cada cena funcionar, adicionando textura para fãs de longa data, mas mantendo-se acessível aos novatos. A cada episódio, o mundo de Arthur se torna mais vívido, e seu personagem ganha mais camadas.
Dito tudo isso, você pode me perguntar: “Então vale a pena assistir este anime?” E a a resposta não será tão simples. O principal motivo da controvérsia do anime entre os espectadores de O Começo Depois do Fim é a decepção com a qualidade da animação. Até o momento, os episódios apresentaram muitos quadros estáticos e panorâmicas de câmera, o que os fãs consideraram abaixo da dignidade da série e da história. Então, com base no que vi até agora (três episódios), parece provável que os fãs que esperam ver os momentos de suas séries favoritas recriados em belas sakugas ficarão decepcionados, mas isso não me fez dropar a obra.
Então, deixando a animação de lado, a direção da história apresentada até agora na versão anime me faz responder que sim, pode valer a pena assistir, pois o anime tem cenas adicionais no início da história que trazem profundidade e motivações interessantes aos personagens, algo que não foi tão desenvolvido em outras versões do material original.
No início do manhwa, a vida passada de Arthur não é muito enfatizada! Ele é retratado como um rei guerreiro extremamente forte que foi vítima de assassinos, mas não sabemos mais do que isso. Na versão do anime, uma ênfase maior é colocada na crueldade, frieza e disposição do Rei Grey em infligir violência a inocentes, e isso fornece um melhor contraste entre a vida antiga e a nova de Arthur. Então, para aqueles que se importam mais com uma história e personagens interessantes, a série pode fazer algumas escolhas interessantes, então convido vocês a continuarem comigo acompanhando essa jornada.
O Começo Depois do Fim está sendo transmitido na Crunchyroll!