Olá, habitantes deste planetinha em colapso! Estão tomando suas vitaminas?
É claro que a tia que adora um clichê, e recomendações iriam fazer a matéria clichê de recomendações para passar o tempo nesta quarentena.
Fullmetal Alchemist clássico e Fullmetal Alchemist: Brotherhood
O Ministério da J-Hero adverte: o parágrafo a seguir contém doses absurdas de ataques de fangirl. Pedimos sua compreensão com a histeria da redatora, que adora exagerar nas doses de ironia.
Vejam bem, eu até compreendo que existem pessoas que não gostam de queijo, bolo ou filhotinhos (apesar de acreditar que estes seres possuam algum traço de psicopatia ou ausência de alma), mas só existe um tipo de pessoa que não gosta do universo de Fullmetal: quem não assistiu. E se você ainda não assistiu, devolve aqui sua carteirinha de otaku.
Ou corre pra Netflix e comece pelo clássico e depois assista o Brotherhood!
“Mas, Wichita, precisa assistir os dois? Eu não posso pular para o Brotherhood, que é a história fiel?”
Bem, não é apenas a minha opinião (apesar de ser a mais importante desse rolê aqui, afinal, minha coluna, minha monarquia), mas muitos fãs que eu conheço também concordam que as duas versões se completam.
O primeiro anime aborda certos arcos e personagens com mais profundidade, tem cenas famosas que foram muito mais impactantes e muitos personagens tiveram suas características mais detalhadas na primeira versão, que é considerada por muitos mais dramática. A segunda versão veio para dar um final decente para os fãs, que foi o que “estragou” a primeira. Porém, ela veio para quem já conhecia o universo e os personagens, tanto que alguns arcos foram contados num só episódio, de modo raso, não causando tanta comoção como da primeira vez.
Logo, você tem a junção do primeiro anime, que é mais profundo e detalhado em relação aos personagens e apresentação — ao menos até onde é canônico —, e o segundo, que te traz o real desenrolar do enredo e desfecho. Mas essa análise completa eu pretendo trazer para vocês num especial só sobre Fullmetal! Por agora, o que eu posso dizer, sem mais delongas, é que Fullmetal é um Santo Graal dos animes: tem comédia, ação, personagens carismáticos, referências históricas e sociais, um enredo incrível e um final completo!
Higurashi no Naku Koro Ni
Era uma vez Keiichi Maebara, que se muda para a pequena vila Hinamizawa e se torna amigo de lindas garotinhas: Rena Ryūgū, Mion Sonozaki, Rika Furude, Satoko Hōjō e, posteriormente, Shion Sonozaki.
A vida na vila de Hinamizawa é, aparentemente, normal e pacífica. Entretanto, a tranquilidade termina quando é iniciado o festival anual Watanagashi, que comemora e agradece ao Deus local, Oyashiro-sama. Keiichi aprende que, no dia do festival, nos últimos quatro anos, uma pessoa é assassinada e outra desaparece e nunca mais é vista. Keiichi, então, começa a investigar os estranhos eventos envolvendo o festival Watanagashi e o Deus Oyashiro-sama.
E aí: todo mundo morre. Oh, quase me esqueci: o anime é bem gore.
Tá, não é isso, mas é quase isso, só que não de uma vez. Não entendeu? Acostume-se, você não vai entender o primeiro episódio. Nem o segundo. O terceiro também não. E no quarto você vai estar tão confuso quanto está agora.
Mas é isso que torna Higurashi genial. Senta aí que eu explico!
Higurashi é baseado numa visual novel. E a primeira temporada são arcos de “capítulos-pergunta”, então, bem, você não vai entender nada. É difícil falar sobre o anime sem soltar spoiler, mas na primeira parte a história fica sofrendo reboot, os personagens mudam de personalidade e é aquele famoso “nada é o que parece”.
Então chega a segunda temporada juntando todas as pontas, e é aí que você gruda os olhinhos no monitor de boca aberta com respostas que você nunca imaginaria. Se você não se importar com o gore ou até gostar de garotinhas fofas estripando as amiguinhas e se seu cérebro não derreter até chegar nos arcos de respostas, vale muito a pena, pois Higurashi é o anime das reviravoltas. Então fique tranquilo que tudo vai se encaixando na segunda parte com os “capítulos-resposta”!
Yū Yū Hakusho
Pra nova geração que tá chegando agora no rolê, é como diz aquele profeta: “alguns animes são ótimos, outros são eternos”. E Yū Yū é um clássico indispensável! Mas veja dublado, porque YYH tem a melhor dublagem brasileira de todos os tempos. E pra quem gosta de Hunter × Hunter, é uma obra que o Togashi terminou. Eu gosto muito da história e das características dos personagens, é um anime que me marcou muito. As lutas são tão boas quanto as cenas cômicas e, apesar de o protagonista ser o Yūsuke, muita gente acaba se apegando com o Kuwabara, Kurama, Hiei, Botan (no meu caso, os dois últimos) ou com os vilões.
Segue a sinopse:
A série conta a história de Yūsuke Urameshi, um bad boy que morreu atropelado ao tentar salvar uma criança. Como seu ato foi inesperado por todos, principalmente pelo Mundo Espiritual, Yūsuke teve a chance de voltar a viver quando decidiu salvar uma amiga de infância em troca de seu retorno ao Ningenkai. Ao retornar à vida na Terra, descobre que uma condição para o seu retorno era a de se tornar um Detetive Espiritual. Devendo se dedicar a combater os demônios do Mundo das Trevas que por um acaso venham a se infiltrar no Mundo dos Homens.
E eu vou deixar aqui, amiguinhos, mais umas indicações de animes do meu coleguinha Haydaru.
Agora… Estamos passando por tempos difíceis, amiguinhos. Dificuldades que testarão nosso senso de coletividade e solidariedade. Então eu lhes convido a usar este tempo para colocar a mão no coraçãozinho e repensar quem somos e quem queremos ser. Se nossos heróis de infância estariam orgulhosos das pessoas que nos tornamos. E alguns destes títulos a seguir podem nos ajudar a refletir sobre tudo isso.
Train to Busan
Eu sempre estou panfletando o cinema asiático, e Train To Busan é um dos meus filmes favoritos (“Quantos filmes favoritos você tem?” “Muitos”).
No caso dos filmes de zumbis, o que mais me chama a atenção nem sempre são as cabeças explodindo ou tripas sendo comidas, mas, sim, o comportamento humano perante o caos, em que “o homem é o lobo do homem”, em que somos nossos próprios monstros.
Porém, tem uma citação que eu gosto muito: “Nós todos somos heróis da nossa própria história. Sem perceber, também podemos ser o vilão da história de outra pessoa. (Everything Sucks)”. Além de abordar o dilema “sobreviver vs. salvar-se”, o filme também aponta tópicos como posições de poder privilegiadas, a mídia/governo ocultando informações da população e o mais importante e emocionante do filme: um pai que dedicou tudo de si ao trabalho para poder dar uma boa vida para sua filha, mas o dinheiro não conseguiu comprar o laço familiar, a presença.
Flu/A Gripe e Hotaru no Haka
Eu vou ser breve sobre esses dois, pois já falei sobre cada um deles em matérias separadas, mas resolvi citar novamente porque acho temas extremamente importantes para a situação que estamos vivendo no momento.
Flu é um filme sul-coreano sobre a epidemia de uma mutação do vírus da gripe que se originou na China e se espalhou no distrito de Bundang. Fala sobre isolamento e quarentena, ocultação de informações da parte do governo e, é claro, a ordem social perante o caos. Você pode conferir a resenha completa aqui.
Hotaru no Haka é um filme emocionante do começo ao fim, que, aliás, você precisa aproveitar para ver todos os filmes do estúdio Ghibli pra sua vida ser completa! Apesar de se passar na segunda guerra mundial, Hotaru no Haka aborda inúmeros dilemas morais e questões de solidariedade, mas também o dilema entre fazer o “certo” e sobreviver. Tem uma cena que me marcou muito, que é quando Seita tenta comprar arroz de um fazendeiro e não consegue, pois, “papel não enche a barriga” e eles estão racionando. Você pode saber mais sobre o filme aqui.
Desta lista, quais vocês já assistiram? Quem vai ficar em casa: o que vocês pretendem fazer?