No final do mês passado, a talentosa autora brasileira de light novels Jennifer Maurer entrou em contato com a Rádio J-Hero nos convidando a conhecer uma de suas obras, Ryota, e trago para vocês hoje um pouco de nosso bate-papo! A intenção é que vocês possam conhecer mais sobre Ryota e sobre a Jennifer também…

Entrevista

Vicky: Poderia se apresentar para aqueles que ainda não a conhecem?

Jennifer Maurer: Ah, é claro! Olá a todos, meu nome é Jennifer, mas sou mais conhecida na internet como Jenn. Produzo conteúdo na internet sobre animes e mangás em geral, faço lives na Twitch e estou escrevendo uma web novel também.

Vicky: De onde surgiu a vontade de escrever uma light novel? Você já havia escrito alguma outra obra antes?

Jenn: Bem, para ser honesta, até uns anos atrás eu sequer sabia da existência das light novels ou webnovels. Acabei descobrindo somente com o lançamento do primeiro livro da Saga Três Luas, do youtuber Fred do Anime Whatever, que divulgou seu livro na época do lançamento, e acabei descobrindo a existência destes livros. Eventualmente, acabei descobrindo que obras como Re:Zero também vieram de novels, e não de mangás, o que foi uma surpresa na época para mim! Afinal, desde nova, eu sempre amei ler e escrever, e saber que eu poderia escrever um “livro de anime” (era assim que eu chamava na época) foi um baque! Há, há. Bem, antes de Ryota, eu publiquei apenas um único livro de romance chamado Destinos Traçados, que não está mais disponível à venda, mas acabei publicando na época apenas para realizar meu sonho de infância de ter um livro publicado por conta própria. Bem, tenho orgulho dele até hoje, por mais que a história seja bem boba e clichê.

Vicky: Nos fale um pouco sobre a origem de Ryota. De onde vieram as principais inspirações e motivações para produzir a obra?

Jenn: Ryota nasceu, originalmente, para ser um shōnen com uma protagonista feminina. Ao menos essa era a temática do livro piloto que foi lançado fisicamente, mas acabei não indo com esta premissa de história pra frente e acabei reescrevendo tudo para publicar inteiramente online e de graça. As inspirações para a versão nova da história vieram diretamente de minhas obras favoritas como Re:Zero, que também é uma novel de fantasia com ação, drama e um pouquiiiinho daquelas cenas mais violentas que a gente gosta.

Eu sempre quis escrever uma história sobre pessoas e como elas mudam e lidam com as dificuldades que a cercam. Foi essa a ideia principal para ambas as versões de Ryota, e até hoje isso não mudou. Espero ser capaz de produzir uma história interessante e que seja lembrada, de alguma forma, no futuro.

Vicky: O que te levou a fazer a escolha da protagonista da sua obra ser uma mulher (pois é algo incomum)?

Jenn: Para ser honesta, como disse antes, a ideia era um shōnen com uma protagonista garota. É realmente algo bastante raro de acontecer, mas eu acabei percebendo que não gostaria que ela fosse lembrada somente por esse ponto. No fim das contas, a escolha de uma mulher narrando a história veio tanto pelo autoidentificação que tenho com a protagonista, tanto por ser um pouco diferente dentro de histórias neste estilo. Não me arrependo nem um pouco dessa escolha, afinal, consegui criar uma personagem que tenho bastante orgulho de escrever e ver como ela muda ao longo de sua jornada.

Na realidade, existiam mais personagens femininos que masculinos em Ryota, o que foi um choque pra mim no início. Afinal, conforme fui criando a história, sequer percebi que inseri tantos elementos femininos, então precisei preencher o restante do elenco com personagens masculinos. Queria criar um certo equilíbrio, pelo menos, há, há.

Vicky: Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas durante a produção de Ryota?

Jenn: Acho que a maior dificuldade para mim desde o piloto é o trabalho de manter a história linear, com uma narração que não seja difícil de compreender, mas esteja longe de algo simples demais. Gosto de histórias que apresentam mistérios e vão desenvolvendo-os através de vários e vários arcos, em que pontos e personagens são superimportantes para conectar tudo, ao final. É um processo que admiro muito em obras como Re:Zero e One Piece, por exemplo, em que seus autores conseguem equilibrar todas as coisas e ainda manter tudo interessante conforme os anos passam.

Foi esse tipo de construção narrativa que me fez travar algumas vezes, me perguntando se estava mesmo no caminho certo, se nada havia ficado para trás, se havia algo a mais que poderia melhorar… Essas perguntas sempre me fazem parar, o que é um pouco chato às vezes. Mas acho que faz parte da jornada de todo escritor.

Vicky: Na contramão da pergunta anterior, qual seu maior orgulho a respeito de sua obra? Algo que você olha e diz: “Valeu a pena essa jornada até aqui”.

Jenn: Sem dúvida alguma são meus personagens. Como disse anteriormente, eu queria escrever uma história sobre pessoas. Claro, inserindo elementos de mistério e fantasia aqui e ali, além de cenas de ação e drama o mais impactante que eu puder. Entretanto, o ponto principal sempre foi, e sempre será, o elenco, e como ele muda do ponto de início ao final.

Acho que meus melhores exemplos atualmente são minha protagonista Ryota e uma outra personagem nomeada Fuyuki, que sempre brinco com alguns leitores ser a “verdadeira protagonista” devido a sua boa aparência, personalidade e poderes. Entretanto, ambas são bastante amigas na história. As duas personagens passaram por momentos difíceis no passado e estão em uma jornada de autodescoberta, tentando enfrentar os próprios problemas sentimentais, as dúvidas quanto ao futuro e as dores do passado. Até agora, foram as mais exploradas na obra, e posso dizer com toda a certeza que, apesar de tudo o que passei para tentar dar meu melhor na escrita delas, Ryota e Fuyuki são meu orgulho, assim como os outros personagens que eventualmente também ganharam seus holofotes.

Vicky: Tem algum outro conselho geral que você pode dar para os aspirantes a autores?

Jenn: Ainda fico com um pé atrás em dar “conselhos” a outras pessoas, mas se fosse dizer algo para essas pessoas que aspiram se tornarem autores, é simplesmente: escreva. Escreva o quanto puder, todos os dias. Eu aprendi da pior forma que hesitar no caminho e parar pode ser um problema grande no futuro. Não estou dizendo que não devemos tirar um tempo para descanso após um longo período de trabalho. Apenas espero que aqueles que desejam se tornar escritores nunca deixem de lado a prática diária, seja escrevendo um parágrafo pequeno, um capítulo, rascunhando sua história, estudando formas diferentes de escrever uma determinada cena… Não importa o que for, jamais pare. Mais tarde, quando você olhar para trás, perceberá que valeu a pena todo o esforço.

Vicky: Você pretende criar mais histórias depois de Ryota?

Jenn: Bem, pra ser honesta, possuo vários rascunhos de histórias guardados em gavetas. Mas sinto que, antes de terminar Ryota, não me sentirei confortável o bastante para trabalhar em qualquer uma delas. É como a sensação de não terminar uma tarefa e começar outra. Talvez seja esse o sentimento? Eu sinto que, se não der tudo de mim em Ryota, colocar e explorar todas as ideias possíveis na história, ainda não posso dar meu melhor em outra obra. Porém, sim, assim que Ryota terminar sua publicação, gostaria de trabalhar em outras histórias! Mas talvez algo voltado para uma comédia romântica ou escolar, bem diferente do que escrevo atualmente, há, há.

Vicky: Por último, mas não menos importante, poderia nos contar um pouco sobre Ryota e o que os leitores, sejam os novos ou os que acompanham atualmente, podem esperar?

Jenn: Ryota é uma história sobre pessoas enfrentando dificuldades que envolvem seus próprios sentimentos e o mundo ao seu redor. Os eventos fantasiosos da história são bastante divertidos e podem te entreter bastante se você gosta do tipo de drama mais misterioso ou que teme pelo futuro dos personagens. Afinal, eles estão em constante perigo e podem se voltar uns contra os outros a qualquer momento. A graça da história está justamente nestes personagens e como eles mudam com o tempo, encarando os problemas que coloco sob eles. Espero que assim como eu, você se entretenha com as cenas de comédia, com as lutas, com os dramas e os pequenos mistérios que rondam a obra. Ficarei imensamente feliz caso consiga te entreter com ela.

Para finalizar…

Caso você tenha gostado de nossa entrevista e se interesse em conhecer mais sobre a história de Ryota, divulgue este artigo para que ele alcance mais pessoas e dessa forma outros possam admirar o trabalho fantástico que ela realiza!

Onde você pode ler?

Você pode lê-la gratuitamente no Novel Mania.

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