Você se lembra do gênero tokusatsu? Talvez na época você não sabia desse nome, mas se você viveu os anos 1980 ou 1990, com certeza já assistiu alguma série ou filme do gênero. Trata-se dos live-actions de super-heróis produzidos no Japão e cheios de efeitos especiais.
Se você está pensando nos Power Rangers, você chegou perto. Os Power Rangers são na verdade uma criação americana, mas totalmente baseada nos Super Sentai — esses, sim, representantes do gênero japonês tokusatsu. Uma rede de televisão brasileira que ficou famosa entre as crianças e adolescentes por passar vários desses desenhos foi a Rede Manchete, logo em seguida de outras que vieram a reprisar ou passar uma ou outra obra audiovisual.
Changeman
A série foi uma das primeiras a popularizar o estilo tokusatsu no Brasil quando estreou em 1988, mais uma vez pela Rede Manchete. Ao contrário dos outros desta lista, o Esquadrão Relâmpago Changeman trazia um grupo de heróis que combatiam o mal.
No Japão, Changeman fez um estrondoso sucesso embora tivesse tido poucos episódios e virou febre quando começou a ser exibido aqui no Brasil.
Contavam com um poderoso arsenal, como a poderosa Power Bazuca, o Jet Change I, Helichange e o Land Change III, que partiam da base Shuttle e formavam o poderoso ChangeRobô, o qual atacava os monstros com o Change Vulcão, o Change Míssil e destruía os monstros com a Espada Relâmpago, com o golpe “Espada Relâmpago Super Thunderbolt”.
Changeman passou no Brasil em 1988, após o empresário Toshihiki Egashira, o mesmo que lançou o Jaspion, negociar com a Rede Manchete para exibir as séries no programa Clube da Criança. Foram lançados vários souvenirs por aqui, inclusive histórias em quadrinhos.
Jaspion
Estrelada pelo ator e dublê Hikaru Kurosaki, a série da franquia Metal Heroes tornou-se um dos grandes sucessos iniciais dos tokusatsus no país, junto com Changeman, desde a época de seu lançamento em 1988. Graças a Jaspion, outras séries começaram a ser exibidas nas faixas infantis da TV aberta.
No distante Planeta Edin, um profeta que leva o mesmo nome decifrou uma parte do Velho Testamento da Bíblia Galáctica, que comprova o despertar de Satan Gorth, que tem o poder de enfurecer seres e transformá-los em monstros incontroláveis. Edin convoca seu discípulo, o jovem Jaspion, e lhe entrega a armadura Metaltex, a nave-robô Daileon – que possui em seu interior veículos menores – e a androide Anri.
Cruzando o espaço no encalço de Satan Gorth, Jaspion acaba resgatando uma monstrinha chamada Miya, que se junta à tripulação da espaçonave para aventuras onde nenhum homem jamais esteve!
Jiraiya
O Ninja Jiraiya foi um dos grandes representantes do estilo para os brasileiros e conta a história de um jovem que perde os pais muito cedo e é treinado para ser um ninja pelo pai adotivo.
Seu principal desafio é enfrentar um maligno clã da Família de Feiticeiros, que procura o Pako, um antigo mapa para um misterioso tesouro.
A série diferenciou-se de suas antecessoras por quebrar o padrão da franquia na qual está inserida, introduzindo um herói sem superpoderes e utilizando como temática a tradição japonesa dos ninjas, até então nunca explorada nos Metal Heroes.
Exibido na Manchete no começo dos anos 90, a série deu um empurrão para o sucesso das práticas de artes marciais no Brasil.
Muitos fãs ficaram empolgados para ver Jiraiya no filme Kyuranger vs. Space Squad, em 2018, mas o que muitos não sabem é que o personagem já surgiu em outras ocasiões, muitos anos após a conclusão de sua série. Jiraiya teve participações em um filme de Super Sentai vs. Kamen Rider, chamado de Super Hero Taisen Z, mas apenas sua roupa. O personagem Tōha Yamaji, o próprio Jiraiya, voltou durante o seriado Ninninger, de 2015, interpretando Jiraiya novamente.
A lista do gênero é grande pois fez sucesso entre os jovens na época, e várias outras sequências e outros super-heróis foram surgindo com o tempo, até meados dos anos 2000 como o já citado anteriormente aqui na rádio Madan Senki Ryūkendō, um exemplo de um tokusatsu não tão antigo lançado em 2006 que também fez grande sucesso. No Japão ainda são lançados obras audiovisuais do gênero, mas não se popularizam na mesma proporção que as clássicas conseguiram ao ponto de nunca chegarem em solo brasileiro.