Dá pra acreditar que já estamos em março? Parece até que foi ontem que eu estava separando os destaques de 2015 para as matérias especiais de fim de ano. Mais um mês passou voando, mais um resumão das delícias aqui na coluna.

E, de maneira totalmente inesperada, pela primeira vez desde que comecei nesse formato, não tenho NENHUM highlight negativo. Sim, meus caros, fevereiro foi bom assim.

O que rolou de melhor em fevereiro?

Enfim, vamos lá que tem muito para comentar, começando por cinco gatinhas em parceria com um DJ hipster ai…

4minute – Hate

As garotas do 4minute voltaram nesse começo de ano com o seu sétimo EP, o Act. 7. O grande destaque da produção foi o single Hate, uma sensacional parceria com o Skrillex. De início, a faixa pode soar difícil ou confusa com seu início totalmente melódico e a mudança brusca ao chegar no refrão, repleto de batidas sonoramente sujas e quase destoantes.

Mas isso me pegou. Hate é Hyuna e etc. crescendo musicalmente e se tornando cada vez mais palatável para os ouvidos internacionais. Quer dizer, é fácil imaginar isso como uma música de trabalho da Rihanna, por exemplo, e isso nem é uma crítica negativa. Muito pelo contrário…

Rainbow – Whoo

Será que agora que as meninas que importam do KARA não renovaram seu contrato, o Rainbow vai deixar de ser o grupo mais ignorado da DSP Entertainment? Só o tempo nos dirá. Enquanto a resposta não vem, podemos curtir essa faixa gostosinha que elas lançaram, resgatando toda uma sonoridade Rock/Happy dos anos 80…

AOA Cream – I’m Jelly Baby

Três das minhas namoradas do AOA formaram uma nova subunidade do grupo, intitulada como AOA Cream. A proposta, pelo que entendi, é focar numa imagem mais teen que os habituais conceitos sensuais que o grupo completo lança normalmente.

I’m Jelly Baby soa como algo que a Ariana Grande lançaria aqui no ocidente, com a bateria eletrônica dividindo lugar com o trap e guitarras num instrumental bem alegre, também se refletindo no MV extremamente colorido onde elas se transformam em magical girls de shoujo para se vingarem do rapaz lá…

4TEN – Severely

E já que estamos falando de garotas de anime se vingando no ex-namorado traíra, é claro que temos que destacar as 4TEN.

Severely, o single que carrega o primeiro EP delas, Jack Of All Trades, parece ter sido feito por encomenda para a Toei de tão semelhante com temas utilizados para Shonens ou, vá lá, tokusatsus. É aquele Pop/Rock cheio de teclados que nos faz imaginar os personagens principais do anime correndo numa estrada enquanto a sombra do vilão os observa ao longe…

E agora, aquele momento em que eu tomo no c*…

Taemin – Press Your Number e Drip Drop

E ai que eu jurava que, assim como o primeiro mini-album dele e quase tudo que o SHINee lança, o comeback do Taemin seria uma bosta completa e pouco inspirada. Quebrei a cara. E duas vezes.

Press Your Number é um R&B mesclado com Dance bem gostosinho de escutar e que vai melhorando a cada segundo que passa, pois acaba imergindo na sonoridade Deep-House/Garage-House britânica que grupos como AlunoGeorge e Disclosure tem revivido atualmente, assim como o F(x) fez ano passado com 4 Walls e o próprio SHINee com View.

Drip Drop é ainda melhor, visto ser totalmente mergulhada nesse estilo e o Taemin não estar com aquelas manias vocais exageradas de sempre. As batidas eletrônicas do refrão com os “uuh baby” são sensacionais, além de o videoclipe ser impressionantemente maravilhoso, com ele e os outros caras dançando pra cacete no deserto… 

Cosmic Girls – Mo Mo Mo

Confesso que eu não tinha entendido nada quando assisti esse MV pela primeira vez, já que os pré-debuts que o Cosmic Girls lançou foram com uma faixa bem mais sassy e meio voltada para o Hip Hop e essa Mo Mo Mo é, basicamente, uma música de idols japonesas toda kawaii e virginal.

Felizmente, eu adoro faixas kawaii virginais de idols nipônicas, principalmente quando são bem trabalhadas no Synthpop, o que é o caso dessa aqui…

Astro – Hide&Seek

Por algum motivo que eu não tenho ideia, mesmo só debutando agora, esses meninos já tinham uma porrada de fãs aqui no Brasil. E, pelo que venho acompanhando, grande parte delas odiaram isso aqui.

O que é compreensível, já que o que se espera de uma boy band é algo mais “bad boy” e o que temos abaixo vai totalmente para o oposto. Hide&Seek é quase um single do Apink cantado por caras. É feminino, fofinho, colorido e com um instrumental de anime shoujo.

O bom é que esse estilo fofinho vai se transformando num farofão que ficaria ainda mais legal se fossem várias coreanas requebrando de roupa justinha num cenário futurista. Mas, ainda assim, vale ser conferida pelo resultado curioso que isso alcançou… 

TaeYeon – Rain

Rain é um R&B totalmente genérico que semanalmente lançam lá na Coréia do Sul como OST de algum dorama água com açúcar. Felizmente, eu adoro esse tipo de presepada e, claro, a voz da TaeYeon é maravilhosa e dá conta do recado, deixando o pacote final um pouquinho menos genérico do que é – na minha cabeça, pelo menos.

Vamos torcer para que a SM Entertainment de um direcionamento mais competente para a carreira solo dela, que está uma confusão mal planejada…

B.A.P – Feel So Good

Haters irão me julgar e condenar, mas acho a vertente mais alegrinha do B.A.P muito mais legal que o lado Dark/Gótico/Bandidões deles.

Feel So Good é a melhor faixa deles em anos, com um suingue gostoso no refrão, além dessa energia mais festiva convencer bem mais que a barulheira desenfreada que eles utilizam quando tentam ser roqueiros-trevosos/góticos-suaves

Six Bomb – Wait 10 Years Baby

A sonoridade eletrônica de boate toda tosca, as roupas ridículas de chiclete, os versos impagáveis, a coreografia hilárias, o MV que custou menos de 200 reais… Tudo isso faz com que Wait 10 Years Baby seja tão horrível que, automaticamente, faça a volta no trem da vergonha e se torne um clássico trash instantâneo, tipo toda a discografia do PSY e o hino Bbang Bbang, das Pocket Girls

NU'EST – Overcome

Trocando as farofas EDM horrorosas pela dobradinha R&B/Eletrônica, os caras do NU’EST finalmente lançaram algo que preste em todos esses anos de existência.

Overcome é contida, porém energética e vai oscilando entre o batidão trap e linhas mais melódicas…

Brave Girls – Deepened

E ai que o Brave Brothers resolveu abrir o caixão das Brave Girls, adicionar várias gostosas novas e lançar essa que já é uma das maiores faixas desse ano.

Deepened, assim como Overcome e a maioria dos outros PBR&Bs, faz uma fusão de andamentos instrumentais deliciosa. Sendo que, aqui, isso ainda está melhor que o normal. Os versos do início até o pré-refrão vão meio lentos, mas estouram numa energia magnífica ao chegar no refrão, apenas para desacelerar logo em seguida. No final, tudo soa como uma power balada, mas, ainda assim, doentiamente dançante.

Claro que tudo fica ainda melhor com todas as gatas exibindo seus atributos em closes favoráveis, requebrando com trajes de academia pra lá e pra cá…

MAMAMOO – Pride of 1cm e You're the Best

As meninas do MAMAMOO acabaram de lançar seu primeiro álbum, o Melting – que eu pretendo resenhar ainda essa semana.

As faixas escolhidas para sua divulgação foram Pride of 1cm, um Rap zoeiro maravilhoso e grudento sobre a diferença de altura entre cada uma, no caso, de 1cm. E You’re the Best que é o amálgama Pop/Soul a lá Joss Stone que elas são especialistas em nos prover…

Ladies' Code – Galaxy

A melhor música desse mês e, provavelmente, uma das melhores desse ano.

Como todos já sabem, as Ladie’s Code eram cinco garotas, mas sofreram um acidente horrível de carro e, infelizmente, duas integrantes vieram a falecer. Agora como um trio, elas lançaram um EP de três faixas, cujo maior destaque é Galaxy, que soma Jazz com sintetizadores eletrônicos de maneira surrealmente competente e não descartável para o Pop.

Além disso, o clipe montado faz inúmeras referências ao número três, com triângulos, o ponteiro do relógio marcando 3h, pedra, papel e tesoura, três abajures no cenário, três andares de escadas, três velas na parede, três dados marcando o numeral 3, enfim, vários ícones do tipo. Também, em forma de homenagem, em alguns dos takes onde as gatas aparecem dançando, temos duas figurantes nas pontas da coreografia, o que é uma clara homenagem às meninas que devem, nesse momento, estar lá em cima aplaudindo de pé esse comeback.

Tudo tem um ar meio angelical, sobrenatural, sabem? 2016 vai ter que ser muito bom em lançamentos para que isso aqui não entre, no mínimo, no meu top 5 de final de ano…