Parafraseando um ícone do terror que acaba de completar 35 anos, saiba que, ao conhecer esta coluna, você abriu um portal para o indescritível que veio ao seu encontro. Afinal, ao explorar as regiões mais profundas da experiência mortal, você não deve se conter, pois isto seria um desperdício. Sejam bem-vindos ao mais novo semanal dedicado ao terror e horror oriental.
Mas afinal, como definimos o que é aterrorizante?
Algumas pessoas prontamente diriam que é sobre sentir medo em uma experiência; no entanto, pequenos receios ou aflições que passamos durante a vida não nos instigam da mesma forma que uma boa história de terror. Então por que este fascínio com o que nos espreita no sobrenatural?
Segundo o filósofo Noel Carroll, o gosto por experimentar o terror advém inicialmente do medo do desconhecido, daquilo que consideramos anormal e fora do comum. Porém, a causa deste medo também nos desperta curiosidade e, portanto, capta nossa atenção. E é por causa desta curiosidade, aliada ao fato de serem histórias contadas, que ficamos vidrados com o desenrolar daquela narrativa assustadora que consumimos. Necessitamos então de entender a fonte do nosso temor, descobrir sua origem e, se sobrevivermos, chegar ao final daquela história.
Logo, transformadas em entretenimento, temos à disposição as mais diversas mídias de terror, podendo defini-las como produções em que sentimentos como medo, apreensão ou aversão são intencionalmente estimulados das mais diversas maneiras. Sejam sons misteriosos em um quarto ou imagens que se formam entre as sombras, essas sensações são sempre causadas por pessoas más, monstros horripilantes, animais predadores, entidades cósmicas, desastres naturais ou fantasmas condenados. Em outras palavras: o misterioso, o desconhecido, o inesperado.
Próximos encontros…
O que pretendo através de meus textos aqui na J-Hero não se trata de curiosidade mórbida ou análise rasa das obras, mas, sim, um processo de busca empática ao nos relacionarmos com os personagens que acompanhamos (mesmo não vivenciando as histórias contadas), afinal não há melhor maneira de superar meus seus medos além de enfrentá-los.
Portanto, faço um convite aos leitores e leitoras: todas as noites de domingo não iremos formar um grupo por afinidades, mas vamos conviver ao compartilhar experiências “ruins” — neste caso, sentindo o frio na barriga enquanto experimentamos as sutilezas características do horror nos jogos, filmes e mangás. E não se preocupe se você sente medo, me dê uma chance, pois, assim como problemas cotidianos, o medo compartilhado reduz o seu tamanho.