Olá! Não posso negar a nenhum dos leitores que passarem por mais este post da Hikari em 2017 que este ano foi dedicado ao shoujo mangás (e animês). Já estamos além da primeira metade dele e o simples redator que vos escreve já assistiu mais shoujo do que ele possa ter feito alguma vez na vida. Até já chega a concluir que é o melhor gênero de mangá que se possa consumir (Se alguém que está lendo achar que eu estou exagerando não o culpo, pois esse negócio de choujo é tão cheio de melodrama que acabamos exagerando na hora de descrever).
Enfim, acabei recentemente de maratonar o anime shoujo Lovely Complex – produzido pela TOEI Animation em parceria com a TBS TV e outras redes – e me surpreendi com o bom desempenho da trama em 24 episódios. O que realmente chama a atenção nesse animê foi o cuidado dedicado em sua produção desde a escolha do diretor a alguns membros do cast de seiyuus.
O primeiro fator destaque é a direção é do talentosíssimo Konosuke Uda, conhecido pelo seu trabalho como diretor geral do animê de One Piece e também pela sua atuação em diversos momentos como diretor de episódios na franquia Sailor Moon. Talvez seja esse o motivo de quem assisti Lovely Complex – e por alguma razão também é fã de One Piece – se sentir tão agradável com os momentos de humor da trama, pois ao que parece é um talento de Konosuke Uda transmitir o humor dos mangás para a versão animada.
O segundo sem sombra de dúvida (e isso é uma fala estritamente pessoal) é a atuação da seiyuu Akemi Okamura famosa por ser a voz de Fio Piccolo do longa-metragem Porco Rosso (1992) de Hayao Miyazaki pelo Studio Ghibli, além de Anko Uehara (Great Teacher Onizuka), Saturn (Pokémon), Matihlde Saint-Omer (Shakugan no Shana) e muitas outras incluindo a Nami do animê de One Piece, o que mostra que seu trabalho ao lado de Konosuke Uda já vem de longa data. Em Lovely Complex, Akemi Okumura dá voz à protagonista Risa Koizumi e manda muito bem.
Para finalizar os dados técnicos sobre o animê não posso deixar de citar que ele é uma versão animada do mangá homônimo escrito por Aya Nakahara e foi exibido no ano de 2007, ou seja: há dez anos!
Como já disse é graças ao trabalho em conjunto da equipe dirigida por Konosuke Uda que temos um belo resultado para o animê envolvendo muitas cenas engraçadas (desatei a rir durante muitos momentos enquanto assistia), e também a dose certa de romance. Ver a cada episódio como o relacionamento entre a protagonista Risa Koizumi e seu par romântico Atsushi Otani é um desafio que vale a pena, pois as personagens são carismáticas e contam com o apoio de ótimos coadjuvantes.
Um ponto forte na trama sem dúvida é o plot comum do romance adolescente ser tratado sobre uma perspectiva incomum para um shoujo mangá. Ambos os protagonistas, Riza e Atsushi, não seguem o modelo padrão do bishonen ou da bishoujo (garoto e garota bonita). Não é que eles não sejam bonitos, mas eles não se enquadram no modelo comum que se vê nos mangás do gênero. Riza é magra, de cabelos relativamente longos, mas é muito alta em comparação às demais garotas de sua classe (ela tem 1,72m). Já Atsushi é atlético, popular entre as garotas, mas é muito baixo em relação aos demais meninos da sua classe (ele tem 1,56m). Por esse motivo – e por serem muito brincalhões e sempre serem o centro das atenções da turma com piadinhas – eles foram apelidados pelo professor responsável de All Hashim-Kyojin (definição para uma dupla de comediantes japoneses com alturas diferentes).
Um dos muitos momentos divertidos de Lovely Complex onde a dupla All Hashim-Kyojin arranca risos de quem assiste:
Dessa parceria inevitável e a amizade entre eles nasce o desejo de ajudar um ao outro em superar o complexo existente em torno de suas alturas e assim encontrar o amor. O que eles não contavam é que eles acabam se apaixonando. Essa temática das diferenças é tratada em outros momentos e com outras personagens como Seishirou "Seiko" Kotobuki, um garoto que se veste e age como menina por não se ver como um homem. Mesmo diferente ele é aceito no grupo de amigos da dupla.
É lógico que o melodrama do shoujo não poderia ficar de lado e sofremos junto de Risa durante sua batalha emocinal para conseguir conquistas Atsushi e provar que seus sentimentos são verdadeiros. Você acaba se solidarizando com o trabalho duro dela e aprende que mesmo quando tudo parece perdido, quando se ama, não se deve desistir. Mas aqui vai um conselho meu: Vamos manter a calma também. Não é porque não se pretende desistir que iremos cometer loucuras. No caso de Riza e Atsushi os dois tinham sentimentos mútuos, só não sabiam como fazer isso florescer em um relacionamento. Agora em casos onde uma pessoa não quer dividir um amor como você não se pode obriga-lo a fazê-lo. Estamos entendidos?
No vídeo abaixo estão reunidos alguns dos momentos românticos entre Risa e Atsushi:
Voltando a Lovely Complex… o animê foi muito bem recebido, afinal de contas o mangá original também foi (sendo vencedor do 49° Prêmio Shogakukan de Mangás na categoria melhor shoujo em 2004). A trama também ganhou versões em live action para cinema, um jogo para PlayStation 2 e uma sequela chamada Love com D publicada entre 2009 e 2012 resultante em um volume único.
Partiularmente falando achei o animê muito legal figurando entre um dos melhores já assistidos até aqui no quesito shoujo e recomendo a todos. A mensagem de nunca desistir de um amor faz bem para o coração de qualquer um, principalmente dos apaixonados. Para mim o animê só perde para Kaichou wa Maid-sama!, mas sinta-se livre para discordar. Por aqui a editora JBC publica o mangá desde 2015 e já tem nove dos dezessete volumes nas bancas e livrarias especializadas.
A Hiraki fica por aqui e agradece a sua leitura!
Até a próxima e,,, Sayonara!