[Essa matéria é dedicada à DJ Dini-chan. Desde a minha participação no J-Safio Especial da Redação no ano passado eu prometi que falaria na Hikari sobre o animê Akagami no Shirayuki-hime. Espero que lhe agrade bastante!]
Ruivos sempre serão um mistério aos nossos olhos. Denominado de Rutilismo, a característica genética (recessiva) que dá origem aos cabelos em tons alaranjados/avermelhados,é recorrente em apenas 2% da população mundial e tem sua concetração no território escocês. É claro que existem ruivos em outras partes do mundo, mas nada tão evidente como norte europeu.
Lendas antigas, principalmente dos povos celtas e vinkings, recorriam aos tons avermelhados dos cabelos para representar as fadas ou entes espirituais da natureza. Dito isso, por muito tempo os ruivos foram sinal de mau agouro, comparado a bruxos, ou tidos como sinal de sorte (muito confuso isso!).
Tanto que nos contos de fadas era comum que a princesa/donzela que descendia das fadas ou das outras entidades mágicas fossem ruivas. O vermelho, de um modo geral, sempre foi associado a elementos importantes. Desde a antiguidade os fenícios produziam a tintura através de um molusco do Mar Mediterrâneo para tingir peças de roupas e tapeçarias que seriam usadas por reis e nobres.
Por isso as duas personagens destaque desta matéria são especiais: são ruivas e estão ligadas à realeza.
Vou começar por Shirayuki do animê Akagami no Shirayuki-hime. Em tradução literal seria: Princesa Branca de Neve dos Cabelos Vermelhos. Te lembrou de alguma coisa? Vai lembrar, pois a história da trama gira em torno da jovem herbalista Shirayuki que após ser escolhida para ser uma concubina de um principe egoísta e nada galante de seu reino foge a fim de manter sua liberdade.
No caminho ela encontra um jovem príncipe de cabelos brancos e sorriso fácil de nome Zen. O jovem príncipe (ainda sem revelar sua identidade) salva a moça de ser envenenada por uma maçã e dali nasce uma amizade que aos poucos floresce em um amor mútuo. (E agora? Depois dessa sinopse deu para sacar alguma coisa?)
Em duas temporadas de 13 episódios adaptados de um mangá original com atualmente 17 volumes e em publicação desde 2006, a trama de Sorata Akizuki é uma licensa poética bem bonita do conto de fadas europeu, popularizado primeiro pelos irmãos Grimm e depois (de forma mais fantasiosa e menos trágica) por Walt Disney, Branca de Neve e os Sete Anões. Só que dessa vez sem as sete figurinhas.
O amor entre Shirayuki e Zen poderá ser impedido? Espero que não!
Shirayuki, a Branca de Neve, não morde a maçã e mesmo assim conhece Zen, o príncipe encantado, e dá início ao belo romance cheio de muitos problemas. Diferente de sua inspiração dos contos de fadas a "Branca de Neve dos mangás" não era de família real (ou pelo menos ainda não é, lembre-se que a trama ainda não acabou) e vive os dilemas de ter um relacionamento com um príncipe de um reino estrangeiro.
Por falar em contos de fadas… Os cabelos vermelhos de Shirayuki me lembram também o famoso capuz de Chapéuzinho Vermelho. As cenas onde vemos Shirayuki caminhando livre pela floresta (no início do animê) ou carregando cestos cheios pelo corredor do palácio de Clarines (onde trabalha como herbalista real) são uma outra ótima referência.
Infelizmente o animê nos mostra apenas um grande primeiro arco que culmina com o amadurecimento do relacionamento entre ela e seu amado Zen. Muita coisa boa sobre o romance fica a desejar, pois embora seja evidente que eles se amam (temos até umas trocas de beijos e carícias) ainda não foi devidamente testado. Uma rival no amor (ou o contrário), um potencialização nas ações de Izana (irmão mais velho de Zen) contra o relacionamento de um príncipe e uma plebeia… Enfim, o que se pode dizer sobre a trama é que a personalidade de Shirayuki é de um primor só.
Espírito livre, determinada, amável, gentil, carinhosa e trabalhadora Shirayuki é o modelo de Yamato Nadeshiko difundido pelos japoneses. O mangá nos mostra uma mulher com todos os princípios que se espera de uma boa esposa. Só que ela não é submissa. Shirayuki sempre pensa no próximo antes de si, mas jamais deixa que isso atrapalhe a sua felicidade. Uma mulher moderna: amorosa e desejável além de independente.
Em outra perspectiva…
A princesa do reino de Kouka, Yona, era o exemplo do tipo de mulher que nem me pagando eu namoraria. Mimada, obsoleta e cega para as coisas que a cercam. Sou muito mais a Shirayuki na hora de escolher alguém (fica a dica para quem quiser se candidatar). Só que Yona não é mais assim.
Protagonista do animê de duas temporadas inspirado no mangá original Akatsuki no Yona de autoria de Mizuho Kusanagi atualmente com 21 volumes publicados. Foragida em seu próprio reino após seu primo e primeiro amor Soo Woon assassinar seu pai e assumir o trono, Yona, uma jovem princesa ingênua e mimada vê seu mundo mudar e sai em uma aventura para sobreviver.
Em busca dos quatro dragões de uma antiga lenda, a qual ela é a encarnação de um herói, a ruiva abandona seu lado nobre para viver junto das pessoas de seu reino enfrentando perigos e a ameaça de bandidos e nobres de reinos estrangeiros. Junto de Hak, seu guarda-costas, ela descobre que a vida é muito mais que vestidos e palácios e começa a se transformar em uma mulher que se deve admirar pela garra em enfrentar o perigo mesmo em meio ao mais intenso medo.
Yona e Hak, um relacionamento mestra e servo que pode ir mais longe!
Hak, seu escudeiro, é apaixonado por ela, mas não vê chances de se confessar. Vê-la feliz é o que deseja. Já Yona começa avê-lo como alguém especial e fica perdida ao descobrir que está apaixonada. Até o capítulo 132 (o mais recente traduzido por scans brasileiras) o romance não deu margens de que vai para frente, mas a trama promete.
Yona é o contrário da Yamato Nadeshiko que encontramos na figura de Shirayuki. As duas ruivas tem personalidades fortes e cheias de uma alegria que contagia. Para o #MêsdosNamorados da Rádio J-Hero falar dessas duas aqui é primeiro ressaltar que a paixão é um elemento que sempre deve ser avaliado em um relacionamento. Nos dois casos citados ela exste, mas mesmo só a paixão não é suficiente para que exista algo especial.
É preciso enfrentar desafios e as duas nos ensinam como isso é possível. Mesmo sendo um shoujo acredito que a lição vale para todo mundo. E você já teve uma paixão rubra? As ruivas são criaturas sedutoras e cheias de energia. Contudo lembre-se: não precisa ter as madeixas vermelhas para ser tão poderosas e afeitvas quanto elas. O que importa é amar!
Até a próxima e… Sayonara!