É possível haver ainda alguma novidade relevante em 2013 depois do assombroso sucesso de Shingeki no Kyojin? Pois os lançamentos da Temporada de Outono prometem deixar o final de ano dos otakus ainda mais interessante.
Estreou em 2 de outubro no Japão um anime digno de toda atenção. O primeiro episódio de Coppelion foi ao ar e causou tão boa impressão a ponto de superar o atraso de aproximadamente dois anos em seu lançamento.
A adaptação do mangá de Tomonori Inoue, lançado em 2008 e atualmente no volume 19, estava prevista para 2011, mas teve que ser adiada devido ao desastre nas usinas nucleares de Fukushima no mesmo ano.
Em 2016 uma catástrofe nuclear contamina completamente a cidade de Tóquio, obrigando o governo a evacuar os moradores. O alto nível de radiação transforma a capital japonesa em uma metrópole fantasma. Vinte anos depois, a Força Terrestre de Autodefesa do Japão passa a receber sinais de possíveis sobreviventes e envia três garotas, modificadas geneticamente para suportar a radiação, em uma missão de resgate. Sendo assim, Ibara Naruse, Aoi Fukasaku e Taeko Nomura vão tentar desbravar uma gigantesca selva de pedras onde o perigo pode aparecer em qualquer direção.
Em uma breve análise, vamos falar sobre os três primeiros episódios, tomando sempre o cuidado de evitar os terríveis spoilers. Mas antes, é preciso lembrar que: assim como um livro não pode ser julgado pelo seu filme, o foco dessa matéria será mantido apenas no anime. O mangá seria assunto para outra ocasião.
O primeiro episódio apresenta as protagonistas e mostra um pouco de Tóquio, ou pelo menos o que restou dela em 2036. O forte clima de suspense é harmonizado pela bonita, apesar de destruída, paisagem da cidade. O clima de mistério acaba conduzindo o espectador a esperar pelo próximo episódio em busca de mais informações e do seguimento de uma história particularmente imprevisível.
A animação também é destaque. As imagens são compostas por traços bem clássicos. Tanto que em algumas cenas mais movimentadas parece que o espectador está folheando rapidamente as páginas de um mangá colorido, muito bem desenhado, diga-se de passagem. Aliás, as cores são bastante suaves. E a ausência de tons mais berrantes alimenta ainda mais a sensação de que um enredo denso e sério está prestes a se desenrolar.
Nos dois episódios seguintes, Ibara, Aoi e Taeko vão pouco a pouco realizando suas missões onde o êxito e o fracasso não são extremos muito distantes. As pessoas a serem resgatadas demonstram-se decididas e carregadas de ideologia, provocando situações pelas quais as três colegiais não foram advertidas durante os treinamentos. Pouco a pouco podemos perceber também que ciência e tecnologia estarão em confronto constante com os valores humanos nos diálogos dos personagens.
O anime segue um ritmo incomum que pode causar bastante estranheza logo de início. A frequente oscilação entre cenas de drama e de ação podem desanimar os espectadores menos preocupados com o eixo-central da série. A baixa taxa de renderização (que deixa os personagens com “bordas”) pode assustar os mais perfeccionistas. No entanto, tudo parece propositadamente colocado para realçar ainda mais as surpresas futuras na trama.
Esse é o ponto de partida deste seinen de ficção cientifica que chegou para brigar por um lugar ao sol entre os melhores de 2013. Coppelion está sendo produzido pelo estúdio GoHands (Princess Lover!, Mardock Scramble e Asa Made Jugyo Chu!), sob a direção de Shingo Suzuki (Gantz, Trinity Blood e Witch Blade), com classificação de 14 anos na TV japonesa.
Para quem gosta de fugir do senso comum, Coppelion é uma alternativa diferente em todos os sentidos que promete não decepcionar quem estiver na frente da telinha.
E aí, já assistiu Coppelion? Quais foram suas primeiras impressões? Deixe sua opinião nos comentários.