Eu soube da existência deste título através de uma revista especializada em cultura japonesa e o enredo atraiu minha curiosidade, porém tive que esperar um certo tempo para finalmente poder assistir a esta obra.
Enredo
Para entender melhor sobre Mushishi, tenho que explicar algumas coisas.
Cada episódio de Mushishi é uma história isolada sem seguir uma ordem cronológica entre si, as histórias se passam em um Japão imaginário, que fica entre as eras Edo e Meiji, pois já se tem um certo nível tecnológicos, contudo ainda é um país fechado para o mercado exterior.
Um termo que se verá e é explicado é sobre a natureza dos mushis (tradução literal de inseto), porém os mushis nesta obra são seres sobrenaturais que por estar tão próximos do rio da vida que transcendem um corpo físico e podem ser comparados a ayakashi (espíritos).
Como a autora autora criou essas criaturas, ela mesma explica no fim do volume 1 do mangá, os mushis têm a características dos insetos, que é não possuir consciência de si e apenas buscam sobreviver.
Outro termo bastante visto é o próprio título do da obra Mushishi (tradução livre pode ser entendida como colecionador ou senhor dos insetos), são eles que mantém o equilíbrio ente o mundo físico e o mundo dos mushis.
O trabalho de mushishi é estudar, preparar medicamentos contra os efeitos nocivos de algumas espécies e tentar descobrir o máximo que puder em relação ao mundo dos mushis.
Agora que algumas coisas foram esclarecidas, posso dar uma pequena introdução ao anime.
Como já foi dito anteriormente, cada episódio é uma história diferente e cada história envolve algo diferente, tem algo único a passar e vemos os conflitos, pesquisas e soluções e do dia-a-dia de mushishi, acompanhamos as aventuras de Ginko através desse Japão imaginário e percebe-se que a vida de viajante não é tão simples quanto se parece.
Personagens Principais:
Mushishi é uma obra de poucos personagens e ao longo da trama vemos personagens interessantes, porém têm-se apenas dois personagens que se destacam em todos os episódios:
Ginko: Mushishi japonês de aparência nada japonesa, é obrigado a viver como viajante porque quando ele fica muito tempo em um lugar começa a ter uma concentração excessiva de mushi local, isso pode trazer mal agouros e aconteceu por se envolver com “Tokoyami” (mushi raro e pouco estudado).
Mushi: Cada um tem suas próprias características, peculariedade e efeitos, algumas vezes tornam-se os personagens principais dos episódios.
Ficha Técnica:
Mushishi é originalmente um mangá do gênero seinen (mangá voltado ao público adulto) e tem subgêneros sobrenatural.
O mangá teve sua primeira publicação em 1999 e terminou em 2008, a obra foi publicada pela revista Afternoon (revista periódica da Kodansha) e foi desenvolvido pela mangaká Yuki Urushibara.
O mangá possui dez volumes encadernados no Japão e é um bom produto para uma editora que quer apostar em um bom título curto e de boa qualidade.
A adaptação de Mushishi para as telinhas estreiou no dia 22 de outubro de 2005 pelo canal TV Fuji (os 20 primeiros episódios) e terminou em 18 de junho de 2006 (os episódios 21 ao 26 foram exibidos pelo canal BS Fuji), o anime teve a direção de Niroshi Nagahama (mesmo diretor de Detroit Metal City), produzido pelo estúdio ArtLand(REBORN!) e conta com 26 episódios.
Mushishi passou por diversos canais e inclindo a TV Fuji, BS Fuji e passou no extinto canal Animax Brasil, mas pelo visto sua passagem foi breve e sem muito sucesso.
Essa obra fez tanto sucesso no Japão que em 2006 ganhou um longa-metragem em live-action, dirigido por ninguém menos que Katsushiro Otomo (mesmo criador de Akira) e estreiou mundialmente n o dia 24 de março de 2007 no festival de Veneza.
Para coroar o sucesso, a gigante empresa de games Nintendo produziu um jogo para Nintendo DS baseado na série.
Prêmios:
Mushishi ganhou vários prêmios e tem a atenção do mundo por conseguir com simplicidade tudo o que tem, confira abaixo a lista de prêmios:
2003 – Japan Media Arts festival;
2006 – Kodansha Manga Award;
2006 – Mushishi ganhou dois prêmois na 5ª edição do prêmio tokyo Anime Award, na categoria de melhor série de televisão e diretor de arte (para Takashi Waki).
Entre os Mushis e Mushishis
Cada episódio de Mushishi tem uma mensagem própria para passar, cada ensinamento é algo valioso para agregar aos nossos hábitos, mas como são 26 episódios e cada um tem algo a passar, e isto seria algo relativamente longo e cansativo tanto para você quanto para mim, então eu colocarei as essências que se tem em todos os episódios.
A primeira mensagem é o respeito que devemos ter em relação à natureza e refletir sobre nossas ações que impactam diretamente o meio-ambiente e por sabermos como ela age, somos nós que devemos nos adaptar ao meio-ambiente.
E em muitos episódios, vemos Ginko resolver seus casos, porém a obra acaba retratando as emoções humanas com uma certa profundidade que você acaba se envolvendo por descobrir os medos, felicidades, tristezas e amor.
Um ponto a ser destacado é no dia-a-dia de uma pessoa que faz pesquisas e resolve casos, porém esse anime não é recheado de ações e grandes aventuras, é um anime que demostra a relação humana com os mushis e mostra o medo e a descrença deles.
Outro ponto a destacar é a beleza e simplicidade se destacam tanto no mangá quanto no anime, há uma leveza no traço e é algo totalmente diferente, é bastante inovador para as séries que hoje usam e abusam de computação gráfica, e isso se reflete no anime onde vemos os personagens de forma simplificada e os cenários de uma riqueza absurda e essa simplicidade é um dos atrativos de Mushishi.
Então deixo para você a tarefa de descobrir qual a mensagem individual de cada episódio e comente qual seu episódio favorito ou se tiver algum título que queira ver aqui na Filosofia Otaku.