Sinopse

Suzu é uma estudante tímida do ensino médio que vive em uma vila rural. Durante anos, ela foi apenas uma sombra de si mesma. Mas quando ela entra em “U”, um enorme mundo virtual, ela escapa para sua persona online como Belle, uma cantora linda e mundialmente amada. Um dia, seu show é interrompido por uma criatura monstruosa perseguida por vigilantes. À medida que a caçada aumenta, Suzu embarca em uma jornada emocional e épica para descobrir a identidade dessa misteriosa “besta” e descobrir seu verdadeiro eu em um mundo onde você pode ser qualquer um.

Ultimamente tenho me surpreendido bastante com os reviews que estamos fazendo, pois animações que eu penso que vão ser só mais do mesmo na verdade não são. Esta foi um exemplo claro disso: eu estava esperando algo totalmente diferente com uma temática diferente, mas acabei me impressionando e agora entendo por que essa obra foi tão aplaudida em festivais.

Belle nos traz uma sociedade futurística, porém não muito longe da que estamos hoje, com muitos traços de outras obras como A Bela e a Fera da Disney, que foi o que deu inspiração para essa animação, só que com outra abordagem e também com uma moral totalmente diferente, tornando-a única.

Vários assuntos muito importantes são apresentados nessa obra como toxicidade em redes sociais e também traumas, tudo com perfeita maestria. Isso leva quem está assistindo a várias vezes se enxergar nos personagens, pois é algo pelo qual passamos todos os dias e ao mesmo tempo foge dos clichês e finais de contos de fada.

A trilha sonora foi muito importante nesta obra: as músicas cantadas no filme envolvem quem está assistindo, então vale muito a pena prestar atenção nelas, assim como sua animação, que em muitos momentos é muito bem detalhada, porém em outros são simples e com um certo desleixo proposital, o que em minha opinião ficou muito interessante.

O enredo do filme e seus personagens são muito bons e desenvolvidos: a questão de usar a rede social que vemos na obra achei genial pois é algo que todos nós conhecemos bem, então fica muito mais fácil entender certos pontos que são mostrados. Vemos que o autor teve total liberdade criativa na obra, o que resultou na ficção fantástica da mesma.

Resumindo: Belle é, sim, um filme muito bom que não deixa nada a desejar em qualidade de animação e trilha sonora. Mas não e só isso: a história também é envolvente, e os personagens, muito carismáticos, principalmente a protagonista Suzu, que é muito bem explorada na obra. Recomendo muito que todos assistam e espero não ter dado spoiler para se surpreenderem tanto quanto eu.

Vicky

O diretor japonês Mamoru Hosoda tem uma carreira consolidada no mundo dos animes, tendo trabalhado como produtor, roteirista e diretor, assim como também como animador, de séries e filmes como Digimon, Dragon Ball Z, Sailor Moon, Yū Yū Hakusho, entre outros. Em 2011, ele fundou o Studio Chizu, tendo produzido quatro animações premiadas, sendo a mais recente Belle, que foi exibida no Festival de Cannes 2021, no qual foi aplaudida por 14 minutos!

Sem dúvidas, uma das melhores coisas sobre este filme é sua animação incrível! O mundo real é retratado com animação 2D enquanto o mundo U é renderizado em CG, e o Studio Chizu soube extrair o melhor de ambos. A cidade de Suzu nos é apresentada com pinceladas ricas e ótimas paletas de cores pitorescas, e as expressões dos personagens vão variando sutilmente, desde detalhes nas sobrancelhas até a questão de como choram. Já U está repleto de cores vibrantes, com ambientes complexos de ficção científica!

Suzu se sente traída e abandonada após a morte de sua mãe e se faz alguns questionamentos: “Por que a vida de um estranho era mais importante do que sua vida comigo? Por que estou sozinha?” Ela meio que ignora sua rede de apoio – seu pai, amigo de infância e os antigos amigos cantores de sua mãe – para vestir o papel de reclusa e se recusar a se envolver com o mundo.

Ao conhecer a Fera, ela fica imediatamente intrigada com o quão isolado ele parece do resto de U e como ele luta ferozmente contra qualquer um que tente derrotá-lo ou descobrir sua identidade, decidindo investigá-lo por conta própria: tudo caminha para um drama em que Suzu pode aprender a se conectar com outra pessoa através da realidade virtual, e ambos se ajudarem a apreciar as pessoas em suas vidas, que já os amam!

Dentro e fora do mundo virtual, a protagonista encara uma jornada de descobertas e autoconhecimento, que perpassa por questões como amizade, amor, relação familiar e até mesmo violência. Um dos pontos que também quero ressaltar é a trilha sonora: as músicas que são cantadas por Belle nos envolvem tendo letras envolventes e que externam bem os sentimentos de Suzu. Depois eu pretendo escrever mais sobre isso em minha coluna, com spoilers, mas por enquanto fica aqui apenas a minha recomendação!

Ficha técnica

  • Filme: Belle: Ryū to Sobakasu no Hime
  • Ano: 2021
  • País: Japão
  • Duração: 121 min
  • Direção: Mamoru Hosoda
  • Roteiro: Mamoru Hosoda