Olá! Tivemos um pequeno imprevisto, mas estamos de volta (eu e a Vicky) para falar de uma obra que saiu na Netflix nessa última semana, então venham acompanhar nossas impressões sobre Super Crooks.

Haydaru

Super Crooks foi uma grata surpresa para mim, eu estava totalmente por fora do seu lançamento quando recebi a sugestão da Vicky para falar sobre ele e me surpreendi muito com seus personagens e sua história cativante. Eu não cheguei a ler as HQs de Super Crooks, mas com certeza vou procurar, pois fiquei realmente interessado na história. Foi uma coisa que eu não esperava ver, bem diferente do que estamos acostumados em obras com essa temática de super-heróis.

É impossível não comparar o anime com O Legado de Júpiter devido a várias referências que percebi durante os episódios, e me pergunto por que não fizeram algo assim com o live-action (?) que teria ficado muito melhor do que ficou: cansativo e morno.

Sinopse

Johnny Bolt recruta um bando de supervilões pé de chinelo para fazer um grande assalto. O alvo: um implacável chefão do crime. O que poderia dar errado?

Vicky

Super Crooks é uma HQ que faz parte do conhecido Millarworld. São histórias feitas por Mark Millar e que se passam no mesmo universo que O Legado de Júpiter. Nos quadrinhos, a premissa é de um protagonista (Johnny Bolt) e seus comparsas sendo presos pelo Gladiador enquanto assaltam joalherias. Daí ocorre um salto temporal de cinco anos, e a história começa de fato: um antigo amigo do grupo de ladrões aparece com uma dívida imensa, e eles vão planejar um assalto para livrar a cara dele. Mas, para cada ladrão, há mais de 20 heróis, o que dificulta o assalto, e eles então decidem assaltar em outro continente.

E por que comecei falando a respeito da HQ? Porque, de forma geral, a tendência é de que a obra original tenda a ser superior do que as adaptações que são feitas a partir dela, mas esse não parece ser o caso. Nos quadrinhos, o ritmo é muito acelerado e não consegue desenvolver bem os personagens(a HQ original tem somente quatro edições, que se dedicam totalmente a história do assalto). Já na animação, metade da história é justamente o desenvolvimento desses personagens, como o Johnny Bolt virou vilão, além de aprofundar também os personagens secundários.

Haydaru

No anime, acompanhamos Johnny na sua aventura descobrindo seus poderes. Quando ele chega na fase adulta, acaba enxergando que ser vilão é muito mais divertido do que fazer parte da União da Justiça (os mocinhos). Com apenas 13 episódios, Super Crooks se destaca pela leveza e seus vilões, que são muitos e um mais forte que o outro. Isso foi uma das coisas que mais me prenderam no anime, pois, na minha opinião, muitas vezes vilões são muito mais interessantes que os mocinhos. Gostei muito da forma que desenvolveram os personagens Johnny e Kasey, que são vilões fantásticos, e não só eles, como os outros personagens são muito bem desenvolvidos, o que não deixa o anime arrastado e cansativo. Adorei!

Vicky

O episódio de abertura de Super Crooks tem todas as características de uma trágica história de origem supervilão. O jovem Johnny Bolt percebe que tem o poder de gerar eletricidade, mas o adolescente é intimidado e, em um momento de raiva, eletrocuta muitos alunos até a morte em uma piscina depois de ter sido provocado por um valentão (ou seja, o vilão que se deriva de um evento traumático).

A série foi dirigida por Motonobu Hori em sua estreia solo como diretor após anos de trabalho em projetos como Psycho Pass e a trilogia de filmes Berserk. A maior parte das ações é muito bem executada e variada; a animação é sólida, lisa e fluida: os animadores do Studio Bones (conhecido por Soul Eater, Fullmetal Alchemist, My Hero Academia, entre outros) encontraram inúmeras maneiras de usar os poderes bastante simples dos elencos principais. As melhores partes da série, nesse sentido, são as execuções dos assaltos, os poderes trabalhando em conjunto. Se fosse apontar um ponto fraco, eu diria que é o roteiro, que deixa um pouco a desejar.

Quando ocorre um salto de tempo, a história faz uma parada brusca no momento em que estamos prontos para o clímax, e nessas voltas e reviravoltas, eu acho que matou um pouco o fluxo que caminhava para os melhores momentos, ao invés de permanecer no dinamismo que a série estava. Acho que ter abandonado a ação crescente para começar de novo com outras dinâmicas não foi a melhor escolha e acabou prejudicando o ritmo.

Haydaru

A trilha sonora desse anime também é uma coisa maravilhosa: a opening eu gostei bastante, assim como todas as OSTs apresentadas durante os episódios deram um charme a mais para toda a obra (vou compartilhar a opening e a ending com vocês). Também a animação utilizada com muito sangue e violência caiu como uma luva, me lembrou muito Invencível, outra animação com a mesma temática, produzida pela Amazon.

Vicky

Super Crooks é uma mistura perfeita de dois gêneros, com todos os aspectos que os fãs esperariam de cada um. Há muita diversão e violência, e apenas o ritmo instável inviabilizou um pouco, o que eu poderia classificar como uma ótima temporada de anime. Mas a meu ver, Super Crooks cumpriu o que prometeu mesmo com alguns tropeços substanciais, mas super recomendo que assistam!

Haydaru

Resumindo: Super Crooks é um anime muito gostoso de se ver, sem enrolação e muito bem desenvolvido. Possui uma animação boa, com efeitos lindos e uma história envolvente demais, sem falar na trilha sonora. É uma série de anime cheia de conspirações, crimes e abundantes personagens. Existem muitas ironias apresentadas em um mundo de supervilões e super-heróis, e, muitas vezes, a linha entre o bem e o mal se cruza. De que lado você ficará? Recomendo muito todos vocês maratonarem, pois vale muito a pena!

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