Olá, jovens gafanhotos! Tuzi de volta, desta vez em ritmo de dia dos namorados! Hoje vamos conhecer mais um dos grandes contos chineses com um tema romântico e agridoce: Liángzhù, os amantes borboletas.

Um dos Quatro Grandes Contos Folclóricos da China

Este conto está entre os Quatro Grandes Contos Folclóricos da China; seu nome original, e mais conhecido, é Liángzhù (梁祝), que deriva da junção do sobrenome dos dois personagens principais dessa lenda: Liáng Shānbó (梁山伯) e Zhù Yīngtái (祝英台).

Os outros três são: Bái Suzhēn e o conto da Cobra Branca, Qīxì: o Boiadeiro e a Tecelã e Lady Mèngjiāng. A história do conto se passa durante a dinastia Jin Oriental — 266–420 d.C. —, já seu registro mais antigo é do final da dinastia Táng, por volta de 907 d.C. O folclore em torno dessa lenda também conta com um templo dedicado a Liáng Shānbó e o Parque Cultural Liángzhù, que contém vários cenários descritos no conto.

Para sempre juntos, como borboletas

Zhù Yīngtái é a única mulher de nove filhos da rica família Zhù do distrito de Shàngyú, na província de Zhèjiāng. Embora as mulheres sejam tradicionalmente desencorajadas a seguir atividades acadêmicas, Yīngtái consegue convencer seu pai a permitir que ela assista às aulas disfarçada de homem.

Durante sua jornada para a cidade de Hángzhōu, onde estudaria, ela conhece Liáng Shānbó, um estudioso da cidade de Kuaiji — a atual Shàoxīng. Eles conversam e sentem uma grande afinidade um pelo outro no primeiro encontro. Sendo assim, eles recolhem um pouco de terra para usar de incenso e fazem o juramento de fraternidade no pavilhão de uma ponte de madeira.

Eles estudam juntos nos próximos três anos na escola de Hángzhōu, e Zhù Yīngtái gradualmente se apaixona por Liáng Shānbó. Embora Liáng seja igual a Yīngtái em seus estudos, ele ainda é um leitor ávido e não percebe as características femininas exibidas por sua colega de classe.

Um dia, Yīngtái recebe uma carta de seu pai, pedindo-lhe que volte para casa o mais rápido possível. Ela, vendo-se sem escolha, embala seus pertences imediatamente e se despede de Liáng Shānbó. No entanto, em seu coração, ela já confessou seu amor pelo amigo e está determinada a estar com ele por toda a eternidade.

Antes de sua partida, ela revela sua verdadeira identidade para a esposa do diretor e pede que ela passe um pingente de jade para Liáng Shānbó como um presente de noivado.

Liáng Shānbó acompanha seu “irmão de juramento” por 18 milhas para se despedir dela. Durante a viagem, Yīngtái tenta sugerir de várias formas ao amigo que é uma mulher ousando até a compará-los com um par de patos mandarim — o símbolo dos amantes na cultura chinesa —, mas Liáng Shānbó não percebe suas insinuações e nem mesmo tem a menor suspeita de que seu companheiro seja uma mulher disfarçada.

Rendida, Zhù Yīngtái finalmente tem uma ideia e diz ao amigo que ela será uma casamenteira para ele e a “irmã” de Zhù. Antes de se separarem, Zhù Yīngtái lembra Liáng Shānbó de visitar sua residência mais tarde para que ele possa se casar com sua “irmã”. Após isso ambos relutantemente se separam no pavilhão do condado de Chángtīng.

Meses depois, quando Liáng Shānbó visita Zhù Yīngtái, ele descobre que seu “irmão de juramento” é, na verdade, uma mulher. O amor floresce, e ambos se tornam devotados e apaixonados um pelo outro fazendo um voto no sentido de “até que a morte nos separe“.

Todavia, a alegria do reencontro durou pouco, pois os pais de Yīngtái já haviam prometido que ela se casasse com um rico comerciante: Mǎ Wéncái. Liáng Shānbó fica de coração partido ao ouvir a notícia, e sua saúde piora com o tempo devido à tristeza, até que ele morre um tempo depois como magistrado do condado.

No dia do casamento de Zhù Yīngtái com Mǎ Wéncái, fortes ventos impedem a procissão do casamento de acompanhar a noiva pelo caminho longe do túmulo de Liáng Shānbó, que fica ao longo da jornada. Zhù Yīngtái então deixa a procissão para prestar sua homenagem no túmulo de seu amigo e amado.

Ela chora em desespero amargo ao encontrar o local e acaba por implorar aos deuses para que o túmulo se abra. De repente, o túmulo se abre com um raio. Sem mais hesitações, Zhù Yīngtái se joga na sepultura para se juntar a Liáng Shānbó. Por um momento nada acontece, mas então, no instante seguinte, seus espíritos emergem na forma de um par de borboletas e voam juntos, para nunca mais se separarem.


E é isso jovens gafanhotos, espero que tenham gostado! Vejo vocês em breve!