Olá jovens gafanhotos! Hoje, esta coelha traz para vocês uma das lendas mais populares da Tailândia: Mæ̀ Nāk Phrak̄honng. O conto é sobre uma mãe e esposa que se tornou um terrível fantasma.

A jovem mãe do rio Phrak̄honng

Mæ̀ Nāk Phrak̄honng, em tradução literal para o português, seria algo como Mãe Nak do rio Phrak̄honng. Ela é uma figura folclórica muito presente no imaginário tailandês devido a sua trágica história. Conhecida como um dos fantasmas mais assustadores da Tailândia, ela possui inúmeros filmes dedicados à sua lenda.

A lenda

Nāk era uma jovem muito apaixonada por seu marido Māk. Ambos viviam às margens do rio Phrak̄honng em um povoado que levava o mesmo nome.

Quando ela engravidou, o casal ficou imensamente feliz aguardando a chegada do primeiro filho. Infelizmente, Māk acaba sendo recrutado e enviado para a guerra. Mæ̀ Nāk, sozinha, decide aguardar seu retorno esperando que ele volte para o nascimento do filho. Os meses passam, e Māk, após passar por diversos momentos tensos, acabou gravemente ferido.

Māk precisou passar um tempo se recuperando. Por conta disso, estava longe de Mæ̀ Nāk quando ela entrou em trabalho de parto. Mæ̀ Nāk teve um parto difícil e tanto ela quanto seu filho acabaram morrendo durante o processo.

A lenda conta que, depois de se recuperar, Māk voltou ao povoado e encontrou sua esposa e o filho recém-nascido o esperando. Tomado pela felicidade, ele ignora os avisos de seus vizinhos de que ele está vivendo com o fantasma de sua família. Sua ilusão dura até o dia em que ele observa sua esposa preparando uma refeição.

Enquanto a vigia, Māk vê que algumas partes do corpo dela tornam-se inexistentes e então voltam a ser visíveis. Decidido a fugir dela sem que ela saiba, ele espera até o anoitecer dando-lhe uma desculpa para sair da casa.

A princípio, Mæ̀ Nāk não percebe, porém, após alguns minutos depois, seu marido não retorna, e ela então sai para procurá-lo e descobre que ele fugiu. Mæ̀ Nāk o persegue disposta a trazê-lo para casa; contudo, Māk a vê procurando-o e decide se esconder atrás de um arbusto de Blumea, de cujas folhas, de acordo com o folclore tailandês, os fantasmas têm medo.

Vendo-a seguir para longe, Māk corre para um templo, pois fantasma não pode entrar ali, já que é um lugar sagrado. Neste lugar, ele pede ajuda aos monges.

Triste e desesperada por seu marido tê-la deixado, Mæ̀ Nāk começa a assombrar o povo de Phrak̄honng, culpando-os por fazerem Māk deixá-la. No entanto, o fantasma de Mæ̀ Nāk é capturado por um poderoso monge budista que residia no templo que Māk se escondeu. Exorcizando-a, o monge confina o fantasma de Mæ̀ Nāk em uma jarra de barro e joga o objeto no rio.

Algumas versões dessa lenda dizem que, um tempo depois, um casal de idosos recém-chegado ao povoado de Phrak̄honng encontra a jarra enquanto pesca. Curiosos, eles abrem o receptáculo, e Mæ̀ Nāk é libertada.

Descobrindo que Mæ̀ Nāk está livre novamente o monge Somdet Phra Phutthachan é chamado para expurgar o fantasma novamente, dessa vez prendendo-a em um cinto. Em uma versão alternativa dessa lenda, o monge garantiu a Mæ̀ Nāk que em uma vida futura ela se reuniria com seu amado marido e seu filho, portanto o fantasma partiu voluntariamente para a vida após a morte.

Origem incerta

Em uma de suas pesquisas, Anek Nawikamul, um historiador tailandês, investigou a história e encontrou um artigo no jornal Siam Praphet escrito por KSR Kularb, datado de 10 de março de 1899.

Nesse artigo, Kularb afirmou que a história de Mæ̀ Nāk foi baseada na vida de Amdaeng Nāk, filha de um líder Tambon Phrak̄honng chamado Khun Si. Amdaeng Nāk morreu durante o parto; todavia, o recém nascido sobreviveu.

Seu filho, já crescido, preocupou-se com a possibilidade de o pai se casar novamente e a sua herança ser compartilhada com a madrasta. Por conta disso, inventou a história sobre o fantasma de sua mãe.

Ele se vestiu com roupas de mulher e jogou pedras nos barcos que passavam para fazer as pessoas pensarem que era o fantasma de Nāk. Por conta de suas pesquisas, Kularb acredita que o marido de Nāk não se chamava Māk, mas, sim, Chum.

Assim como muitos outros fantasmas e seres da mitologia tailandesa, Mæ̀ Nāk também tem um santuário e é cultuada como uma forma de acalmar seu espírito revoltado.


E por hoje é só, jovens gafanhotos! Espero que tenham gostado! Vejo vocês na semana que vem!