Dois mil e quinze finalmente chegou e que tal começar o ano conhecendo um conto de terror? Eu sei que muitos não gostam muito deste tipo de história, mas já parou para pensar que esses tipos de histórias que mostram muito o interior humano?
Em muitas destas histórias podemos ver que o maior medo do ser humano é voltar à era primitiva, onde temos de caçarmos uns aos outros. Zumbis, massacres onde seus protagonistas são pessoas aparentemente normais, mas que adoram matar seus semelhantes por simples diversão.
É… Muitos filmes de terror não são apenas para nos dar sustos e não nos deixar dormir à noite, muitas trazem uma mensagem subliminar bem escondida que só percebemos quando paramos para pensar por muito tempo.
Bem, eu poderia ficar falando sobre isso por um longo tempo, mas este não é o tema desta semana, então vamos para o que nos interessa. Peguem uma pipoca e coloquem os cintos, pois iremos para a Coreia do Sul!
Decolando…
Por que estou falando de um conto de terror em uma coluna sobre cultura?
Bom, em primeiro porque o conto é uma lenda urbana sul-coreana. E em segundo, porque lendas urbanas fazem parte da realidade cultural de um povo, pois é assim que conhecemos muitas de suas crenças. Seria como o Saci, a Mula-Sem-Cabeça, a Loira do Banheiro, entre outros, para nós aqui do Brasil.
Muitos já devem ter visto esse conto em uma de suas viagens na internet. Mas esta é uma história tão legal, que vale a pena ver novamente.
O Fantasma de Bongcheon Dong
Esse conto em formato webcomic foi produzido por Horang, pseudonome que Choi JongHo encontrou para postar suas histórias aterrorizantes.
Horang tem 28 anos, é ilustrador e possui no seu currículo diversas histórias de terror (conheça todas as suas histórias aqui).
Quanto a Bongcheon Dong, este era um bairro pobre de Seul e mais tarde teve seu nome mudado para Euncheon Dong. Nele há um complexo de apartamentos onde a protagonista dessa história mora.
O fantasma que se encontra no conto, é a senhora Cho, uma mulher de 33 anos que se divorciou por causa de seu caso extraconjugal e ao perder a guarda de sua filha de dois anos decidiu se suicidar. Após o ocorrido seu fantasma fica vagando pelas ruas da cidade a procura de sua filha.
Agora vamos para a história. Clique aqui e veja, sinta e ouça a história.
Já viu? O que achou da experiência?
Agora, veja abaixo a tradução da história e a compreenda ainda mais:
“A história é baseada em fatos reais.
Era por volta de 11:30 da noite. Eu estava voltando para casa após uma longa e cansativa sessão de estudos noturna. Mas eu não vi ninguém por perto aquele dia, o que era estranho, já que o condomínio é bem grande e normalmente eu vejo muita gente por lá, mesmo à noite.
De qualquer forma, eu estava um pouco assustada, então eu segui andando enquanto encarava o chão, quando eu vi uma sombra se estendendo na minha direção. Mesmo não havendo ninguém por perto até alguns momentos atrás.
Quando eu olhei para cima…
Eu vi uma mulher andando na minha frente. Mas simplesmente não parecia certo.
Eu poderia dizer que ela parecia um pouco indisposta… Ela estava mancando muito.
Ela estava andando muito devagar e logo a alcancei. Eu pude vê-la ainda melhor de perto.
Ela estava vestindo um pijama rosa sujo… e parecia que todas as juntas de seu corpo haviam sido torcidas. Seu cabelo estava uma bagunça e saindo para todos os lados.
Parecia muito estranho, então eu parei de andar.
Eu senti que não deveria me aproximar mais dela, e não tinha coragem de passar por ela.
Dizem que quando você está realmente assustado, você nem consegue gritar. Eu não consegui me mover, apenas congelei ali.
‘Onde está o meu bebê?’
A pergunta dela me fez pensar rápido…
Eu nem sei por que eu fiz aquilo, então… e ainda me assusta.
Eu apontei o mais longe que podia e respondi: ‘Oh, por ali. ’
Eu só queria que ela saísse de perto de mim.
Ela mancou na direção que eu apontei…
E eu não consegui mais vê-la.
Eu não queria arriscar me encontrar com ela novamente, então eu tentei me virar rapidamente e sair do condomínio.
Eu não consegui pensar em nada além de ir até algum lugar que tivesse pessoas.
Então
‘Ela não está lá!’
Eu não me lembro de nada depois disso. Eu ouvi dizer que meu vizinho me achou no chão desacordada e me levou para casa.
Em 2007, em um apartamento em Bongcheon Dong, Gwna AkGu, Seul, uma mulher de 33 anos se jogou do apartamento e morreu no local. Cho, que era divorciada devido a uma traição, perdeu a guarda de sua filha e decidiu se matar.
Ela foi vista andando pelo condomínio várias vezes depois do suicídio. Ela estava descalça e vestia o pijama que estava usando quando morreu; cada junta de seu corpo estava torcida, e ela era uma visão horrível.”
…Pousando
A webcomic fez tanto sucesso que foi espalhada por toda a internet e até se tornou uma visual novel através da programação de Luiz Rocha. E você pode baixá-la por aqui.
Ah… Nossa viagem está acabando… Mas nos vemos semana que vem aqui no Made in Ásia. E enquanto não nos encontramos novamente, deixe aí nos comentários o que você achou desse conto. Até mais… O/