O novo dorama Quando o Telefone Toca é uma emocionante trama de mistério, romance e suspense que se aprofunda nos segredos de um casamento de conveniência. Estrelando os talentosos Chae Soo-bin e Yoo Yeon-seok, a história gira em torno de Baek Sa-eon, o porta-voz presidencial da Coreia do Sul e herdeiro de uma poderosa família política, e Hong Hee-joo, uma intérprete de linguagem de sinais que ficou muda após um acidente na infância. Apesar de casados ​​há três anos, o casal não se fala, até que um sequestro inesperado e um telefonema ameaçador quebram seu silêncio e jogam suas vidas no caos.

Este texto contém spoilers. Leia por sua conta e risco!

A história é basicamente sobre como o protagonista masculino de um casamento começa a receber telefonemas ameaçadores de um número desconhecido. Lentamente, nós, o público, ficamos sabendo que o chantagista não é outro senão sua doce esposa que se cansou de seu casamento sem amor e quer o divórcio, mas não pode fazê-lo por causa do contrato de casamento, que especifica uma penalidade enorme se o divórcio for iniciado por ela.

Quando o Telefone Toca apresenta todas as reviravoltas chocantes de um makjang bem-executado ao mesmo tempo em que estabelece uma história cheia de nuances de crescimento pessoal, autorrespeito, perdão e empatia (makjang é um elemento estilístico, tonal ou narrativo em doramas que escolhe encenar histórias ultrajantes para manter os espectadores fisgados apesar de as histórias se tornarem muito ridículas). Ao longo dos primeiros 11 episódios, é proposto um mundo cativante que funciona bem dentro de seu próprio conjunto de regras, mas que, ao meu ver, falha em entregar um final que corresponda ao seu potencial.

Onze dos 12 episódios são extraordinariamente escritos, fornecendo uma história que mistura romance, mistério, suspense e vingança. Todos os personagens têm um propósito claro na história, e são constantemente confrontados com as consequências de seus esforços e são motivados a responder, permitindo que o roteiro desenvolva um arco de personagens sólidos.

No começo da história, Hee-joo carrega seu telefone para todo lugar, pois ela precisa digitar suas palavras para as pessoas que não sabem usar a linguagem de sinais. O telefone é, a princípio, a voz de Hee-joo para o mundo, parte de uma personalidade que ela teve que criar para sobreviver. Sua mãe, que sempre a fez se sentir como uma ninguém, cuja voz nunca foi importante para ser ouvida, criou Hee-joo como uma mulher que é muito tímida para agir de acordo com suas crenças, necessidades e desejos.

Enquanto isso, Sa-eon foi criado por um homem gentil, mas contido, que o mandou embora para viver com os Paiks. Sa-eon nunca foi aceito como parte da família e foi criado por meio de desprezo, exigências e sorrisos públicos falsos. Portanto, Sa-eon não tem senso de identidade, pois está preso em uma vida que não é a dele. De sua perspectiva, ele nunca foi realmente desejado por ninguém e nunca foi ensinado a transmitir suas emoções.

Como eles não conseguem se comunicar abertamente, são os telefonemas que levam Sa-eon a encarar suas próprias ações, redescobrir a pessoa que ele quer ser e perceber a conexão entre amor e sinceridade e passa a entender que Hee-joo quer ser amada tanto quanto ele. Sa-eon lentamente se torna mais caloroso e honesto. Ele entende que não é apenas necessário, mas amado por Hee-joo. Por outro lado, Hee-joo se torna mais assertiva e passa a entender que sua vida é significativa e tem todo o direito de usar sua própria voz para defender suas opiniões e necessidades.

Outro aspecto que eu gostaria de destacar é a importância dada à linguagem de sinais. A linguagem de sinais é vital para Hee-joo pois é a única linguagem pela qual ela pode se expressar de forma genuína. No final, Hee-joo abraça a linguagem de sinais como uma parte importante de si mesma e tem orgulho de continuar construindo sua carreira como intérprete. O último episódio, porém, é o que destoa a série, pois quebra a linha de comunicação honesta que eles haviam estabelecido, embora os 15 minutos finais da série sejam só de felicidade. O telefone volta para encerrar a história: eles reconhecem que as personalidades que descobriram pelo telefone precisam continuar na comunicação face a face.


Você assistiu Quando o Telefone Toca? O que você achou?