Olá, meus caros viajantes, espero que estejam todos bem! Hoje, aproveitando as festividades, iremos falar a respeito de Carnaval, um evento foi trazido pelos portugueses na época do período colonial, porém os moldes que conhecemos surgem no final do século XIX. Já o samba, que é o ritmo musical que é símbolo do evento, surge no começo do século XX. O samba-enredo é um subgênero do samba, que é utilizado para puxar o desfile das escolas de samba durante o Carnaval. Nos dias de hoje, o samba-enredo é composto para durar todo o desfile, sendo um item importante na avaliação final. Então, mais especificamente, eu irei falar sobre sambas-enredos que prestaram homenagem à cultura oriental! Embarquem neste trem musical comigo.
A Águia de Ouro em 2015 foi a escola de samba que entrou no Anhembi no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial paulistano com uma celebração do Japão e dos 120 anos da imigração japonesa no Brasil. Realizando uma apresentação com muitos ícones da cultura pop japonesa (mangás e cosplays), à frente da bateria estava a madrinha Miku Oguchi. Os ritmistas se fantasiaram de tocadores de taiko, (tambor oriental). O abre-alas exaltou o Japão moderno e seu ícones como os samurais, os robôs e os heróis de desenhos animados. Tivemos ainda o gatinho da sorte Maneki Neko, o sapinho Kaeru, o sumô e o ofurô como os símbolos japoneses transformados em fantasias e alegorias.
A escola de samba Unidos de Vila Maria homenageou o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil em 2008, em seu desfile no grupo especial, conquistando o terceiro lugar no carnaval paulista com o samba-enredo Irashai-Mase: Milênios de Cultura e Sabedoria no Centenário da Imigração Japonesa (bem-vindo em japonês), levando para avenida uma mistura de cores fortes e fantasias com muitos detalhes. Entre os destaques do desfile estava o carro alegórico em formato de um samurai. O abre-alas tinha uma imagem do torii, o portal sagrado da cultura oriental, e as peles dos tambores tinham imagens de templos japoneses.
Na Porto da Pedra, também em 2008, tivemos o enredo Cem Anos de Imigração Japonesa: Tem Pagode no Maru: a vermelha-e-branca de São Gonçalo preparou uma escultura enorme para simbolizar o tora, o tigre do horóscopo japonês. O carnavalesco Mário Borriello explica:
É como canta o nosso samba: “O meu tigre se transforma em Torá”. Ele é o guardião do templo dourado de Kinkaku-ji, que estará no nosso abre-alas. O tigre é todo pintado com ideogramas japoneses. Nosso abre-alas é acoplado e tem mais de 20 metros de comprimento.
O último carro da escola foi inspirado no Carnaval, feito em avenidas brasileiras e também nipônicas. “É o momento em que a Porto da Pedra retoma ao Japão para mostrar o Asakusa Samba Carnival“, de acordo com o Mário Borrielo. O carro foi composto de grandes leques que, ao abrirem e fecharem, mostram duas cenas: gueixas japonesas e Carmens Miranda. “É o movimento inverso: a nossa cultura sendo levada e influenciando o Japão”, conta o carnavalesco.
Talvez uma das referências mais antigas, temos o enredo da Cabuçu, Brajiru, meu Japão Brasileiro, em 1994, que é uma homenagem à comunidade japonesa no Brasil, falando sobre a influência japonesa em nossa cultura. A letra é muito longa e de difícil memorização (em minha opinião), com muitas palavras do vocabulário japonês:
No ano de 1998, a escola de samba do Bixiga, Vai-Vai, trouxe para a avenida uma homenagem à colônia japonesa a parttir de um enredo cantado e contado sob um ponto de vista de um personagem fictício, Criolé, que sonha ser o Imperador do Japão e acorda no meio do desfile da escola, que foi a grande campeã com 6,5 pontos a frente da segunda colocada, a Nenê da Vila Matilde.
Em 2013, a Unidos de Vila Maria defendeu o enredo Made in Korea: 50 anos da imigração coreana no Brasil no carnaval de São Paulo. Na primeira etapa do desfile, a escola contou a história da Coreia, marcada por guerras e pela tradição e cultura do país, tendo como destaque um dragão voador. Já na segunda parte, foi retratado o poder dos Tigres Asiáticos: sua rapidez e competência para criação e aperfeiçoamento de tecnologias. A Vila Maria falou também do folclore, mitologia e gastronomia coreanos, e na quarta parte do desfile, finalizando com artes marciais, moda, futebol e a união entre Brasil e Coreia.
Para sua estreia no Grupo Especial em 2013, a Inocentes de Belford Roxo levou para a Sapucaí um pouco da história da Coreia do Sul: a cultura milenar foi retratada com 4200 componentes, divididos em sete setores e 27 alas que mostraram a arquitetura típica do país, o trabalho nas lavouras, os grandes comerciantes coreanos de São Paulo, as batalhas e as criações de símbolos da identidade da Coreia do Sul. Aproximadamente 300 imigrantes e descendentes coreanos foram convidados a participar do desfile.
Bom feriado de carnaval para vocês! Descansem, curtam e lembrem-se de se proteger, pois ainda estamos vivendo uma pandemia!