Como Já era de se esperar, a Globo deixará de exibir a TV Globinho de vez, substituindo o bloco animado das manhãs de sábado por uma "atração familiar" que ninguém vai se importar chamada É de Casa já no próximo dia 8 de agosto.
A título de curiosidade, a TV Globinho foi um dos programas infantis e TV aberta que mais duraram ao longo dos anos, passando por diferentes formatos, horários e apresentadores, marcando a infância de muitos dos jovens e adultos de hoje em dia.
Antes mesmo da grande Ana Maria Braga estrear nas manhãs globais, a TV Globinho já existia, fazendo parte de um bloco chamado Bambuluá, repleto de atrações originais, inclusive seriados e uma novela infantil de ação aos moldes super sentai intitulada Cavaleiros do Futuro. O tempo foi passando e o programinha foi se reformulando e adaptando-se aos muitos cortes de tempo, visto as entradas na programação do já citado Mais Você, além do reboot de Sítio do Pica-pau Amarelo e um troço assustador – e até divertido – chamado Xuxa no Mundo da Imaginação. Com o acréscimo dos fatídicos Bem Estar e Encontro com Fátima Bernardes, o que restou para a atração infantil foram as manhãs de sábado. E agora, nem isso…
Reclamações e abaixo-assinados à parte, resolvi ser nostálgico, retomar a Parada J-Hero e reunir aqui os dez desenhos animados japoneses que considero mais icônicos ao me referir à TV Globinho, que tanto assisti e agora descansará em paz no limbo da nostalgia, ao lado de Band Kids, TV Cruj, Toonami, Zapping Zone e outros blocos que se foram.
Vamos lá…
10º lugar – Power Stone
A trama aqui contava a história do Falcon, um personagem num universo onde existiam pedras de poder capazes de transformar seus usuários em guerreiros com habilidades mágicas.
Quando criança, seu sonhava em encontrar uma dessas gemas. É curioso ressaltar que o anime sofreu vários cortes devido a censura pelo horário no programa. Caso vocês tenham o interesse, a versão original é bem mais violenta e passa facílimo pela regra dos 15 anos…
9º lugar – Monster Rancher
Imaginem esse cenário: vocês são viciados em videogame, colecionam tudo, jogam tudo, estão por dentro de todos os lançamentos. Então, ao vencer um concurso, recebem um game inédito antes de todos os outros no público.
Entretanto, ao colocarem em seus consoles, vão parar dentro do universo desse jogo, interagindo com os personagens em um mundo onde humanos convivem com monstros, sendo esses retirados de discos em templos – sendo que, o CD com o seu jogo, é um desses e traz à vida uma criaturinha raríssima e poderosa. Imaginaram? Esse era Monster Rancher…
8º lugar – Samurai X
Outro que recebeu muitos cortes devido ao horário foi Rurouni Kenshin, que contava a história de um samurai enfrentando seus inimigos no antigo Japão.
Foi o meu primeiro contato com o estilo Shonen e acredito que também foi o de muito otakus mais velhos pós-Rede Manchete de hoje em dia…
7º lugar – Sakura Card Captors
Todos os garotos – inclusive eu – tinham vergonha de admitir que esse anime era bom demais. Hoje eu sei que essa é uma das maiores obras primas da Clamp e do gênero Shoujo de todos os tempos, mas, naquela época, Sakura era impressionante por ser um anime onde uma garotinha com poderes mágicos dava uma surra em criaturas fofamente bizarras.
O sucesso ainda rendeu uma revista oficial lançada aqui no Brasil com informações sobre a história, cartas Clow destacáveis com receitas de mandingas para ler a sorte e episódios em quadrinho colorido a cada edição. Só tenho uma aqui no armário, mas não me desfaço por nada…
6º lugar – Medabots
Vindo na aba do sucesso que foi Pokémon, com o estilo de história onde o protagonista colocava algo para lutar em seu lugar, esse anime mostrava um mundo futurista, onde crianças compravam robôs com inteligência artificial em lojas e batalhavam – sempre com um juiz moderando as partidas – entre si por peças…
5º lugar- Hamtaro
Um anime viciante sobre hamsters que saíam de suas gaiolas quando enquanto seus donos estavam na escola para se divertir em um clube.
A canção de abertura está entre as minhas favoritas até hoje…
4º lugar – Beyblade
Todos queriam ter uma, o que já diz muito sobre o sucesso que esse anime fez aqui em erras tupiniquins.
A febre era tanta que colocávamos tampas de detergente + tampas de garrafa pet + adesivos do Cheettos para batalhar no asfalto…
3º lugar – Dragon Ball Z
Embora a minha maior memória afetiva de DBZ seja da época Band Kids, é inegável o quanto de gente que a saga Majin Boo atingiu ao passar na Globo.
Tem até aquela lenda urbana de que o Goku viraria super sayajin 3, mas a transmissão foi cortada por conta dos ataques às Torres Gêmeas. Alguém se lembra se isso é verdade?
2º lugar – Yu-Gi-Oh
Ainda na lista de ~animes febre em venda de produtos~, Yu-Gi-Oh trouxe de volta a cultura de TCG para o Brasil. É também curioso que tenha feito tanto sucesso, pois, ao pararmos pra pensar, era uma animação de muita conversa e estratégia, indo completamente contra a tudo que fazia sucesso na época.
Talvez por isso tantos programas sensacionalistas tenham usando-o como pauta para angariar alguns pontinhos a mais de audiência…
1º lugar – Digimon
Em resposta ao sucesso que Pokémon vinha alcançando na Record, a Globo, que não é nada boba, resolveu colocar no ar o maior rival da franquia: Digimon. De segunda a sexta, sempre às 10h da manhã.
Provavelmente, um dos 5 animes que mais fizeram sucesso aqui no Brasil, rendendo roupas, jogos de cartas, brinquedos, várias revistas oficiais, tazos e tudo mais o que podia acontecer. E tem como não lembrar dessa abertura galhofa com a Angélica dançando num chroma key?
E é isso ai, minha gente.
Agora, um desabafo meu. É triste ver que o canal de maior alcance nacional e audiência aqui do Brasil acabou se rendendo à fórmulas genéricas americanizadas em suas manhãs, retirando todo o conteúdo infantil de sua grade regular.
Esse é um debate muito grande e complicado para eu resumir nessas poucas linhas de fim de matéria, mas quantas famílias hoje em dia não tem a condição financeira de assinar serviços de TV a cabo, serviços de streaming da vida ou mesmo para adquirir um computador com internet? Como as crianças dessa família irão consumir cultura infantil? Como isso irá afetá-las futuramente?
Tenho certeza que, caso a galera desse site não tivesse assistido animes e desenhos americanos na TV aberta quando crianças, a Rádio J-Hero, assim como inúmeras outras páginas nessa internet de meu deus, sequer existiria. Pelo menos não essa coluna…
Caso queiram relembrar mais algumas atrações que passavam há anos na TV Globinho, tão ou mais icônicas que esses animes citados, cliquem aqui e vejam uma versão estendida desse artigo lá no Esquadrão Lunático, meu blog gostoso onde falo justamente desse assunto: desenhos animados. #SeguraEsseJabá
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