Em um belo dia encontro entre vários canais o filme A viagem para Agartha, imediatamente parei para ver, um filme japonês sempre tem o seu valor e e este não poderia ser diferente, peguei o filme pela metade, mas a cena imediatamente me hipnotizou:
Um rapaz misterioso, uma garota com uma pedra que brilhava estranhamente, atacados por um monstro bizarro dentro de uma caverna, quando soldados aparecem e matam o monstro. Pensei: – Estão salvos!
A fala do soldado sobre o monstro, ainda me veem a mente: Eles deveriam estar extintos. Logo imaginei que era um universo onde monstros convivem juntos com humanos, em um ambiente de pós-guerra. Mas os soldados que imaginei que eram salvadores, na verdade eram inimigos dos dois jovens. Usando-os para entrar em um território mágico Agartha. O garoto provinha desse reino, por isso era tão estranho e a garota estava metida no meio sabe-se lá por que!
O importante era que a história era interessante e os traços maravilhosos e delicados, não me restou alternativa, precisava compartilhar com vocês esta história e torcer para atraí-los e cá estou! Este é o Open your Mind, depois de um longo período de recesso, sejam bem vindos e não esqueçam os comentários ao final da matéria!
Introdução
Esta obra magnifica pertence a Makoto Shinkai, lançado em 2011, veio para o ocidente com o título Children Who Chase Lost Voices From Deep Below, algo como: As crianças que perseguem as Vozes Perdidas nas profundezas, aqui no Brasil ficou A viagem para Agartha (sentido nenhum, eu sei).
A protagonista do filme é a jovem Asuna que vive uma vida tranquila e solitária, vivendo apenas com a mãe, após a morte de seu pai, ela passa o tempo sozinha, enquanto sua mãe se divide nas atividades do lar e as atribuladas funções no hospital em que trabalha.
O prazer de Asuna é ouvir rádio, utilizando um cristal que seu pai lhe deixou e que se torna um tipo de chave para o misterioso local. As coisas mudam drasticamente quando encontrar um urso atacando a sua vila, neste momento ela é salva por Shun, o misterioso garoto que diz vir de Agartha.
Em meio a uma série de aventuras e mistérios, Asuna é levada a Agartha e sente que tem algo a fazer lá, começando uma exploração com o soldado que até então era o seu inimigo, o professor Ryuuji Morisaki, que busca recuperar a esperança na vida e trazer a sua esposa de volta a vida.
Desenrolando…
O que mais me atraiu foi o rico mundo criado em poucas horas de filme, são várias criaturas, um folclore amplo e estupendo, dá pra criar um dicionário com tantas espécies diferentes. Eles partem para Agartha para encontrar Deus que vive em um barco flutuante, uma arca pra ser mais exata. As cores lembram muito a cultura indígena, dando a entender que é uma sociedade tribal e diferente da nossa “civilizada”, porém mesmo entre eles existem diversas tribos, e um intenso preconceito contra o mundo de cima.
Um exemplo destas espécies que demonstram claramente o preconceito e medo entre os povos, são as estranhas criaturas abaixo, Izokus, estas vivem nas sombras, são queimadas caso toquem a luz do sol e não se aproximam da água. Elas também odeiam mestiços e forasteiros, como resultado, sequestram e os matam (comem) quando os encontram.
Obviamente Asuna fica em perigo por isso, e chega momentos em que passa por um terror psicológico terrível, ficando horas dentro da água cercadas dos dois lados do rio por estas devassas criaturas que apenas espreitam a espera de seu erro, que a levará para eles, e a morte certa.
A filosofia de vida de Hoshi wo ou Kodomo também é um ponto a ser levantando, a ideia de que cada um serve para um propósito maior, e quando a sua função acaba, você se torna parte de outro ser maior e com outro propósito. Apesar do modo cru como isto se passa e um tanto quanto primata, não deixa de ser uma bela teoria.
O fim da vida é levado de forma simples pelo povo de Agartha, enquanto os forasteiros, que não compreendem e aceitam o fim da vida, buscam Agartha pelas promessas de ressurreição que existe em suas lendas. Uma das cenas mais magnificas é o canto final de uma espécie anciã antes de se entregar a morte, tal como os cemitérios de elefantes.
Opinião Final
Encontrei muitas críticas em relação ao filme, todavia o considero como uma obra única e odeio a ideia de compará-lo ou desmerecê-lo em relação a outros filmes. A riqueza cultural para mim foi o ponto mais forte, a história em si é água com açúcar, levando a um clichê esperado e esperar realidade uma história de fantasia é esperar um romance apaixonante em ecchi, improvável, para não dizer impossível.
Confesso que chorei, me debulhei em lágrimas, causando risos para minha mãe (o que é bem normal), por isso se você está procurando algo diferente, deixe-se envolver pelo clima de mistério deste filme e não se apegue a detalhes e comparações, do contrário, só tornará o filme entediante para si mesmo, perdendo toda a leveza que este tem a oferecer!