
Live-action de Akira: duas décadas de promessas e um futuro incerto
Após anos de adiamentos, o projeto ambicioso baseado na obra-prima cyberpunk de Ōtomo Katsuhiro volta à estaca zero — e reacende debates sobre adaptações de anime em Hollywood.
Após mais de 20 anos de tentativas, mudanças de direção e cancelamentos, o tão aguardado live-action de Akira parece ter encerrado mais um capítulo turbulento. A Warner Bros., que detinha os direitos de adaptação desde 2002, oficialmente desistiu do projeto, devolvendo os direitos à editora japonesa Kōdansha.
Durante esse período, o projeto passou pelas mãos de diversos diretores e roteiristas, incluindo Stephen Norrington (Blade), os irmãos Hughes, e mais recentemente Taika Waititi, que chegou a prometer um elenco totalmente japonês e filmagens no Japão. Em 2019, o filme chegou a ter uma data de estreia marcada para 2021, mas foi retirado discretamente da agenda da Warner quando Waititi priorizou outros compromissos, como Thor: Amor e Trovão.
Entre os obstáculos enfrentados, destacam-se críticas por propostas de “americanização” da trama — como a polêmica ideia de transformar Neo-Tóquio em “Nova Manhattan” — e dificuldades criativas que impediram o projeto de sair do papel. Mesmo com incentivos fiscais e artes conceituais desenvolvidas, o filme nunca entrou em produção.
Agora, com os direitos novamente nas mãos da Kōdansha, há especulações sobre novos estúdios interessados em reviver o projeto. Ainda não há confirmação oficial, mas o interesse permanece alto. Afinal, Akira continua sendo uma das obras mais influentes da ficção científica e da animação mundial.
Se o live-action vai finalmente acontecer? Só o tempo dirá. Mas para os fãs, a esperança — assim como Tetsuo — nunca morre.