Aproveitando a sexta-feira 13, hoje vamos falar sobre uma animação voltada mais para o terror e o drama. Ela nunca foi dublada nem exibida em canais brasileiros (pelo menos até onde sei). Mas, considerando sua data de lançamento, já posso mencioná-la por aqui.
Esse é, sem dúvida, um dos animes responsáveis por eu não bater muito bem da cabeça hoje em dia. Foi um dos primeiros que assisti pela internet, lá pelo início/meio dos anos 2000. Admito que a classificação por idade talvez seja necessária, assim como os pais acompanharem o que os filhos fazem na internet. 😜
Elfen Lied é voltado para o público adulto devido às frequentes cenas de nudez, gore e violência física e psicológica, sendo classificado principalmente nos gêneros de terror e drama.
Com o sucesso do mangá, o anime foi lançado em 25 de julho de 2004, embora o mangá ainda não estivesse concluído. Por isso, a história dos dois formatos diverge a partir do volume 7 do mangá e do episódio 12 do anime, que abrange o conteúdo disponível até aquele momento. Após isso, o anime apresenta um final completamente diferente do que seria escrito no mangá, concluído um ano depois.
Enredo
O anime retrata o surgimento de uma nova raça evoluída da humanidade, os Diclônios. Embora fisicamente semelhantes aos humanos, eles possuem pequenos chifres na região temporal, uma glândula pineal exageradamente grande, a habilidade de sentir a presença de outros Diclônios e a capacidade de gerar estruturas telecinéticas chamadas “vetores”, semelhantes a mãos invisíveis, capazes de manipular ou cortar objetos e pessoas. Eles nascem de humanos normais, mas, para isso, um dos pais precisa ser infectado pelos vetores de outro Diclônio. Embora geralmente inférteis, ao completarem três anos, quando desenvolvem seus vetores, tornam-se homicidas psicopatas — de acordo com as observações do personagem Kakuzawa. Por isso, quando um recém-nascido é identificado como um Diclônio, ele é eliminado ou levado para um centro de pesquisas em uma ilha, onde é posto em quarentena e, eventualmente, eliminado.
A história se passa na cidade de Kamakura e começa com a fuga de Lucy, uma Diclônio, do centro de pesquisa onde estava presa. Durante a fuga, ela mata vários guardas e funcionários, mas é atingida por um sniper, que acerta seu capacete, jogando-a no mar. Mais tarde, ela é encontrada por Kōta e sua prima Yuka na praia, nua e desorientada, com uma personalidade completamente inocente e bondosa. Eles a chamam de Nyū, pois essa era a única palavra que conseguia dizer. Lucy acaba indo morar com Kōta em uma antiga pensão que ele havia alugado para viver enquanto estudava na universidade. Com medo do poder destrutivo de Lucy, as autoridades responsáveis por lidar com os Diclônios enviam assassinos profissionais e outros Diclônios para capturá-la, enquanto a trama revela o passado oculto de Kōta e Lucy.
Uma das coisas que mais me chamava atenção no anime era a abertura, já que ela é uma das mais marcantes e simbólicas no universo dos animes. Intitulada Lilium, a música é cantada em latim e foi composta por Konishi Kayo e Kondō Yukio, com os vocais de Noma Kumiko. A letra de Lilium é inspirada em textos bíblicos e hinos religiosos, o que adiciona uma atmosfera sombria e solene, refletindo os temas pesados de violência, sofrimento e redenção presentes na série.
A abertura é visualmente inspirada nas obras do pintor simbolista austríaco Gustav Klimt, em especial nas cores e composições de suas pinturas, que combinam o uso de ouro com formas humanas de maneira elegante e simbólica. As imagens retratam a protagonista Lucy, nua, em posições que lembram obras de arte sacra, destacando a dicotomia entre pureza e violência que caracteriza a personagem.
Além disso, os temas de isolamento, dor e a busca por aceitação, que são centrais à narrativa de Elfen Lied, também são refletidos no contraste entre as imagens delicadas e a atmosfera perturbadora da série. A abertura é fundamental para estabelecer o tom do anime, misturando beleza e brutalidade em uma apresentação profundamente simbólica e emocional.