Yūgi Mutō, um jovem introvertido apaixonado por jogos, carrega consigo um enigma milenar: o Millennium Puzzle. Ao completar o artefato, ele libera um espírito enigmático com uma paixão por duelos. Esse espírito, com uma personalidade completamente diferente de Yūgi, assume o controle quando o mal se aproxima, desafiando os oponentes para os perigosos Jogos das Sombras.
Nesses jogos, a verdadeira face do coração de cada um é revelada. Os perdedores, aqueles com escuridão em suas almas, são punidos pelo impiedoso Jogo da Penalidade.
E assim começa o enredo de Yu-Gi-Oh!, um anime que você com certeza cresceu assistindo e cujo jogo provavelmente já jogou, mesmo que talvez nunca tenha jogado da forma correta ou entendido completamente as regras.
A Chegada de Yu-Gi-Oh! à Rede Globo
No final de 2002, a Rede Globo preparava-se para lançar uma arma secreta em sua programação: Yu-Gi-Oh!, o novo anime que prometia revolucionar o público infanto-juvenil. A emissora sabia que a disputa seria acirrada, com Dragon Ball Z e Digimon dominando a preferência das crianças e adolescentes.
A série já era um sucesso estrondoso em outros países, com uma legião de fãs por conta de seus duelos de monstros e personagens cativantes. A emissora brasileira investiu em uma dublagem de alta qualidade, com vozes marcantes que se tornaram inesquecíveis para toda uma geração. É hora do duelo!
Rapidamente conquistou o público, atraindo milhões de telespectadores para suas aventuras emocionantes. A série se tornou um fenômeno cultural, gerando uma onda de colecionismo de cards, jogos eletrônicos e até mesmo figurinhas.
O sucesso explosivo do card game de Yu-Gi-Oh! no Brasil
O card game de Yu-Gi-Oh! foi lançado no Brasil em 2003, acompanhando o sucesso estrondoso do anime na Rede Globo. O card game se tornou um fenômeno cultural, com crianças e adolescentes se reunindo em parques, escolas e lojas para duelar. A compra e troca de cards se tornou uma atividade frequente, gerando um mercado lucrativo para a Konami e lojas especializadas.
Os campeonatos de Yu-Gi-Oh! também tiveram um papel fundamental na popularização do jogo. A Konami organizou diversos torneios em todo o país, com premiações atrativas e a chance de participar de campeonatos internacionais.
Alguns dos principais campeonatos da época
- Copa Brasil de Yu-Gi-Oh!: Realizada em 2004, foi o primeiro grande campeonato nacional do jogo.
- Circuito Brasileiro de Yu-Gi-Oh!: Teve início em 2005 e era composto por diversas etapas regionais, culminando em uma grande final nacional.
- Campeonato Mundial de Yu-Gi-Oh!: Realizado anualmente, reunia os melhores duelistas do mundo para competir pelo título de campeão mundial.
Gilberto Barros, o Leão
Em 5 de junho de 2003, o Boa Noite Brasil dedicou um episódio especial ao “baralho do diabo”. O palco se transformou em um tribunal moral, com Gilberto Barros assumindo o papel de juiz implacável. De um lado, o teólogo Alexandre Farias, brandindo a espada do “bem”, pregava contra a entrega das crianças ao “demônio” e condenava qualquer jogo que envolvesse monstros, vampiros ou qualquer criatura fantasiosa. Do outro lado, dois corajosos defensores do Yu-Gi-Oh!: Luciano Santos, organizador de eventos de card games, e Roger Glasser, juiz de torneios.
Com argumentos sólidos e conhecimento de causa, Luciano e Roger explicaram a origem e a natureza do Yu-Gi-Oh!, desmascarando a farsa do “baralho do diabo”. Enfatizaram que se tratava apenas de um jogo que estimulava a agilidade mental e a estratégia, sem qualquer ligação com o sobrenatural ou com o mal. Luciano ainda destacou a existência de card games e RPGs voltados para o público cristão, provando que a fantasia não era sinônimo de satanismo.
A voz da razão em meio ao caos
Completando o debate, um psicólogo e um juiz da vara da infância e da juventude ofereceram uma visão imparcial, buscando entender os jogos sem julgamentos precipitados. Sua postura equilibrada e ponderada contrastava com o clima de histeria criado por Gilberto Barros e seus convidados.
Após o programa de quinta-feira, muitos pais compraram o que o Leão disse sobre Yu-Gi-Oh! e jogaram fora, rasgaram, ou até mesmo queimaram as cartas de seus filhos. Escolas também proibiram que as crianças levassem cartas de Yu-Gi-Oh!.
Consequências
O anime de Yu-Gi-Oh!, que na época era exibido pelo canal pago Nickelodeon e na TV aberta pela Globo, saiu da programação do canal aberto no primeiro trimestre de 2004 por ter sido reclassificado como inapropriado para menores de 12 anos, permanecendo apenas na Nickelodeon.
Yu-Gi-Oh! GX na RedeTV!
Yu-Gi-Oh! GX estreou na RedeTV! em 4 de outubro de 2010, às 19:20, ocupando a faixa horária do TV Kids. A emissora optou por exibir a partir da terceira temporada, gerando certa confusão nos telespectadores que não acompanharam as temporadas anteriores na Rede Globo.
Apesar da falta de contexto inicial, a série conquistou boa audiência, com destaque para o terceiro episódio (107), que atingiu 4,3 pontos de média e picos de 4,6. A média geral da série na RedeTV! não foi divulgada, mas estima-se que tenha ficado entre 3 e 4 pontos.
Reprises e impacto
Em 2012, Yu-Gi-Oh! GX foi reprisada na RedeTV! nas manhãs, mas por um curto período. A série também foi exibida em outros canais como Band e PlayTV.
O impacto de Yu-Gi-Oh! GX na RedeTV! foi positivo, ajudando a aumentar a audiência do canal e atraindo um público mais jovem. A série também contribuiu para a popularização da franquia Yu-Gi-Oh! no Brasil.
Novos animes de Yu-Gi-Oh! são lançados constantemente, cada um com seus próprios personagens, histórias e decks de cartas inovadores. O último, Yu-Gi-Oh! Go Rush!!, foi lançado em 2022 e está em produção até os dias atuais.