E novamente aqui estamos para citar mais uma das incríveis animações que muita gente cresceu acompanhando na hora do almoço ou no final da tarde na RedeTV!: Chaotic!
Não é nenhuma novidade que, nos anos 2000, a estratégia de publicidade para lançamento de brinquedos e demais produtos pipocou pelo mundo afora: o investimento em um longa ou série de televisão projetada em cima dos produtos vendidos rendia muito pelo branding criado em cima da obra, após ou antes. A justificativa para a criação dessas animações sempre existiu e popularizou muito as mercadorias transformando-as em algo além de apenas um rendimento para empresários. Yu-Gi-Oh!, Pokémon, Digimon e Bakugan são apenas alguns dos animes projetados em cima de produtos em comércio no oriente.
Chaotic chegou no Brasil no primeiro trimestre de 2009. Produzida pela 4Kids, a série tinha tudo para dar errado, já que a produtora foi responsável por algumas tentativas de adaptações (e censuras) em alguns animes no ocidente.
Se você acompanhou a animação na época, pode se lembrar de duas versões: uma cartunizada e outra com o traço mais voltado para o estilo anime. Isso ocorreu pois a primeira temporada foi animada pelo estúdio canadense Bardel Entertainment, substituído a partir da segunda temporada pelo estúdio sul-coreano Dong Woo Animation, que se sucedeu até a última temporada, que infelizmente nunca chegou no Brasil.
Chaotic já brincava de certa forma com a realidade virtual antes mesmo de ela ser popularizada e difundida como é hoje. O diferencial da animação se deu pelo sucesso em conseguir de uma maneira entrelaçar os três mundos sem criar uma história cansativa clichê: os aspectos do jogo real foram convertidos em uma realidade nova para o anime, e as habilidades, cenários, estratégias etc. eram passadas para nós de uma maneira tão sutil, que diferenciava de outras animações que seguiam o mesmo roteiro de jogo de cartas.
Surgimento
Como já mencionado anteriormente, a série foi, sim, produzida como forma de publicidade para o card game criado por Martin Rauff e Sam Murakami em 2001. Mas, antes disso, o currículo de inspirações é bem grande, já que o mesmo foi inspirado na coleção de brinquedos dos anos 90 Dracco Heads e, depois, por sua “continuação” Grolls & Gorks. Ambos consistiam de monstrinhos bem similares aos GoGo’s, que também marcaram época no Brasil. Mas foi com Grolls & Groks que a Dracco Company, empresa que fabricava os brinquedos, resolveu incorporar um card game junto a eles, bem como uma história similar à de Chaotic como o conhecemos hoje. As boas vendas ajudaram a Dracco a decidir repaginar, em 2001, o card game sob a alcunha Chaotic: Now or Never!, em que viriam a surgir os heróis Maxxor e Chaor, além de Tom e Kaz, que seriam os protagonistas do futuro desenho animado.
No começo, a premissa do desenho era mais simples: voltado mais ao público infantil, Tom e Kaz eram apenas duas crianças rivais, e o traço dos personagens, em especial o dos monstros, era mais cartunizado e cômico, como dito antes. Isso não impediu a Dracco de apostar alto e investir ainda mais no desenvolvimento da franquia, com direito a um “banho de loja” assim que chegou aos EUA, sendo redirecionada para o público juvenil e tendo um jogo on-line desenvolvido que ajudou a popularizar toda a série.
A série chegou ao fim na sua terceira temporada, totalizando apenas 75 episódios. O site responsável pelo jogo online foi encerrado: se você acessá-lo hoje em dia, verá a mensagem de agradecimento aos fãs que acompanharam o jogo e série até o fim.