Olá, pessoas que no futuro formarão uma equipe de combatentes do mal com armaduras super sentai enfrentando alienígenas piratas espaciais a fim de conquistar a Terra. Como estão?

O mês de abril, que é sempre o mais importante em todos os anos, foi um dos mais produtivos para a música Pop coreana desde que eu comecei a me aventurar por essa linha editorial há alguns anos aqui na Rádio J-Hero. É difícil imaginar alguma época melhor que a atual para quem é fã de K-Pop, pois tivemos inúmeros comebacks e debuts sensacionais.

Como venho tentando fazer este ano, reuni aqui uma seleção com as muitas canções que chamaram a minha atenção ao longo das últimas semanas. Da mesma maneira que fiz nessa mesma coluna, onde comentei o que havia acontecido em março, dei preferência aos grupos e artistas solos que exercem alguma influência sobre o público, ou então destaquei aqueles que, de tão bons, desejo que alcancem uma boa visibilidade. Vamos lá…

O QUE ROLOU DE MELHOR

Fiestar – You’re Pitiful

Vou começar esse post dando uma escapadinha na regra, mas é por uma boa causa. Acabei deixando passar essa deliciosa canção do sempre ótimo grupo Fiestar, lançada ainda em março. You’re Pitful segue ainda a linha do Pop/Eletrônico old school bem feito por elas, mas dessa vez numa abordagem mais delicada…



EXO – Call Me Baby

Como sempre, os rapazes do EXO voltaram com uma música grande. Se no ano passado todos tínhamos vontade de entrar e dançar naquele labirinto de Overdose, em Call Me Baby essa sensação não muda em nada. Sonoridade Urban que retorna aos anos 90 deliciosa, MV sensacional…



Oh My Girl – Cupid

Até agora, esse é o debut mais interessante do ano. A música segue o conceito doce – quase imaculado – que vem voltando com tudo (Red Velvet que o diga, né?), tem um refrão grudento e ainda é repleta de percussões que lembram bastante a sonoridade brasileira…



Crayon Pop – FM

Qual o resultado da soma de synthpop oriental em um MV com referências a Tokusatsus, Halo e Sailor Moon? O vídeo mais viciante do mês…



Mamamoo e eSNa –  Aah Oop!

Uma faixa Pop bastante orgânica em relação ao instrumental e muito bem cantada, com trechos bem colocados para cada uma das meninas do Mamamoo e pra eSNa. Pena esse caminho mais adulto não estar chamando muito atenção lá em terras orientais…



EXID – Ah Yeah

Se antes eu achava que tudo o que o EXID lançava era apenas direcionado para quem queria dançar com o nível etílico elevado nas baladas, tamanha a pobreza e obviedade em cada trabalho, dessa vez sua música me agradou. Talvez pela diminuição na estridência, ou pelo uso menos equivocado de saxofones, até mesmo pelo clipe engraçado. Vai saber…



BTS – I Need U

É de se louvar que o BTS tenha sempre na manga alguma faixa que mescle Hip Hop e Pop com samples bem planejados e de uma forma muito agitada, dançante e sem parecer uma imitação infantil, como em No More Dream, We Are Bolleproof e War of Hormone. Agora com a quase balada I Need U, a pegada está quase melancólica em um misto de trap e dubstep bom demais…



Lim Kim – Awoo e Love Game

Se antes eu já tinha uma certa adoração pela Lim Kim por acrescentar em seus álbuns faixas com instrumentais totalmente inspirados na musicalidade brasileira, com sambas e bossas novas excelentes, me surpreendi com as faixas explicitamente eletrônicas trabalhadas em seu comeback.

Awoo brinca com um vocal bastante adocicado no meio de um batidão fortíssimo. Já Love Game brinca de crescer, partindo do minimalismo das palmas para uma explosão futurista, sendo essa uma faixa que supera quase tudo o que está tocando aqui no ocidente e preenche os charts cada vez mais entediantes que muitos insistem em dar credibilidade. E além de tudo, os videoclipes são sensacionais…






Dalshabet – Joker

Sim. É verdade que o fato dessa música ter sido banida das TVs coreanas por conta de seu jogo de palavras sacana (escrevi sobre o ocorrido bem aqui) ajudou e muito na divulgação por ai. Mas também é fato que isso não diminui em nada sua qualidade, sendo um Pop bem divertido de escutar…



Jimin Park – Hopeless Love

Essa menina conseguiu lançar uma balada sensacionalmente boa, pois fugiu de todos os maneirismos bregas possíveis. É como se ela pegasse um pouco da St. Vincent, da Bjork, da FKA Twigs e adequasse para a linguagem do mainstream sul coreano. A expressão “Puta que pariu, que foda!” me veio ao assistir esse MV pela primeira vez…



Miss A – Only You

Confesso que nunca dei muita atenção para as fantasticamente lindas meninas do Miss A, mas ainda pretendo dar uma olhada mais aprofundada em sua discografia, pois Only You deve ter sido a música que mais escutei no mês passado. É uma maneira mais adulta de fazer K-Pop, com um refrão drum & bass agitadíssimo e, vá lá, contagiante. As outras faixas do mini-álbum Colors também são igualmente maduras e ótimas, recomendo a todos…



O QUE ROLOU DE PIOR

Jimin, do AOA, com o Iron – Puss

Que eu adoraria trazer para casa cada uma das meninas do AOA para escutarem alguns discos antigos de R&B, disso vocês não precisam ter dúvidas, mas não há como elogiar essa faixa com o vocal irritante da Jimin para o programa Unpretty Rapstar. O sample é entediante e a forma como os versos são entoados são tão agradáveis quanto colocar uma agulha de crochê de baixo da unha…



BIGBANG – Bae Bae e Loser

Olha, perturbadoramente, essa foi a volta mais difícil de entender desse ano. Se antes esses caras eram os donos de uma das faixas orientais contemporâneas mais memoráveis e divertidas que eu já tinha ouvido, Fantastic Baby, agora eles mais soam como imitadores do Justin Bieber com essas duas canções broxantes…






J.Y. Park – Who’s Your Mama?

Se esse tipo de merda já não tinha graça com o PSY, imaginem com um imitador. Patético…



Girls’ Generation – Catch Me If You Can

E quando eu achei que o pior que a SM Entertainment poderia fazer ao SNSD seria retirar a Jessica do grupo, vi que o buraco estava bem mais embaixo. É inviável para um girl group como o GG – que, atualmente, é o de maior alcance mundial, superando até mesmo aqueles que vem dos EUA e do Reino Unido – lance algo tão preguiçoso.

Triste ainda é pensar que aquelas que antes nos agraciaram com obras primas do Electropop, tipo The Boys, Gee, Hoot e I Got a Boy – essa última, mudando a maneira de fazer música no mainstream no planeta e praticamente obrigando nomes como Katy Perry e Lady Gaga a se renderem ao mid-tempo -, tão imitadas e plagiadas por ai, venham com uma faixa que usa o que de pior tem em qualquer musiquinha de rave que ninguém mais aguenta escutar.

Uma pena…