Não é uma delícia quando bandas que gostamos lançam trabalhos bacanas?
Sempre se mantendo nos cantos da cena K-Pop mundial, as meninas do 4minute vem me agradando bastante já há algum tempo, desde os agitados singles I My Me Mine e Mirror Mirror. Mas foi com o ótimo e despojado Name Is a 4minute (resenhado aqui) que elas me conquistaram de vez.
Toda aquela maluquice colorida e satírica, bem humorada e simulando quase uma paródia escrachada de outros girl groups – o que se repetiu em Whatcha Doin’ Today – ditou em minha mente que aquele era o caminho ideal para Hyuna & cia seguirem.
Mas eis que levei um susto com o primeiro gostinho lançado desse comeback de 2015: o videoclipe de Cold Rain.
Como uma banda como essa poderia se levar tão a sério a ponto de colocar uma balada como lead single? Jurei estar presenciando o maior tiro no pé da história da música oriental. Só que me enganei terrivelmente as semana seguinte, quando o mini-álbum Crazy foi finalmente lançado.
Me surpreendi positivamente ao notar que o quinteto resolveu mergulhar de vez na sonoridade Urban da qual já há tempos vinham recolhendo referências, agora com uma pegada mais adulta e febril.
A primeira evidência disso está na faixa que dá nome ao EP, Crazy, um mid-tempo com escolhas excelentes de sintetizadores eletrônicos que formam um pano de fundo ótimo para as rimas e partes cantadas – que poderiam muito bem ser usados por um Eminem da vida, ou por uma Azealia Banks, ou que sabe uma Nicki Minaj…
E o nível apenas sobre com Cut It Out, que chama atenção pelo arranjo ainda mais pesado que é quebrado pelo refrão doce e Pop das meninas.
Já Tickle Tickle Tickle pode soar como boba no início, mas não tem nada disso em sua produção. A faixa vai crescendo sonoramente conforme os segundos passam, onde inúmeros efeitos sonoros vão sendo acrescidos e formam várias camadas que, somadas com o instrumental “jazzístico” frenético e a linha vocal “zoeira” das meninas, transformam essa em uma das melhores canções já lançadas pelo grupo. E isso ainda se repete da deliciosa iCatch, que tem o refrão mais grudento desse trabalho.
E quando achei que elas não poderiam surpreender mais, Show Me mostra uma fusão de artifícios eletrônicos sombrios com um refrão maluco e animadíssimo. É um paralelismo tão forte que, no fim, duvido que vocês não estejam gritando “Ê Ê Ê Ê Ê Ê” também…
Por fim, aparece a balada Cold Rain. Se antes eu havia pensado que essa canção num caminho contrário a tudo que o 4minute vinha fazendo tão bem, agora acho que a faixa apenas acrescenta um nível alto de classe a toda essa experiência Urban/R&B/Pop/Rap do mini-álbum, fechando o trabalho da melhor maneira possível.