Imagine você mais jovem, dizendo o que quer, o que não quer fazer ou o que quer ser quando ficar adulto? Normal, né? Todo mundo fez, pensou ou faz isso às vezes. Porém, e se um dia o que você pensou e desejou sobre como seria o fim do mundo acabasse realmente acontecendo? Seria uma catástrofe, não (no meu caso seria)? Isso é 20th Century Boys, uma narrativa criada por Naoki Urasawa em 1999 e finalizada em 2006. Aliás, o nome da obra vêm da música do T-Rex, uma banda de glam rock inglesa do gênero derivado do rock.
Este artigo vou dividir em algumas partes e fazer uma seção para apresentar a história sem spoilers (com pouquíssimos) um por semana e, no final, uma seção com minha opinião própria.
20th Century Boys (Primeira parte)
(pane no sistema, alguém me desconfigurou)
A história nos apresenta Kenji Endō e seus amigos Otcho, Yoshitsune, Yukiji, Maruo, Keroyon, Mon-chan, Kanna Endō e Donkey (irei falar de Kanna posteriormente). Kenji, durante sua infância no final dos anos 60, criou uma base para poder ler seus mangás e ouvir musica, em especial um popular gênero na época: o rock! O rock estava em ascensão na época, pois era contra a cultura padrão dos regimes da sociedade (credo, imagina o que seria hoje).
Kenji, junto com seus amigos, vivia sofrendo nas mãos dos gêmeos do mal Yanbo e Mabo com suas “chaves de pernas”. Ele e seus amigos fizeram uma base com pedaços de galhos e plantas amarradas para o teto e tudo mais que encontraram no meio do mato. Lá eles levariam mangás, e Otcho levaria um rádio de pilha que pertencia a seu velho e também uma revista Heibon Punch (claro, claro, sacanagem). Otcho, para inaugurar a base, fez um desenho que soa como uma bandeira para eles, com o seguinte símbolo:
Esse símbolo é a trama principal da história, ele é o que está por trás do culto que utiliza esse símbolo, é o que faz a trama se desenvolver. Ele, como dito antes, foi feito pelo Otcho para simbolizar a aliança entre eles; porém, em 1997 (um salto no tempo dentro da história), esse símbolo é ligado a um culto que está começando a crescer em Tóquio e cujo passado virá à tona. Kenji, no tempo corrente da narrativa, trabalha em uma loja que responde sob uma grande franquia a qual sua loja faz parte.
Um surto de vírus está se espalhando sobre o continente africano. Ele drena o sangue e mata as vitimas em pouco tempo. Uma das suas vitimas é Shōtarō Kaneda (sim, isso mesmo, o mesmo nome do protagonista de Akira; Naoki é um grande fã da obra), um aluno de 24 anos da escola de engenharia de Ochanomizu, que é mostrado completamente drenado. Enquanto isso, dois investigadores vão até a loja de Kenji perguntar se aquela loja fora uma antiga loja de licores. Kenji confirma, mas esperava outra coisa dos investigadores: noticias de sua irmã. A irmã de Kenji, Keiko Endō, foi uma cientista notável que certa vez chegou até ele e sua mãe com uma criança, pedindo que cuidassem dela, logo depois partindo para o desconhecido.
Os investigadores relatam a Kenji que um professor chamado Shikishima e sua família desapareceram por completo e que, buscando por respostas, chegaram até a loja de Kenji, que pertenceu a antigos fornecedores de licores aos quais a família estava ligada.
Final da Primeira Parte
A masterpiece 20th Century Boys, de Naoki Urasawa, é uma das minhas obras favoritas de tudo que eu li até aqui, se não a maior. O enredo é um coisa simples, magnifica e nostálgica, um sentimento que todos compartilhamos é o que nos faz repensar às vezes o que poderia ter acontecido caso tivéssemos tomado tal caminho ou decisão diferente. Também como a inocência não é uma coisa intrínseca a todas as crianças, há pessoas boas e há pessoas ruins, isso em qualquer faixa etária.
Minha opinião sobre 20th Century Boys e, consequentemente, da sua continuação, 21st Century Boys, é a de que não há justificativa em machucar alguém. Todo o plot tem a ver com sentimentos não resolvidos, maldade, bullying e desprezo de crianças com crianças. O esquecimento também é um ponto tocado por Urasawa, não significa que você esqueceu que isso terminou, e como diz um ditado popular: “quem bate, esquece; quem apanha, jamais esquece”.