Tuzi, da lua, diz: Olá, jovens gafanhotos, hoje a coelha da lua traz a história por trás do conto mais conhecido e prestigiado da Ásia! Esta será uma matéria de duas partes, onde primeiro contarei no que se baseia a Jornada ao Oeste!

Monge viajante

No começo da dinastia Táng, por volta de 630 do ano cristão, um monge budista de Cháng’ān, cansado da baixa qualidade nas transcrições e traduções dos textos budistas, resolve ir contra o imperador e viajar em busca do conhecimento budista.

Xuánzàng é o nome deste monge, e por 13 anos ele peregrinou por vários templos sendo ajudado por colegas monges a chegar em lugares como Tiān Shān (cadeia de cordilheiras da Ásia oriental), Uzbequistão, Afeganistão, entre outros, até chegar à Índia.

Tendo recolhido em sua viagem textos considerados ensinamentos sagrados de Buda, estudado em uma antiga universidade budista e conseguido discípulos em sua jornada, ao retornar para sua cidade natal, Xuánzàng não foi punido por sua desobediência.

O imperador aceitou-o novamente e o ajudou na reestruturação do ensinamento e tradução dos textos. Após se estabelecer em um novo templo, Xuánzàng dedicou-se a escrever relatos de sua jornada: Grandes Registros Táng sobre as Regiões Ocidentais. Xuánzàng faleceu em 664, tendo um mosteiro construído para divulgar seus ensinamentos.

Da peregrinação à fantasia

Em 1570, Wú Chéng’ēn surge com Jornada ao Oeste, um conto mitológico fantasioso baseado na peregrinação de Xuánzàng. Este é um romance dividido em quatro partes e que contém 100 capítulos no total.

Contando a história de Táng Sānzàng, um monge que é incumbido a uma missão por Buda e que recebe três protetores para isso: o rei macaco, um ladrão e um príncipe dragão. Os três protetores receberão o perdão de seus erros caso tenham sucesso em proteger Táng Sānzàng em sua missão.

O romance se divide em quatro livros narrando aventuras e situações que todos os personagens. Apesar disso, dá mais destaque ao monge peregrino e ao rei macaco, inserindo, dessa forma, contextos históricos e mitológicos da Ásia conforme a narrativa é feita.

O que o faz diferente do texto original é exatamente o toque fantasioso das mitologias e folclores orientais inseridas no enredo. Wú Chéng’ēn manteve a base dos relatos do monge, dos caminhos por onde passou aos ensinamentos que aprendeu em sua peregrinação. E além disso, ao incluir nela a companhia de Sūn Wùkōng, Zhū Bājiè e Shā Wùjìng, deu vivacidade ao conto.

Jornada atemporal

Apesar de antigas, tanto a obra original, Grandes Registros Táng sobre as Regiões Ocidentais, quanto o romance Jornada ao Oeste ainda mantêm sua grande importância na Ásia ao se contar uma “jornada do herói”. Vemos isso em filmes, animes e doramas como O Rei Macaco, Dragon Ball e Hwayugi: Uma Odisseia Coreana, entres outras mídias.

Tuzi, da lua, diz: E por hoje é isso, jovens gafanhotos! Aguardem pela semana que vem, trarei curiosidades sobre as obras que foram influenciadas por esse incrível conto! E fiquem ligados na programação da Rádio J-Hero e nas outras matérias que fazem a J-Hero do seu jeito, do seu gosto!