Yo caro leitor! Tudo bem? Comigo ótimo! A sensação de ser um ano mais velho tem seus prós e contras (o "Dia do meu Nome" foi na sexta-feira 20). A Hikari volta aqui na Rádio J-Hero e primeiro pede compreensão a quem estava esperando a segunda parte da análise do mangá Koe no Katashi feita em nossa última postagem. A matéria fica para a próxima edição da nossa coluna devido a um anúncio excepcional feito no início da semana que passou.

Sim, estou falando do anúncio feito pela Editora JBC que confirmou o relançamento do mangá InuYasha. A confirmação além de pegar de surpresa o fã mais otimista da obra de Rumiko Takahashi foi um balde de água fria em alguns sites e colunistas metidos a especialistas que chegaram "profetizar" que as chances de isso acontecer eram míninas mesmo muitos demostrando interesse.

Os motivos para tais afirmações seriam as condições presentes na própria presença do mangá no Brasil. Quando da primeira vez de seu lançamento em solo tupiniquim (2002 – 2009) o título teve que lhe dar com toda uma nova proposta de mercado diante dos fãs. Com 112 edições na versão brasileira (o dobro do original japonês com 56 volumes), em uma escolha que hoje é considerada insensata por muitos críticos do mercado editorial, a obra é – até hoje – o mangá com o maior número de volumes publicados por aqui.

Nos dias de hoje, conhecer alguém que tenha todos os 112 volumes é raridade. Mais raro ainda é encontrar quem esteja disposto a completar a coleção ou mesmo começá-la do zero. A pouca quantidade de volumes em bom estado e os altos valores de venda e frete por muitas vezes não compensam. Mesmo para quem pretende comprar em grande quantidade.

Vale destacar que o relançamento vem em um momento especial: o mangá original celebra em 2016 seus 20 anos desde a primeira publicação em 13 de novembro de 1996. Legal isso né!

Como a JBC está vindo na onda dos relançamentos, a editora (que tinha publicado a obra pela primeira vez) contou com a decisão dos seus consumidores para eleger quem merecia o direito de reviver em novos papéis mais um pouco da infância e também conhecer novos admiradores. Vencendo a enquete (veja o anúncio oficial aqui) clássicos como Shaman King, Cowboy Beboop, Fruits Basket, A Princesa e o Cavaleiro e Angelic Layer o mangá que conta as aventuras de Kagome e InuYasha já provocou o frenesi nos fãs que aguardam de já o relançamento.

O que se espera da JBC é que assim como ela vem fazendo com outros títulos de relançamento (seus ou de cancelados por outras editoras)  seja apresentado um produto de alta qualidade. O que se pode ter em mente é que ninguém vai ter quer se preocupar com muito espaço nas prateleiras, pois – como faz desde Os Cavaleiros do Zodíaco – a editora deve trazer o título em tankobon, com os 56 volumes iguais a versão japonesa.

Mas essa é uma notícia velha. O que a Hikari traz agora é algo legal. Pensei: "E se eu falar com alguns fãs de InuYasha para saber como ficaram ao receber a notícia?" e foi o que fiz. Quando a JBC ainda promovia a enquete uma amiga da faculdade (que nunca imaginei fazer o que fez!) promoveu um verdadeiro movimento de convocação para todos em suas redes sociais votarem pela volta do mangá. No dia que vi a notícia eu só lembrei dela. E quando a vi disse: "Você conseguiu!".

Conversei com ela, que topou ser a pesonagem da matéria de hoje. Seu nome é Roberta Lima – formanda em Relações Públicas pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) -. Trilhando comigo desde 2012 os caminhos da Comunicação Social, qual não foi minha surpresa ao descobrir que Roberta possui quase toda a coleção da primeira edição de InuYasha! Para animar nossa conversa quem falou conosco também foi Ramayana Mendes, amiga minha e de "Rô" (vou chamá-la assim), que carinhosamente é conhecida na UFMA como "Rama" (e não, nada tem a ver com Ranma 1/2). Ela também é fã de InuYasha, teve apenas 10 edições do mangá, e disse que está ansiosa em poder tentar mais uma vez colecionar o mangá com o relançamento.

Sem delongas vamos ver o que foi que saiu desse bate-papo repleto de nostalgia.

Comecei perguntando para elas qual foi a melhor cena de InuYasha que elas já viram (quer seja no mangá ou no animê) e pedi que só revelacem ao fim da entrevista.

Hikari: Como é saber que InuYasha vai voltar a ser publicado no Brasil?

Roberta: Eu fico muito feliz em saber que InuYasha vai voltar as bancas no Brasil! É sensacional pensar no novo público que ele pode atingir.

Ramayana: Eu gosto do Inu Yasha, porém muito mais do anime que o mangá. Me empolguei pela possibilidade de ter acesso aos mangas que serão lançados. Antes disso,  só tive acesso a 10 exemplares de mangas do Inu Yasha. Esse lançamento permitirá que novos leitores e fãs de cultura oriental (os da nova geração) tenham a oportunidade de conhecer este clássico.

Hikari: (Para Roberta) Sabemos que você se entusiasmou muito para conseguir que Inu Yasha fosse o indicado na votação da JBC, o que mostra o quanto é fã. Então, como começou aa sua relação com o meio-yokai e seus amigos?

Roberta: Tudo começou quando conheci o anime em 2000/2001. Começou a passar no Cartoon e logo eu gostei bastante (na verdade sempre gostei de animes, antes gostava muito de Dragon Ball, assistia com o meu pai hahaha). Quando parou de passar na TV passei um tempo sem assistir e depois procurei os episódios para baixar e guardar. Daí no ensino médio comecei a me interessar nos mangás e ganhei o primeiro de um namorado da época (o número 93)…

Hikari: (Para Ramayana) E você: tem a mesma paixão que a amiga por InuYasha ou só está na vibe?

Ramayana: Roberta é muito fã e ela que me fez ressuscitar o interesse pelo InuYasha. Fiquei cativada com a empolgação dela, e feliz pelo êxito.

Hikari: Também quero saber logo: vocês se consideram otaku ou apenas reagiram a uma nostalgia da infância? Ou teria traços em suas personalidades que lhes identificam como membros de uma Cultura Geek?

Roberta: Acredito que é uma mistura, um pouco da nostalgia da infância/início da adolescência com as influências da Cultura Geek.

Ramayana: Eu só me considero uma fã nostálgica, mas vejo claramente influências da Cultura Geek em minha formação. Fui e sou influenciada por todos os produtos midiáticos orientais que consumi ( a exemplo InuYasha, Basquet Fruit e Sakura).

Hikari: (Para Roberta) InuYasha influenciou a sua personalidade (relacionamentos, por exemplo)?

Roberta: Todos os desenhos/animes que eu gostava na minha infância/adolescência tiveram uma certa influência no que eu sou hoje. InuYasha me faz refletir muito sobre confiança, pra mim é o que mais define o anime, pois o grupo principal só alcança todas as suas metas graças a forte confiança que tem uns nos outros. Acho muito bonito!

Hikari: Qual o seu personagem favorito? e o odiado?

Roberta: Meu personagem preferido é o InuYasha. Mesmo sendo teimoso e cabeça dura tem um grande coração e cresce muito durante o desenrolar da história. Já o odiado… acho que é o de quase todos que já leram/assistiram InuYasha: o Naraku!! Não tem um pior na série toda hahaa

Ramayana: Eu amo a Kagome. Não gosto do sr. Sesshoumaru, o irmão do InuYasha.

Hikari: (Para Roberta) Como você encara essa nova retomada do mercado editorial de mangás no Brasil?

Roberta: Sinceramente eu não acompanho muito a situação dos mangás no Brasil, não sei dizer se de repente os que tem agora não estão fazendo tanto sucesso (financeiro) ao ponto de que seja necessário colocar de volta às bancas histórias antigas… Mas acredito que se o mangá é bom não tem tempo que vai fazer com que os fãs deixem de gostar e muito menos de fazer com que novos fãs nasçam.

Bom, esse foi o teor do nosso rápido bate-papo com as meninas (vida de universitário é correria). Em off (já sem pretensões de encaixar na matéria) falamos de muita coisa sobre InuYasha. o mangá – chegamos numa conclusão – é marcante por tratar de forma tão bela o nascimento de um romance. Nada disso havia sido apresentado de forma tão sublime entre os animês/mangás no Brasil e alcançado tanto público entre meninos e meninas. O número de cosplays de InuYasha e Kagome vistos nos eventos reforça isso (até o Louro José já fez cosplay do meio-youkai na TV hahahaha).

Nessa pegada do romance é que encerramos a matéria ao trazer as cenas preferidas e odiadas eleitas por Roberta e Ramayana. Eu também elegi a minha e deixo no final para todos! Vamos a elas então.

Roberta: Tem duas cenas que me marcam bastante, uma é logo no início do anime, quando uma personagem secundária morre no fogo e daí ela fica voltando para atormentar o irmão que está no hospital e a mãe porque ela pensa que a mãe a abandonou, mas no final ela descobre que estava enganada, que a mãe a amava muito e o espírito dela finalmente descansa em paz. A segunda é bem no final quando o InuYasha e a Kagome vencem o Naraku, mas ela é mandada de volta para casa e eles ficam muito tempo separados e sofrendo pela distância e impossibilidade de se encontrarem, mas daí ela consegue voltar e de novo a turma fica toda reunida.

Ramayana: a mesma da Roberta (referente a primeira cena).

Bom, a minha cena é… Como vocês já devem saber (as redatoras Fany e Musa-sama sabem!) seu amiguinho aqui é loucamente apaixonados por shipps. A Ramayana, no fim do nosso bate-papo falou que shipava muito a Kagome quandoe stava vestida de sacerdotisa (miku) e o InuYasha a confundia com a Kikyou. Um gosto muito peculiar (risos).

Eu prefiro o famoso e belo OTP – One True Pairing – para despejar toda a minha sentimentalidade. Logo, minha cena preferida é…

Essa é a melhor cena do segundo filme da franquia InuYasha e o Castelo por trás do Espelho. Gostaram?! Eu amo… quer dizer: SHIPO! Hahahahaha… Sayonara!