(A dama da Primavera só dá o ar da graça no ano que vem!)
Fim de semana animado e todos esperando pacientemente por uma boa leitura, bom, a Hikari chegou para satisfazê-los. Sempre fico pensando no que vou escrever, elaboro boas pautas, rascunhos, mas na hora do vamos ver o tempo me aperta e eu fico: "Como vou animar a galera da J-Hero?"
Aí me lembro que o forte de ser um redator desta rádio é ser sempre criativo, obrigado Deus por eu ser assim! Aproveitando o fim do mês de junho – fim de temporada em que alguns animes nos deixam cheios de saudades.
No entanto…
Parando para pensar esta me parece ter sido a temporada mais fraca em termos de bons animes para se sentir saudades e isso é uma afirmação muito pessoal, é claro, mas não deixa de refletir no pensamentos de muitos otakus.
Entre quase 30 animes que fizeram a alegria dos fãs entre os meses de abril-maio-junho nada foi tão emblemático do que a escassez de títulos marcantes, uma Primavera a ser esquecida.
Ah, mas você pode alegar: "Eu gostei muito de anime X! E detestei anime Y". Outra pessoa pode alegar: "Mas anime Y foi mais ou menos. Anime Z deveria ter continuação, mas não rendeu como tinha que dá."
(O frigorífico da temporada. Com sangue, mortes violentas e muita bunda, peito e coxa,
Triage X foi uma das tentativas fracassadas do segundo trimestre)
Isso é normalíssimo entre um debate de fãs, mas o que quero dizer é que se sabe quando uma temporada rende a partir dos comentários em alta escala promovido por ela. Eu sou um grande apreciador de sites de notícias, mas sou mais ainda de fanpages e grupos que discutem a respeito de animes e mangás nas redes sociais.
O que pude apurar durante esses três meses é que realmente a proposta dessa Primavera foi muito inferior ao que foi oferecido no Inverno 2015, enquanto muitos sites a enalteciam – logo no início -, com o passar das semanas eu não percebi uma grande evolução como resposta aos elogios.
Tudo começa com uma revelação "brochante": Digimon Tri – que era o mais aguardado pela comunidade otaku do mundo – não estreou em abril. O que tivemos foi um simples, mas ainda assim emocionante, trailler estendido (4 minutos) com a divulgação de informações como: data de estreia (21 de novembro) e o formato de exibição (6 ovas e não episódios seriados).Isso com certeza foi um calo no pé de muita gente! Mas superável! Contudo, daí por diante foi só pedrada! Se é que me entendem!
(Shinoa e sua foice gigante. Essa garotinha deu trabalho em Owari no Seraph.)
A maior das perdas foi Arslan Senki. Com apenas três volumes publicados na época, o sucesso dos mangás parecia que ia estourar na telinha. Mas… Nunca vi um anime ter tão baixa receptividade, pelo menos não dos Estúdios Pierrot (aclamado e odiado pelos amantes de Naruto e Naruto Shippuden).
Eu pelo menos não aguentei ir para o quarto episódio, o enredo realmente é envolvente, entretanto os demais elementos, que também eram ótimos (character design, colors, soundtrack – com UverWord na abertura! – e dublagem), de alguma maneira não casaram e senti que faltou o apelo sensível com o público, diferentemente do mangá!
Aí vem os possíveis sucessos que não convenceram: Kekkai Sensen, Plastic Memories, Punchline, Kyokai no Rinne e Triage X. Todos com nomes importantes da indústria da animação japonesa em seus staffs, mas que por alguma razão deixaram a desejar.
Em um segundo grupo temos animes como, Owari no Seraph (que só veio virar tópico de debate em sites e grupos de redes sociais na reta final), Ghost in the Shell, Diamond no Ace (season 2) e High School DxD Born (season 3) que já possuem um bom número de fãs graças ao mangás e/ou temporadas anteriores, mas que não alcançaram outros/novos públicos. São produções de boas referências, mas que por alguma razão não cresceram. Um exemplo, pelo menos em minha experiência é High School DXD Born, de quem sou muito fã da série de TV, acompanho desde a primeira temporada.
Desta vez senti que o foco dado na nova fase acabou comprometendo com o sucesso do anime, que nos cinco últimos episódios perdeu a preferência por liberação da versão com legenda entre as fansubs. No exato momento em que escrevi este texto ainda estava esperando as principais fansubs e sites especializados disponibilizaram o episódio nº12, que finaliza a animação neste trimestre.
Percebem o que quero dizer? Fico me perguntando se isso já é um reflexo das palavras de Hideaki Anno, criamos tantas expectativas e mesmo assim acabamos nos abstendo de boas obras porque elas já não atendem mais os nossos gostos mas são por demais repetidas para o nosso repertório.
Na última matéria da coluna, quando analisamos a indústria de animes sobre a visão do mestre criador de Evangelion – veja essa matéria aqui – nós citamos vários motivos para ele estar certo e também errado e esta temporada de Primavera 2015 apenas ratifica isso. Anno, até o momento, está certo em várias coisas, mas quando erra o faz porque ainda desconhece a força que este produto exerce nos eus fãs, graças a uma dose de flashback-clássicos, idols (é eles/elas chegaram para ficar), e inovações, o que poderia ser um fiasco total vai deixar algo além do que uma vontade de esquecer.
(Os Gold Saints se sairam muito bem! Mesmo tendo que descansar a cada 15 dias – ser velho não é fácil!)
Os animes Fate/Stay Night – Unlimited Blade Works (que retornava de um hiato de 3 meses para sua conclusão); DanMachi (cujo nome me recuso a escrever todo, e que deve seu sucesso a erótica e moe – que combinação! – Deusa Hestia); além do fim dos fillers de Naruto, o avanço signficativo do arco de Dressrosa em One Piece, e o início do arco da Tartaros em Fairy Tail; sem esquecer daqueles que na visão desse singelo autor salvaram tudo: Saint Seiya – Soul of Gold e Shokugeki no Souma.
O primeiro, pela proposta da exibição em streaming mundial arrebatando milhares de fãs no mundo inteiro e provando que CDZ pode render, basta querer (mesmo sofrendo com sérios problemas na finalização de cenas e personagens), já o segundo ficando com a bela homenagem dada por nós de o melhor da temporada!
Shokugeki no Souma é de se descreditar no início quando se descobre que se trata de um anime de culinária (Toriko e alguns shoujos ajudaram a construir a má fama), mas ao se descobrir que se trata de um shounnen, que não há um mundo fantástico, que tudo se passa seguindo o mais próximo da nossa realidade possível. Cara! Não há como não assistir Shokugeki e ficar sem sentir um mínimo de emoção/tensão, quem ainda está só no anime um alerta: O negócio vai ficar mais sério a cada novo episódio, pois o mangá é uma verdadeira obra de arte!
Em resumo, a temporada não foi boa, mas teve sua "corda jogada na beira do abismo" para evitar que despencasse sem nenhuma misericórdia. A J-Hero de já avisa: a temporada de Verão está chegando! Tradicionalmente este é o trimestre (julho-agosto-setembro) onde são lançados os melhores títulos do ano.
Quem já procurou se informar viu uma gama de "boas pedidas". Fiquemos no aguarde, pois se as palavras de Anno se concretizarem não sei se este Verão será memorável como em tempos passados. Já diz o ditado: "Uma andorinha só não faz verão!"Até a próxima! Sayonara!
(Sim Souma! Você sem dúvida foi o número um! Nem precisa dizer!)