Demorou, mas finalmente chegou aquela coluna do mês em que o objetivo é fazer você chorar de frustração ou de emoção, depende o seu gosto (q). Desta vez estou inspirada no clima do #MêsdoShoujo, porém é óbvio que não podia deixar de falar dos yuris e yaois e deixar os fãs do gênero chupando dedo!
Sem mais delongas, como o título sugere, as dicas deste mês são o yaoi Croquis, o qual recém adquiri o volume brasileiro pela editora NewPop. O delicioso yuri Sasameki Koto (descobri que tem um anime e já vai para a lista) e finalmente o mangá Cho Yo Hana Yo, um josei pra quem quiser sair da rotina dos amores colegiais.
Yuri do Mês – Sasameki Koto
Mangaká: Ikeda Takashi
Volumes: 9 Volumes (53 capítulos + extras)
Scan: Gokigenyou Fansub Yuri
Iniciei esta matéria pretendendo falar do yuri Maka-Maka, mas ele não me animou, faltava algo e não queria trazer um yuri superficial, queria algo mais profundo, então fui aonde qualquer fã de yuri vai, direto na fonte e dei de cara com Sasameki Koto que tem tudo que eu amo em um yuri e muito mais que eu não esperava, quantidade em volumes!
“O meu amor é um flor solitária – Ela floresceu e se espalhou sem que ninguém percebesse.”(Sumika)
A história inicia com essa seguinte frase que evidencia todo o contexto da obra, mas não é uma daquelas obras melodramáticas apenas, é muito mais, como você irá perceber no decorrer deste texto.
Murasame Sumika está apaixonada pela sua colega Kazama Ushio e melhor amiga, porém o problema não é um amor entre garotas, mas que Ushio que é uma lésbica assumida, prefere o tipo “garota fofa”, já Sumika é o total oposto, representante de sala, alta, independente, inteligente e atlética, filha de um dono de dojo e carateca, ela é tudo que Ushio não acha atraente. Para completar, Ushio acredita plenamente que Sumi-chan é heterossexual e não vê Sumika de outra forma além da melhor amiga. Friendzone nível máximo devo dizer.
“Por que é um tabu apaixonar-se por outra menina?”(Ushio)
Sumika está satisfeita apenas em estar ao lado da garota que ama enquanto esta sorri, mas torna-se cada vez mais difícil controlar os seus sentimentos à medida que Ushio se apaixona por outra garota, sofre e chora por isso. Ao mesmo tempo em que ela sabe que não tem chance com Ushio, Sumika luta com o seu próprio senso de inferioridade por não ser o ideal amoroso de Ushio.
Mais do que uma história entre duas mulheres, é uma história que poderia acontecer com qualquer um, um amor não correspondido.
Opinião: Sasameki foge do estereótipo de melhores amigas e amizade entre garotas que vira amor, não se passa em uma escola feminina, e mista, o desenvolvimento com homens é natural e a situação que mais me surpreendeu é o relacionamento entre Ushio e seu irmão Norio.
A família normalmente é o primeiro impedimento para um homossexual, principalmente por ir contra a “ordem natural” do que a sociedade define como correto. Porém pelos pais de Ushio e Norio, terem morrido muito cedo, ele acaba aceitando plenamente a irmã como ela é, ele é extremamente gentil e busca auxiliar Ushio ao invés de julgá-la, o que acredito que dificilmente aconteceria de uma maneira tão integra se os pais dela estivessem vivos. Seria uma idealização tola achar que este amor mais forte entre irmãos não é justamente pelas dificuldades que passaram sozinho. Será que ele daria tanto valor a irmã se os pais estivessem vivos? Não posso deixar de me perguntar.
O desenvolvimento da história é delicioso, não há nada explicito, podendo ser considerado um shoujo-ai, os personagens secundários são perfeitamente desenvolvidos e fazem você amá-lo antes que perceba. Até aqueles personagens que parecem surgir para causar rivalidade, na verdade, não estão lá de enfeite, sintonizam facilmente com o mundo criado pela autora.
“Eu acho que o amor é mais bonito quando não se tem consciência do sentimento, existindo acima das limitações do que chamamos de romance. Apesar de que também admiro ambos aqueles que forçam sua entrada se afogando na lama, e aqueles que recuam, pisando em espinhos.” (Tomoe-chan para Aoi.)
As cenas dolorosas do mangá foram muito bem estruturadas, a ponto de eu estar a beira de lágrimas e no minuto seguinte rir juntamente com as personagens, pois é um romance cheio de emoção, risadas, lágrimas e frustração, tal como foi prometido pela mangaká do início ao fim. Não é a toa que virou anime, a história não é pouca coisa, por isso recomendo mesmo para quem não é fã do gênero, pois vale a pena.
“O meu amor é uma flor numa ilha solitária que não irá florescer.”(Aoi)
Yaoi do Mês – Croquis
Mangaká: Hinako Takanaga
Volumes: 1 Volume (7 capítulos)
Editora: NewPOP
Meu contato com Croquis se deu por acaso, fui à tabacaria comprar Aohahaido, e como não tinha chego ainda (=/), resolvi por Croquis já que é volume único. Alias é o primeiro mangá que comprei novo em minha vida. Que emocione! Tirando os erros de escrita da New Pop (me contratem, juro que faço melhor!) é um ótimo mangá e não está como sugestão aqui por acaso.
São três histórias, os 4 primeiros capítulos trazem a história principal de Croquis, as demais são one-shots deliciosos.
Nagi Sassahara é um homem que trabalha como modelo em uma escola de arte durante o dia e a noite trabalha em um clube gay, ele trabalha como um doido dia-e-noite para juntar dinheiro para a sua cirurgia, pois acredita fielmente que apenas tornando-se mulher, poderá ter um amor de verdade com um homem. Sim, Nagi é homossexual, e de um tipo extremamente inocente e puro. Praticamente intocável, ele ainda não está ciente das dores que a realidade que ele vive cria para os seus moradores, a repulsa da sociedade e os “falsos amigos” por assim dizer.
Sem perceber Nagi acaba se apaixonando por um dos estudantes da escola de arte, Shinji Kaji. Em um descuido e mal-entendido de Nagi, Shinji acaba descobrindo que ele trabalha em um clube crossdresser, e sugere que ele trabalhe como modelo particular para ele, pois é o modelo ideal para o seu próximo trabalho. Nagi fica cada vez mais próximo do seu amado Kaji, porém pode ser correspondido mesmo ele sendo um homem?
A segunda história: Do meu primeiro amor… Conta o primeiro amor do introspectivo Tori pelo popular Kamota, que seria uma relação muito improvável senão fosse o gosto de ambos pelos mesmos livros. Um amor pelas páginas de livros, mas que infelizmente não terá o mesmo final feliz ou terá? Para alguém como Tori que nunca entendeu o amor e sempre achou que era algo que os outros sentiam e não ele, a primeira vez pode ser extremamente dolorosa.
Também temos um último capítulo que encerra o volume contando a visão de Kamota sobre Tori, o que torna a história ainda mais apaixonante.
A terceira obra já é mais suave, Um desejo para a Estrela, segue o personagem Sei Mayama, que odeia profundamente estrelas e fica atazanando todos os membros do clube de Astronomia por odiá-las tanto, por dizer que as estrelas não realizam desejos como lhe disseram, são umas enganadoras!
Seu amigo e presidente do clube, Daiki, é obcecado por estrelas o que torna elas para ele ainda mais detestável. Sei é apaixonado por Daiki, mas sabe que ele o vê apenas como um “irmãozinho mais novo” e, além disso, ambos são homens. Daiki está prestes a se formar e ir para longe, Sei conseguirá impedir ou lhe faltará coragem?
Opinião: É um mangá delicioso de ler, suave e bom para se ter na sua estante (nem que seja virtual). Porém acredito que quando a história secundária supera a principal, tem algo bem errado, é o caso de Croquis pra mim, eu me apaixonei pelo mangá, mas pelo Do meu primeiro Amor... Tão suave triste e dramático, é como se dissesse e jogasse na sua cara tudo que você pode perder por uma decisão errada, mostrando os quão pequenos e voláteis nós somos, um único dia muda a sua vida para sempre.
Como se alguém dissesse: “Você poderia ter sido feliz com ele, mas preferiu ficar em casa ao invés de ir à padaria?” Só de pensar nisso já me dá calafrios. É principalmente por este motivo que eu recomendo Croquis, não quero ser eu a responsável por você ter feito a escolha errada! (Olha que estou tentando avisar hein?) Leiam e tirem as suas próprias conclusões de vida.
“Mas eu ainda vou lembrar com carinho, vou sempre lembrar…
…minha preciosa lembrança. …Do meu primeiro amor.”
Shoujo do Mês – Cho yo Hana yo
Mangaká: Yoshihara Yuki
Volumes: 8 Volumes (40 capítulos + extras)
Scan: Redisu Fansub
Choko Kuze é uma dama de uma família tradicional rica e cheia de servos, que faliu miseravelmente. Fazendo-a nem um pouquinho diferente de nós trabalhadores de cada dia, e é isso que realmente ela vai ter que fazer trabalhar, o que não é difícil, pois ela viveu como uma pessoa normal até então, seus tempos de riqueza ficaram nas lembranças de infância e ela não pretende fazer nenhum loucura pra ascender socialmente, quer apenas um trabalho comum para que possa ajudar os seus pais. Ou pelo menos é o que ela queria…
Em uma entrevista para uma empresa imobiliária, um dos entrevistadores é extremamente inoportuno e pergunta: “Você é virgem?”. Quão surpresa você ficaria se soubesse que o mesmo que perguntou isso é agora o seu chefe?
E como senão bastasse ele era o seu servo fofo de infância, agora na forma de um chefe poderoso e vigoroso? Doumoto Masayuki vai deixar Choko louca com a sua dupla personalidade variando entre chefe, e serviçal honrado, mas será que ele teria mais alguma face desconhecida por ela?
Opinião: como todos os mangás desta autora, a história é extremamente divertida, muitas vezes sem noção, que o diga o dono da empresa e chefe de Doumoto, como um homem daqueles existe? Os dois levam a brincadeira de otaku a níveis extremos e hilários. É uma comédia deliciosa que faz você não perceber o tempo passar. As partes picantes demoram um pouco, mas surgem, afinal são ambos adultos, meios desmiolados, mas adultos apesar de tudo.
O modo como o relacionamento deles se desenvolve é curioso de ler, Choko fica presa na sensação de amar um chefe, um servo, um namorado, um arrogante crápula, um gentil homem, um pervertido amante. Masayuki é tantas coisas que é difícil dizer, em momentos sinto ódio por ele, em outros amor, ele é um maldito duas caras maravilhoso! Não tem como não amá-lo, apesar dele ser um completo idiota tolo com obssessão por ser servo, quando podia ser um marido.
"Eu realmente sou um tipo pervertido. Eu estou te dizendo novamente. Eu não ligo para outras garotas além da minha dama." (Doumoto)
Falando de Amor!
Posso ter me apaixonado pelo Masayuki a ponto de criar um quarto de adoração especial para ele (brincadeira gente!), todavia o destaque deste mês vai para Sasameki Koto, pois nunca na história desta coluna um yuri teve um desenvolvimento tão longo e bem criado como este.
Amantes de yuri tem uma vida díficil, pois são poucos os lugares que você pode encontrar tanto fãs, quanto obras de qualidade, por isso achar um tesouro como este me fez realmente feliz. Os momentos de lágrimas acompanhado de um traço delicada torna a obra apaixonante, impossível não se emocionar. Todas as três obras são ótimas, cada uma ao seu modo, porém as nuances de comédia e drama deste yuri o fazem o campeão…. Sasameki Koto eu escolho você! Pokébola vai!
Para finalizar o clima de amor desta matéria, segue uma música apaixonante e extremamente fofa (a música, não o anime o qual pertence) para deixar a sua leitura bem melhor. Não deixem de comentar, opinar e sugerir obras para a coluna e aproveitem pra ler o conteúdo dos outros redatores, pois são feitas especialmente para vocês…
Música do Mês – Ai no Kakera – Hashimoto Miyuki (Ending – School Days):