Olá, jovens gafanhotos! Tuzi de volta, desta vez com um tema peculiarmente assustador para alguns, muito para essa jovem coelha, porém nem tanto para outros. Hoje vamos conhecer um tipo diferente de yōkai: o tsukumogami e suas formas diferenciadas!
Objetos possuídos
Não é só no Ocidente que temos os famosos objetos amaldiçoados ou com ligação com o além: o Oriente também está recheado desses itens aterrorizantes. Muitos países como a Tailândia, por exemplo, constroem até mesmo santuários para alguns objetos com fama ou origem sobrenatural.
Todavia, nosso foco hoje é o Japão, pois este país possui uma grande variedade de yōkai. Como sabemos, alguns deles têm sua origem em outros países e religiões, mas, no final, tudo se assimilou com o que já se acreditava no Japão.
Por conta disso, há yōkai do tipo tsukumogami para todos os gostos, desde os mais estranhos ou com uma função específica até os assustadores que existem com o único objetivo de assombrar os vivos.
Mas, Tuzi, o que é um tsukumogami?
Originalmente, o tsukumogami era qualquer animal comum que conseguisse passar dos cem anos, adquirindo assim o status de yōkai. Contudo, com o passar dos séculos, esse conceito foi deixado de lado, e tsukumogami acabou por se referir aos objetos antigos que passam dos cem anos.
Quando este tipo de item inanimado consegue atingir essa idade, acredita-se que um espirito pode se apossar dele e, ao possuí-lo, tornar-se um yōkai desse tipo específico.
A crença diz que tsukumogami são yōkai inofensivos, mas que costumam estar em companhia de outros que são maliciosos. Entretanto, a passividade dos tsukumogami não os impede de pregarem peças nos mortais.
Por poderem possuir diversos tipos de objetos (menos os elétricos), podemos encontrar tsukumogami como o Boroboro-ton — um cachecol — ou Menreiki — uma criatura espiritual nascida de uma coleção de máscaras teatrais —, até Zorigami — um relógio possuído.
A seguir, vamos conhecer mais alguns tsukumogami interessantes!
Nyoijizai
Aparentemente, esse yōkai nasceu com a missão de coçar o canto das costas que simplesmente não conseguimos alcançar, não importa o quanto se tente.
O nyoijizai tem sua aparência ligada a um tipo de rúyì, uma espécie de cajado de sacerdote ou monge. Ao que tudo indica, ele seguiu a regra do cajado que se tornou yōkai depois de existir por muitos anos.
O formato do cajado também é semelhante a um magonote, um coçador de costas, normalmente de madeira, muito popular entre os mais velhos.
Hahakigami
Hahakigami (No chinês 箒 神 Zhǒu shén; japonês ははきがみ Wawakigami), também conhecido como hōkigami, costuma ser uma vassoura que conseguiu atingir uma idade muito avançada. Por conta disso, se tornou o objeto perfeito para ser tsukumogami.
No Japão antigo, a vassoura é tida como um objeto sagrado para rituais, pois ela costuma ter a simbologia de “varrer” para fora qualquer espírito maligno ou coisas do tipo. Por conta disso, muitos acreditam que é o objeto favorito dos espíritos para se tornar um tsukumogami. Dizem que para encontrar um hahakigami basta observar os dias de vento frio, pois é possível vê-lo varrer descontroladamente as folhas que caem.
Mokumokuren
Muitos acreditam que objetos que fazem partes da casa (fechaduras, vidraças de janela e o shōji — as portas e janelas corrediças de papel) e não são bem cuidados, passando a ficar deteriorados pelo tempo ou má conservação, tendem a criar muitos olhos. Esses objetos ou lugares são chamados mokumokuren.
Apesar de inofensivos, afinal são apenas olhos, ainda são assustadores, pois ficam seguindo os moradores conforme eles se movem dentro de casa. De qualquer forma, o verdadeiro perigo está nos yōkai que costumam acompanhá-los. A lenda diz que mokumokuren são um sinal de infestação yōkai, pois tendem a chamar a atenção de outros tsukumogami.
Fonte: Yokai.com
E por hoje é só, jovens gafanhotos! Tomem cuidado com seus objetos pessoais, e se você tem algum com mais de cem anos, boa sorte! Vejo vocês semana que vem!