Olá, jovens gafanhotos! Hoje trago para vocês um ser mitológico carismático, se assim posso defini-lo, que vem em dobro! É conhecido como o cão-leão japonês (chinês e coreano): o komainu!

A entidade

Tão antigo quanto se possa pensar, o komainu é uma entidade mitológica presente na China, Coreia do Sul e Japão. Seu mito iniciou-se na China e foi assimilado pelo budismo japonês e xintoísmo, tornando-se parte da classificação yōkai do tipo inu.

Acredita-se que komainu são animais nobres e leais, e estes aspectos são refletidos na mistura da lealdade de um cão e a nobreza de um leão. Sendo um tipo de quimera, seus traços físicos também se assemelham a uma mistura destes dois animais que são representados por um par de estátuas.

O conceito do leão como uma simbologia de nobreza e poder chegou à China em meados da dinastia Táng (618-907) através da Índia. Por conta de sua descrição majestosa e forte, rapidamente se tornou popular como um guardião. Da China, sua simbologia mitológica foi levada para a Coréia e Japão, onde também foram assimilados culturalmente.

Shishi e komainu

No Japão, durante o século IX, as duas estátuas tornaram-se diferentes em postura e nomes: a que permanecia com a boca aberta passou a ser chamada de shishi — do chinês shīzi: 獅子, que significa leão —, pois já se parecia com aquele animal.

Já o que tinha a boca fechada, recebeu a aparência de um cachorro e foi nomeado komainu (狛犬, cão de Goryeo), pois sua forma condizia com as estátuas usadas na Coreia do Sul. Uma das diferenças entre eles também estava no fato de que, às vezes, o komainu era representado com um único chifre na cabeça. Goryeo é um dos nomes da Coreia antiga.

Com o passar dos tempo, ambos voltaram a ser parecidos, com suas características de cão e leão misturadas.

Representação

Simbolicamente, essas criaturas representam yīn e yáng. Por conta disso, é dito que, quando os dois estão juntos, representam um casal de guardiões, que no Japão é encontrado na entrada dos santuários xintoístas, assim como edifícios importantes.

Um dos motivos retratados para as poses diferentes é que o shishi se mantém com a boca aberta em posição de rugido para assustar os demônios, já o komainu está com a boca fechada para abrigar e manter os bons espíritos.

Algumas suposições também apontam que as bocas abertas e fechadas também fazem referência a “Ah” e “Un”, que juntos trazem o som de uma meditação.

Hoje em dia, é comum usar o termo komainu para referir-se ao par de guardiões e shishi quando quer apontar apenas o que mantém a boca aberta.


E por hoje é só, jovens gafanhotos! Espero que tenham apreciado a matéria, vejo vocês na semana que vem!