Olá meus amores, vocês estão bem? Aproveitando as festividades de Halloween, eu convido vocês a embarcarem no trem-fantasma comigo. Hoje levarei vocês para conhecer algumas indicações de mangás de terror. Estão prontos para esta jornada sombria?

Gênero muito popular hoje em dia, o terror e suas derivações têm seus representantes no mundo do mangá, embora não sejam tão populares quanto os filmes japoneses, cujo histórico vai desde filmes clássicos, como o Ringu, até obras do Junji Itō, um dos mangakás mais reconhecidos por criar histórias de terror.

Ibitsu – Haruto Ryō

A minha primeira indicação de hoje é Ibitsu. Ibitsu é um mangá de terror em que um estudante de design, Kazuki Itō, numa noite escura voltava pra casa quando ao passar por um monte de lixo se depara com uma lolita, suja e maltrapilha. Itō tenta passar rápido, mas ela lhe faz a seguinte pergunta:

Ei, você tem uma irmã mais nova?

Após esse encontro, coisas assustadoras começam a ocorrer em sua vida, sendo perseguido por essa estranha lolita, com vários sustos, perseguições e assassinatos, e Itō vai ficando cada vez mais perturbado e solitário. A arte do Haruto Ryō é bem peculiar e eficaz: não tem tanta tanta violência gráfica, mas o que pouco que tem já é o suficiente para nos manter alerta, e eu recomendo para quem não tem tanto costume com histórias de terror, e mesmo assim deseja sentir um sustinho!

O mangá tem dois volumes, e cada um deles contém uma história de terror extra, paralela ao conto principal. A história do volume 1 se intitula O Corredor das Bonecas e gira em torno de uma lenda urbana na qual, se um casal escrever seus nomes na “parede da felicidade” no último andar de uma antiga fábrica de bonecos, eles serão felizes juntos para sempre. Já a história do volume 2 se denomina O Misterioso Conto do Editor e é sobre uma possível lenda urbana em que uma mulher se apresenta como editora de uma revista famosa para contratar os serviços de seu artista favorito de mangá para que ele desenhe seu personagem favorito.

Fuan no Tane – Masaaki Nakayama

Fuan no Tane tem uma tradução literal que é sementes do desconforto, sendo um mangá de terror peculiar. Ele não possui um enredo, são três volumes de one-shots de três a cinco páginas e que não têm nenhuma relação entre si: as estórias não são necessariamente originais, muitas delas são reproduções de lendas urbanas.

A característica que mais se destaca é a forte pressão atmosférica em cada capítulo, em que a ideia é brincar com os conceitos e manipular nossa mente ao pensar naquilo que nos causa medo. Você não vai levar nenhum grande susto lendo Fuan no Tane, mas o mangá alimenta seu horror do uso das situações e do desconforto que elas geram.

Não tem muito como comentar a história sem dar spoilers, então eu deixo aqui a minha recomendação e depois me contem se vocês se sentiram tão perturbados quanto eu…

The Drifting Classroom – Kazuo Umezu

Kazuo Umezu é um dos meus mangakás favoritos, e hoje vou recomendar uma das suas primeiras obras de sucesso: The Drifting Classroom (ou, no título original, Hyōryū Kyōshitsu). A história ocorre no Japão dos anos 70 e tem como protagonista o garoto Shō Takamatsu, que no início do mangá tem uma briga com a sua mãe e então sai de casa direto para a escola, como normalmente faz. No meio do caminho, ele se encontra com seu amigo e vai para a escola junto com ele; Shō explica o que aconteceu em casa e, então, durante a conversa, ele e seu amigo se lembram de que têm que buscar o dinheiro do lanche em casa. Shō não volta para casa porque não quer ver a mãe, mas seu amigo volta.

No meio do caminho, o amigo de Shō percebe um enorme barulho causado por um pequeno tremor de terra vindo da direção da escola. No local onde deveria estar a sua escola tem uma gigantesca cratera, a escola desaparece do lugar onde deveria estar misteriosamente… É uma aventura assombrosa, em que os personagens tem que confrontar seus piores pesadelos, em que a pressão psicológica é intensa.

O mangá recebeu uma adaptação para filme live-action em 1987, que é relativamente conhecida entre quem gosta do cinema nipônico. É um mangá que consegue prender bem a atenção de seus leitores, com uma história bem conduzida, que às vezes deixa o leitor se sentindo como os personagens: desesperados.

Hideout – Masasumi Kakizaki

Minha última indicação de hoje é Hideout, que foi originalmente lançado em 2010 e aqui no Brasil foi produzido pela Editora Panini. O mangá conta a história de Seiichi Kirishima, que intercala entre 1989 e um passado quando Seiichi vivia com sua esposa Miki e seu filho Jun. Tentando recuperar o trabalho e driblar as dívidas, Seiichi faz de tudo para manter a renda da família. Após um trágico acidente que mata o Jun, o casamento de Seiichi acaba; após isso, e tendo sido desprezado e julgado pela morte do filho, Seiichi vai atrás de vingança em uma viagem com sua mulher.

Masasumi Kakizaki sabe expressar o terror quando é necessário. Mesmo sendo uma história simples e a trama meio clichê, eu aconselho a leitura, pois tem doses de psicopatia e suspense, conseguindo entregar o suficiente para nos manter interessados.


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