Olá, caros viajantes, como vocês estão? Espero que todos bem! Para quem me acompanha, sabe como gosto de coisas temáticas, mas hoje não trarei uma indicação de uma obra, e, sim, uma análise um pouco diferenciada, e eu espero que vocês possam curtir! Apertem os cintos, pois nossa viagem nos levará direto para o Egito.

É hora do duelo! Se você é fã de anime ou passou a infância assistindo TV Globinho, certamente, se lembra dessa icônica frase. Os fãs estão comemorando o 25º aniversário do mangá de Yu-Gi-Oh!. A série original de Kazuki Takahashi fez sua estreia nas páginas da revista Weekly Shōnen Jump da Shūeisha no Japão em 14 de setembro de 1996, gerando uma enorme franquia de spin-off original, vários animes, filmes, videogames e jogos de cartas.

Sinopse

Yūgi mora com seu avô, dono da loja de jogos Kame Solomon Mutō. Ele adora todos os jogos, seu maior tesouro é uma misteriosa caixa com os dizeres: “algo que você vê, mas nunca viu”, o conhecido Enigma do Milênio capaz de realizar qualquer desejo a quem lhe desvendar. Yūgi já sabe exatamente o que pedir: um grande amigo que nunca lhe traia e ao qual ele nunca o trairá. O problema é que o colégio de Yūgi está cheio de encrenqueiros dispostos a infernizar a vida do garoto, a vítima perfeita para as mais variadas brincadeiras dos coleguinhas, principalmente de Tristan e Joey. Mas algo está prestes a mudar…

Como não tive muito contato com o mangá, meu texto hoje irá se basear no anime, na versão clássica lançada entre 1998 e 2004. O anime possui muitas “eras”, uma geração para cada protagonista; cada uma introduz um novo tipo de “invocação”, que aqui se refere ao termo utilizado pelos personagens que representa a invocação de um card de monstro para ser utilizado nos duelos do anime.

Porém, para que não fique um texto extremamente longo e cansativo, vou selecionar alguns episódios da primeira “era”, por ela apresentar a maior quantidade de elementos sobre o Antigo Egito. Sendo mais específica, irei falar sobre o aparecimento de itens que referenciam o Egito, sendo eles o Olho de Hórus, os conceitos de e e, por fim, o amuleto ankh.

Ankh

Ankh é um hieróglifo encontrado na arte do Egito antigo. Ele aparece gravado nas colunas dos templos de Karnak, Edfu e também gravado em murais no Templo de Luxor, de Hatshepsut, Medinet Habu, entre outros, assim como em obeliscos e nas paredes de túmulos. Os deuses egípcios sempre o carregavam em uma das mãos para simbolizar o poder que eles próprios possuíam sobre a vida.

Shadi

No anime, este artefato aparece na forma de um dos itens do milênio, e seu portador se intitula Shadi. O ankh utilizado pelo personagem Shadi não dispõe de maiores detalhes, sendo utilizado algumas vezes para ajudar Yūgi a entrar no mundo das memórias perdidas do espírito do antigo Faraó que reside em outro dos itens do milênio.

Esses itens do milênio (sete ao todo) representam partes que foram retirados e ficaram sob a tutela de sete protetores do Faraó, pai desse espírito que está preso no Enigma do Milênio. Cada um dos itens possui um tipo de poder, e existe uma profecia em que, ao serem devolvidos e pronunciarem o nome do novo Faraó, ou seja, o espírito que estava no enigma do milênio, eles provocariam o retorno do deus da escuridão, Zorc. Assim, na história da última temporada da primeira geração vemos Shadi com o ankh ajudando Yūgi, adentrando a mente do espírito do Faraó, pois uma dessas lembranças seria o seu nome, e a missão de Yūgi é descobrir e levar essa informação para o Faraó.

Olho de Hórus

Um dos símbolos egípcios mais famosos é o Olho de Hórus. É uma mistura entre um olho humano e um olho de falcão. De acordo com a mitologia egípcia antiga, o deus-rei Hórus (que era descrito coma cabeça de um falcão) teve seus olhos arrancados em uma batalha com seu tio Set. Com a ajuda de Thoth, ele curou seus olhos. Essa restauração da visão, em Hórus, remete ao símbolo, o significado de poder, proteção, regeneração e força.

Maximillion Pegasus

No anime, o Olho de Hórus aparece entalhado em alguns dos itens do milênio, assim como em algumas cartas utilizadas no anime e no card game. Maximillion Pegasus, o “criador” dos monstros de duelo no anime, utiliza-o no “olho do milênio” que possui o poder de olhar a mão do adversário e prever seus movimentos durante um duelo, além de aprisionar as almas das pessoas.

Bá e ká

O bá e o ká são muito importantes para os antigos egípcios. Do ponto de vista egípcio, o ser era composto de nove partes que, estando unidas, formavam a personalidade da pessoa. Após a morte, todas essas partes se separariam, sendo necessário garantir que algumas partes específicas se reúnam no submundo para que o falecido possa gozar da eternidade em plena consciência e na presença dos deuses.

Bá: alma

O era o mensageiro entre o corpo e a força vital do ser. Era representado por um pássaro com cabeça humana, já que ele poderia se locomover rapidamente entre distâncias, incluindo entre mundos (Terra e além). Cada bá era conectado ao corpo de origem, levando mensagens e energia para o ka. Dentre suas inúmeras funções, uma delas é pesagem do coração diante de Osíris.

Ká: força divina/vital

O ká é considerado o duplo do ser vivo por ter a mesma forma. Os egípcios consideravam que todo ser vivo possuía um ká, de plantas a animais complexos como o humano e inclusive os deuses, todos possuíam força vital divina. Portanto, o ká era como se representasse a essência da vida de determinada pessoa e a morte significa o fim dessa essência.

No anime

O bá e o ká são elementos importantes dentro do anime. O bá representa a alma da pessoa. No anime, o personagem Mahad (protetor do Faraó e portador de um dos itens do milênio) duela contra Bakura; como resultado, perdeu parte de seu ká e também de seu bá, recorrendo à fusão dos dois e dando origem à carta Mago Negro.

Já o ká no anime representa o poder que a pessoa guarda dentro de si: quanto maior for, mais forte ela é. Na obra, há todo um processo de extração desse ká utilizando os itens do milênio, que, ao ser extraído, é redirecionado para uma estrela onde ficará preso. Quando necessário, os defensores do Faraó o utilizam como se fosse os monstros de duelo utilizados no anime.


E chegamos ao fim de nossa viagem hoje. Eu espero que vocês tenham gostado! Caso sim, diversas gerações desse anime possuem outras mitologias e itens que remetem à História, como por exemplo as linhas de Nazca e a mitologia nórdica na terceira geração, cartas com nomes de importantes pensadores, entre outros que posso trazer, se for do interesse de vocês.


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