Olá, meus queridos viajantes, como vocês estão? Hoje nosso trem nos levará em uma fascinante viagem, de uma história que chegou “ao fim” nesta segunda-feira. Digo fim entre aspas pois no final da transmissão do vigésimo episódio de Fumetsu no Anata E (To Your Eternity), o site oficial do anime confirmou o desenvolvimento de uma segunda temporada! A adaptação de Yoshitoki Ōima (A Voz do Silêncio) do aclamado mangá irá retomar no outono de 2022 (já começamos com boas notícias).
Comecei ler Fumetsu no Anata E pois ganhei de presente de uma grande amigo, e, por ter tido um dos melhores capítulos que já li, resolvi também assistir ao anime. Desde já, informo pra vocês que o objetivo da postagem não é mostrar spoilers, mas tentarei mostrar alguns pontos que fazem com que essa história seja recomendada. Espero que gostem!
Sinopse
Ele, um misterioso ser imortal, é enviado à Terra sem emoções nem identidade. No entanto, é capaz de assumir a forma daqueles que têm um forte impulso. No começo, é uma esfera. Então, imita a forma de uma rocha. À medida que a temperatura cai e a neve cai sobre o musgo, ela herda o musgo. Quando um lobo solitário e machucado vem mancando e se deita para morrer, assume a forma do animal. Finalmente, ganha consciência e começa a atravessar a tundra vazia até encontrar um menino. O garoto mora sozinho em uma cidade fantasma, que os adultos abandonaram há muito tempo em busca do paraíso que diziam existir muito além do mar sem fim da tundra branca. No entanto, seus esforços foram inúteis, e agora o menino está em um estado crítico. Adquirindo a forma do menino, parte em uma jornada sem fim, em busca de novas experiências, lugares.
Depois de morrer várias vezes, ele é encontrado em um pântano em março, por uma jovem que aspira ser uma mãe carinhosa, escolhida como um sacrifício para apaziguar o que eles acreditam ser um espírito de urso furioso. Ela chama o menino de “Fushi” e faz amizade com ele, ensinando-o a comer e a se tornar menos selvagem.
A jornada de Fumetsu no Anata E foi épica! Não tenho outra palavra para descrever. A premissa é uma das histórias mais criativas que já vi, começando pelo título, que já é meio mágico e misterioso. Não é tão incomum mangakás que retratam a dor da imortalidade, mas a proposta da obra vai além da fronteira da imortalidade, sendo uma obra sobre aprendizado e morte.
Yoshitoki Ōima começou a serializar seu trabalho nas páginas da revista Weekly Shōnen em novembro de 2016, sendo um compilado de 15 volumes até hoje. A impressão recebeu aclamação universal da crítica especializada, ganhando o prêmio de melhor shōnen na 43ª edição do Kōdansha Manga Awards! Masahiko Murata foi o encarregado de dirigir a primeira temporada da adaptação do anime para o estúdio Brain’s Base. A série iria originalmente estrear em outubro de 2020, mas seu lançamento foi adiado para a temporada da primavera de 2021, devido a pandemia de COVID-19.
O personagem principal, Fushi é um ser imortal que vai adquirindo formas ao longo de sua jornada na terra. Aparentemente, é algo sem sentido, confuso, mas à medida que você vai assistindo, você entende o desenvolvimento, que a cada ciclo ele vai adquirindo experiências com pessoas diversas e aprendendo sobre a morte. A primeira vez que assisti ao primeiro episódio tive diversas sensações. Tudo era perfeito: a estética, a música de fundo e a forma como a história foi se desenrolando, nos fazendo sentir esperança e tristeza (uma espécie de melancolia).
Não tenho como definir meus momentos favoritos do anime, pois todos eles me causaram uma sensação semelhante, tanto a animação quanto os visuais do ponto de vista de expressões e perspectivas conseguem transmitir muitas emoções indescritíveis. Além disso, tem a sequência de abertura com a Hikaru Utada, que eu simplesmente não canso de escutar! Inclusive, vou colocar aqui para vocês conferirem! Curiosidade: a música conseguiu ultrapassar 1 milhão de visualizações no YouTube em apenas um dia.
Se você conhece A Voz do Silêncio, sabe que a autora, Yoshitoki Ōita, trabalha acontecimentos sensíveis e os sentimentos de uma maneira muito sutil, em que as coisas não são ditas, são mostradas (e talvez seja um dos motivos pelo qual suas obras são tão queridas). Fumetsu no Anata E segue essa mesma linha: mesmo tendo algumas explicações para um melhor entendimento, a maioria dos acontecimentos mais importantes não precisam disso, tornando a trama ainda mais impactante e profunda.
O ponto forte dessa obra é o campo sentimental. Quando a esfera assume a forma de menino, ele começa encontrar outras pessoas ao longo de seu caminho, sendo a mais marcante para mim a March, uma menininha que encontra o garoto perdido. Ela diz que irá o ensinar e o batiza de “Fushi”, uma abreviação de imortal em japonês. Um dos sonhos da March é crescer para poder se tornar uma adulta exemplar e mãe, mas no vilarejo onde ela reside, de tempos em tempos, uma menina deve ser ofertada como sacrifício ao Deus Urso Oniguma, e March é a selecionada da vez (não vou dar mais detalhes para que vocês não peguem spoilers).
A esfera vai se tornando cada vez mais humana, sentindo, falando, existindo, conhecendo pessoas que, de maneira inevitável, morrem. E que ele vai assumindo suas formas e acompanhamos o Fushi descobrindo sobre isso e sobre a força que rege os humanos chamada morte, e ele, sem compreender o motivo pelo qual ele permanece vivo. O enredo incrível, junto com a trilha sonora maravilhosa, nos ajuda a nos conectarmos aos diferentes personagens. Começamos a perceber que eles são mais do que aparentam: pessoas reais, com medos, sonhos e esperanças e a nos questionar: qual é o significado da vida e da morte? O que significa ser humano? Temáticas como sobrevivência, perda, arrependimento, humanidade e mortalidade simplesmente surgem em nós.
Obviamente que é triste, mas isso torna a obra especial: As coisas vêm e vão; nada é permanente nesta vida, exceto a morte. E saber disso não faz com que nossos aprendizados signifiquem menos, mas torna tudo ainda mais valioso, principalmente as nossas experiências com outras pessoas. Não vale a pena lutar e viver por isso? Essa é uma jornada sensível sobre a vida, nossas relações e o quanto nossas memórias são extremamente necessárias.
Fushi é moldado por todos os seus encontros e despedidas, assim como nós também somos. Ele aprende a ser gentil, a querer se tornar forte, a sentir dor no coração e a saber o que é felicidade! Ser imortal é uma vida destinada à dor e solidão, mas, apesar de todas as dificuldades e de ter começado como uma esfera vazia, o protagonista vai se transformando, carregando os desejos e memórias de pessoas amorosas. Fumetsu no Anata E enfatiza o poder das emoções e como elas nos dão forma, seja na tristeza ou na alegria. Eu realmente acredito que Fumetsu no Anata E é uma obra feita não apenas para ser assistida, e, sim, sentida.
Fumetsu no Anata E é realmente uma obra de arte. Vale a pena assistir, você com certeza se surpreenderá e também irá aprender. Confesso que alguns momentos eu pensei que a jornada de Fumetsu no Anata E era para me trazer sofrimento semanalmente, rsrsrsrs, mas não posso deixar de recomendar: com certeza, um dos melhores animes da temporada. Como reflexão final, digo que nossos sentimentos e lembranças são coisas que não podem ser tiradas de nós, carregamos ao longo da nossa vida! Essa é a grande premissa.
Segunda temporada de Fumetsu no Anata E
Foi anunciada de modo oficial pelo Twitter no dia 30 de agosto a segunda temporada de Fumetsu no Anata E, estando marcada para estrear no outono de 2022 (já estou ansiosa)!
E você, gostou de Fumetsu no Anata E? O que você achou do final?