ATENÇÃO: Essa matéria é desaconselhável para menores de 16 anos, por conter imagens e linguagens de cunho sexual.

ATENÇÃO²: Nesta matéria não serão abordados casos de mensagens subliminares em animações. Eu realmente não possuo interesse em procurar casos bizarros de pessoas loucas que colocam conteúdo pornográfico e satanista por baixo dos panos. Vivam no mundo real.

Olá, futuros burgueses de um futuro pós-apocalíptico, onde viveremos todos em ilhas tecnológicas flutuantes enquanto a Terra será governada por animais super desenvolvidos.

Seguindo um ritmo polêmico que se iniciou essa semana aqui na rádio por meio da matéria da minha querida chefa, a Musa, onde ela contava sobre um projeto que visava o combate ao bullying sofrido por cosplayers, a Parada J-Hero! irá abordar uma realidade cômica – para não dizer trágica: a hipocrisia nas animações.

Acredito que todos vocês já devem ter parado para pensar nos motivos que levam aos estúdios ocidentais a censurarem de forma tão estúpida alguns famosos animes, certo? Relembrando alguns casos famosos, temos o que fizeram com One Piece, trocando o sangue pelo suor, o cigarro por um pirulito e até mesmo diminuindo o tamanho do sorriso dos personagens.

Outro acontecimento foi em Pokémon, onde retiraram o episódio onde o James (Equipe Rocket) se traveste de mulher para um concurso de biquínis, usando um enchimento nos seios e uma toalha para tampar o excesso de volume na sunga. Ou também pelo fato de mudarem a cor do Pokémon humanoide Jynxs de preto para roxo, para ~não ser racista~.

Muitos diferentes momentos também já ocorreram, teoricamente por motivos nobres, mas não seria tudo isso um grande preconceito com a arte original nipônica? Isso eu não sei, mas sei que há sim hipocrisia nesse mercado e lhes mostrarei isso no TOP 10 dessa semana, onde lhes trago uma seleção com os melhores desenhos infantis, repito, infantis, mas que contém uma certa dose de safadeza adulta em diversos fatores. Vamos lá…

10º lugar – Animaniacs

Essa foi, sem resquício algum de dúvidas, uma das melhores animações já criadas em todo o planeta. Saindo da cabeça do genial diretor Steven Spielberg, as aventuras dos irmãos Warner Yakko e Wakko, e da irmã Warner, Dot, embalaram muitas manhã da minha infância.

O desenho alegrava não só ao público infantil da época, mas também a galera mais velha, pois o mesmo continha piadas mais inteligentes e trabalhadas no formato de esquetes com humor pastelão.

Entretanto, por diversos momentos era evidente a presença sutil de um conteúdo mais safadinho nas piadas, principalmente na sexualização das figuras femininas, como a Oláááááá Enfermeira, que mesmo sendo ridiculamente inteligente (as feministas piram) é apenas reconhecida pelas suas belas curvas.

O acontecimento mais comentado da série foi a piada envolvendo o Prince, mas que só faz sentido em inglês. Tentarei explicar: em um dos quadros do programas, os irmãos em uma investigação buscavam impressões digitais, isso na língua original ficaria como um jogo de palavras, semelhantes a “fazer uma massagem íntima no Prince (o cantor)”.

A irmãzinha Dot acaba entendendo isso e já estava com o músico em seu colo, quando alertada pelos irmãos que havia captado a mensagem errada.

9º lugar – A vaca e o Frango

Um dos muitos clássicos da Cartoon Network, esse desenho mostrava a rotina de uma Vaca e um Frango, adotados por um casal cujo apenas as pernas eram mostradas. Até ai nada demais, exceto pelo fato de haver dentre os personagens um demônio vermelho que anda nu.

Esse também aparece no spin-off da série, o Eu Sou Um Máximo. Ambas as animações também fazem críticas à sociedade americana, adulta e adolescente.

Vale citar a cena onde uma gangue de mulheres motociclistas, exageradamente masculinas, invade a sala da casa dos irmãos e começa a lamber o tapete. Referencia clara ao sexo oral. Também vale ressaltar o fato da bunda da Vaca estar em bastante evidencia em alguns momentos…

8º lugar – Pica-pau

Essa hilária e polêmica animação, em sua fase clássica, quase sempre mostrou abordagens do estilo de vida americano em diferentes épocas de sua história, como a violência entre cowboys do velho oeste, criminalidade, propagandas enganosas, hipocrisia e tudo o que podia ser feita para conseguir dinheiro – como se mudar para a casa de um tio milionário no frio inverno.

Quem se lembra? Mas comicamente isso tudo era encoberto pela inconfundível risada desse passarinho sacana.

7º lugar – Coragem, o Cão Covarde

Convenhamos, em um enredo onde um cãozinho mora com os donos idosos, sofrendo maus tratos, no meio do nada, em que acontecem coisas onde não aconteceriam em lugar nenhum poderia até ser fofo e sem problemas.

Mas isso não ocorre em Coragem, visto as loucas cenas de visitas alienígenas, sobrenaturais e até demoníacas regadas a boas dozes de torturas psicológicas, físicas e tentativas de estupro… Ok, exagerei. (ou não?)

6º lugar – Johnny Bravo

Mais um grande clássico da CN, essa animação até hoje arranca gargalhadas com suas tiradas e seu protagonista, que dá nome a série.

Mas olhando por um ponto de vista mais crítico e chato, é nítida a apelação sexual tanto no corpo do Johnny quanto nas das garotas que ele tenta dar uns pegas.

Para ilustrar um episódio ocorrido, o loiro marombado conversa com uma jovem e diz que, ao olhar para ela, uma coisa grande começa a mexer dentro de suas calças. Na verdade era um caranguejo, mas enfim…

5º lugar – Tom e Jerry

Violência de diversas formas, sem mais. Esse foi o clima que imperou em toda a boa fase de Tom & Jerry, desenho onde o gato tenta pegar o rato, mas sempre acaba ~trollado~ por ele.

Alvo de inúmeras críticas paternas por conter a utilização de diferentes armas e formas de tortura nítidas, com o passar do tempo ele foi se suavizando. E com isso, toda a sua graça se foi.

4º lugar – Mal Encarnado

Spin-off perfeito do fantástico desenho animado As Terríveis aventuras de Billy e Mandy, Mal Encarnado tinha seu enredo girando em torno do maligno vilão milionário Heitor, que após uma explosão teve sua vida salva por sua fiel cientista, a Dra Ruína, que desenvolveu uma forma de manter o cérebro das pessoas vivo em um líquido especial.

Então, tanto o cérebro quanto o estômago do vilão foram instalados no urso Boskov. Assim, ele consegue manter seus planos de dominação mundial, acompanhado também pelo General Cicatriz e seu exército.

Seguindo a mesma linha do principal, Mal Encarnado possui um humor ácido, com mensagens sutis e críticas à sociedade, investindo em cenas violentas e apresentando também conteúdo sexual e homossexual.

3º lugar – As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy

Disparado outro entre os melhores desenhos já feitos no planeta, mas com certeza merece estar no pódio desse TOP. No universo aterrorizante de Mandy, Puro-osso e Billy, o que mais há é humor negro.

Mortes cômicas, tragédias hilárias, cenas que deveriam causar nojo e piadas quase de baixo calão. Amo-os.

2º lugar – Betty Boop

Sendo muito criticada nos anos 30, Betty Boop nas animações representava a mulher independente, que ouvia Jazz e se vestia de forma provocativa.

Os resultados disso eram sempre os assédios de inúmeras figuras masculinas nos episódios, a valorização de seu corpo escultural e incitações a pornografia e consumo de drogas.

Não que isso não mostre a liberdade e a revolução feminina, mostra sim que as mulheres podem ser o que quiserem, contidas ou liberais (as feministas piram 2).

1º lugar – A Vida Moderna de Rocko

Não haveria outro que deveria estar em primeiro lugar nessa lista. A Vida Moderna de Rocko com certeza é o campeão em colocar conteúdo adulto em um programa infantil. Fazendo jus ao nome, o protagonista vivia absurdas situações simulando o estilo de vida moderno americano. A animação era recheada de piadas com duplo sentido e insinuações sexuais.

Algumas delas: A personagem que era casada com o melhor amigo de Rocko começou a seduzi-lo, fazendo uma referencia clara ao adultério; em outro episódio, o mesmo foi com o tal amigo viajar e tiveram que pernoitar em um Motel, fazendo com que o recepcionista acreditasse que fossem o casal homossexual.

Em outra ocasião, ele arrumou um emprego onde deveria atender a ligações de uma empresa, sendo essa um canal de telessexo; ele também resolveu matar sua fome certa vez, retirando uma frutinha pequena e redonda de um arbusto, entretanto, não era um fruto e sim o testículo de um urso.

Agora o mais absurdo de todos: ele e seu amigo, novamente, viajavam e dormiram em um estábulo. Vacão, o companheiro, que é um Boi e não tem tetas, acordou sendo ordenhado por uma máquina, até que ele… Bom, entenderam?

Um baú de ouro para os vencedores dessa Parada!

Ok… Agora vamos para um lado mais hardcore de tudo isso. Acredito que eu, quando tiver filhos num futuro distante, não veria problema algum em deixá-los assistir qualquer uma das animações acima, visto que todas apresentam tais conteúdos de uma forma tão sutil que não causaria qualquer dano nos fedelhos.

Mas isso muda para esse que citarei agora, o qual extrapola todos os limites do duplo sentido e me soa mais como um cuspe na cara dos telespectadores.

Citação Especial – Ren & Stimpy

Provavelmente o recordista de reclamações dos pais, esse desenho contava com a dupla de “amigos” Ren, um chihuahua psicótico e agressivo, e Stimpy, um gato gentil e idiota, que sofria com ataques do cachorro. As cenas iam desde situações nojentas como a retirada de nervos dos dentes podres a momentos de violência exagerados por parte dos personagens.

Alguns momentos foram extremamente significativos, como quando a dupla foi adotada por um adestrador, que fazia com que fosse obedecido de qualquer jeito, inclusive com torturas físicas e violência, se mostrando ridiculamente feliz com tais atos.

Houve também a polêmica da revelação de que, na verdade, os animaizinhos não eram bem amigos, nem mesmo inimigos, sim um casal gay sadomasoquista. Tal episódio levou à demissão do autor e produtor da série e foi inteiramente banido de qualquer material disponível atual, fazendo também uma mancha na imagem da Nickelodeon.

Não sou nenhum puritano ou defensor da moral e dos bons costumes, nem que é mal feito ou ruim (muito pelo contrário), mas isso aqui não é um desenho infantil. Você pode conferir algumas cenas aqui, aqui e aqui. (cenas com conotação sexual).

E agora, para encerrar o assunto, resolvi trazer o ~proíbidão~ da Cartoon Network. Certa vez, o criador do Laboratório de Dexter resolveu usar de uma agressividade maior na trama e, no episódio que fora banido, colocou inúmeros palavrões nos personagens.

Contextualizando isso, Dexter criou uma máquina que retiraria a maldade das pessoas, podendo se tornar um menino perfeito. Entretanto, as coisas dão errado e acabam sendo criados dois gêmeos do mal, um dele e outro de sua irmã, Didi, que capricham no vocabulário de baixo calão.

Isso fez com que por muito tempo ele fosse retirado de circulação, mas há pouco tempo foi exibido no bloco Adult Swin, apresentando já no inicio do episódio o nome junto com o cientista mostrando o bumbum e sua irmã loirinha exibindo seu dedo do meio.

Pois bem, agora devemos pensar se são justas ou não as censuras sofridas pelos animes ao virem ao ocidente, visto tantos momentos como os acima “passarem despercebidos” por produtores e chefões afim de exibi-los à uma faixa etária livre.

Essa foi a Parada J-Hero! de hoje. Acharam que está faltando algum desenho nessa lista? Concorda? Discorda? Deixe isso nos comentários abaixo, adoraríamos saber a opinião de vocês e receber sugestões.

Abraços!