Ex-primeiro ministro Taro Asō foi visto comprando uma cópia de Golgo 13 em uma loja de conveniência no dia 1º de abril. Coincidência ou não, esse foi o primeiro dia após a aprovação do aumento em 8% dos encargos sobre produtos em todo o país.
O ministro pagou um total de 432 ienes (aproximadamente 9,43 reais) por uma garrafa de água mineral e o mangá, com os 8% já inclusos nos preços. Ao ser perguntado sobre sua compra, Asō respondeu que se sente aliviado ao ver que a execução do novo imposto tenha sido realizada tão rapidamente nas lojas.
Havia 17 anos que esse tipo de imposto permanecia inalterado. E, segundo o governo japonês, o reajuste que entrou em vigor na última terça tem o objetivo de financiar os altos gastos públicos com previdência social no país. O governo espera arrecadar cerca de 8 trilhões de ienes nos próximos anos e assim amenizar os custos do governo com as pessoas de terceira idade que somam 25% da população total.
Além de ser famoso por se autodeclarar otaku e ter preferências bastante peculiares com os mangás que lê, Taro Asō também é conhecido por suas declarações polêmicas e infelizes. A última delas está relacionada aos idosos e o aumento recente do imposto.
No inicio do ano, ainda recém-empossado ao cargo, Asō afirmou em uma conferência que as despesas com cuidados de saúde para doentes mais idosos caracterizam-se como gastos desnecessários para o país. Ele ainda completou dizendo que o problema só seria resolvido se os idosos morreressem rapidamente. As palavras do ministro repercutiram mal por todo o mundo e nem mesmo o pedido de desculpa aliviou a tensão e desviou os olhares de desconfiança sobre o Ministério Japonês das Finanças.
O mangá que o ministro comprou não é qualquer um. Golgo 13 é o quadrinho japonês mais antigo ainda sendo publicado. Criado por Takao Saito em 1968, está em terceiro lugar na lista de mangás mais vendidos de todos os tempos, tendo recebido diversas adaptações para OVAs, filmes, animes e games ao longo de 45 anos.
A história que é do gênero seinen gira em torno de Duke Togo, um assassino de aluguel altamente qualificado que, independentemente de quem o contrata ou de quem é o alvo, executa o seu trabalho exclusivamente por dinheiro.