Ao longo dos anos, a televisão aberta brasileira foi palco de uma ampla gama de programas infantis que foi diminuindo com o tempo. Apesar disso, os animes desde o começo desempenharam um papel significativo, ocupando uma grande parte desta programação voltada ao público infanto-juvenil. A presença marcante desses animes na trajetória da televisão brasileira pode ser compreendida ao longo de distintas eras, tais como a icônica era da Manchete, a cativante era da TV Globinho e a inesquecível era do programa Bom Dia e Companhia.

Animes clássicos marcaram época e deixaram grandes legados, porém existiram obras neste universo que, em virtude das reviravoltas do tempo ou da simples falta de lembrança, acabaram sendo gradativamente jogadas ao esquecimento individual e coletivo.

Monster Rancher

Monster Rancher narra a história de Genki, um jovem aficionado por videogames que, como prêmio por sua vitória em uma competição, recebe um novo jogo ainda não lançado no mercado. No entanto, ao tentar jogá-lo, ele se vê inesperadamente transportado para dentro do jogo, em um mundo completamente diferente. Lá, ele tem a oportunidade de conhecer uma variedade de personagens fascinantes.

Nesse novo mundo, humanos e monstros convivem em relativa harmonia. Os monstros, originados de discos que podem ser encontrados em diversas localidades, são trazidos à vida por meio de santuários especiais. Há uma vasta diversidade de monstros, variando em formas, cores e características.

Ao lado de Holly, uma garota determinada, e de um grupo de monstros composto por Suezo, Mocchi, Lebre, Tigre e Golem, Genki adentra um mundo completamente distinto do seu. Lá, eles se deparam com o vilão Moo, cujo objetivo é controlar todos os monstros e destruir o mundo. Assim, o grupo embarca em uma jornada em busca da fênix, com a esperança de revivê-la e impedir as maquinações destrutivas de Moo.

Ao analisar o resumo atualmente, pode-se perceber que Monster Rancher aparenta ser mais um exemplo genérico do isekai, que é lançado em grande quantidade nas temporadas atuais. No entanto, é importante ressaltar que estamos nos referindo aos anos 2000, quando essa ideia ainda não era tão difundida e popularizada como é hoje. Naquela época, a premissa de um personagem sendo transportado para dentro de um videogame e explorando um mundo diferente era algo relativamente fresco e inovador.

Super Pig

Após encontrar um porco amarelo alienígena, Kassie é presenteada com um “Porcompacto” que lhe concede poderes, transformando-a em uma super-heroína suína chamada Super Pig.

Sim, essa é a sinopse de Super Pig, um anime que foi ao ar pela TV Globinho nos anos 90 até meados anos 2000. A animação tinha foco mais infantil, particularmente feminino.

Super Pig é uma paródia das famosas mahō shōjo (guerreiras mágicas), como Sailor Moon e Sakura Card Captor, parodiando os elementos dessas narrativas.

Viewtiful Joe

Baseado no jogo de mesmo nome da Capcom, o desenho foi transmitido entre 2004 e 2005, apresentando traços visuais únicos que o destacam (seja de forma ruim ou bom). Pelo fato de não ser considerado um clássico consagrado, é digno de menção nesta lista.

Enquanto Joe e sua namorada Silvia desfrutam de um encontro no cinema, acontece um incidente inesperado: Silvia é sequestrada pelo vilão do filme e transportada para a terra dos filmes conhecida como Movieland. Determinado a resgatá-la, Joe é capturado e também levado para Movieland pelo robô Six Majin. Agora, no mundo cinematográfico, Joe tem a missão de salvar Silvia das garras da maléfica organização de vilões conhecida como Jadow.

Para auxiliá-lo em sua jornada heroica, Captain Blue confia a Joe o poderoso V-Watch, instruindo-o a se transformar em um super-herói ao proferir a palavra henshin. Com essa nova identidade, Joe embarca em uma aventura cheia de ação e perigos, enfrentando desafios e inimigos icônicos dos filmes. Sua determinação em resgatar Silvia e derrotar a Jadow impulsiona-o a utilizar seus poderes recém-adquiridos para enfrentar todas as adversidades que surgem em seu caminho.


Além dessas obras mencionadas, há várias outras que poderiam ser citadas neste contexto. Algumas tiveram uma breve passagem pela TV aberta, enquanto outras, por serem exibidas em canais fechados, acabaram se tornando mais nichadas e menos conhecidas pelo público em geral. A diversidade de animes que marcaram a história da televisão brasileira é vasta e, certamente, há muitas outras joias esquecidas que poderiam ser exploradas.

Portanto, convido você a acompanhar futuramente a continuação desta lista. Em uma parte 2, poderemos explorar mais obras que deixaram sua marca no universo dos animes e que, por diferentes motivos, podem ter sido esquecidas ou não receberam a devida atenção. Prepare-se para relembrar e descobrir novos títulos que fizeram parte da nossa jornada televisiva. A coluna continuará a trazer nostalgia e curiosidades sobre esses animes esquecidos, trazendo à tona lembranças e surpresas para os fãs de animação japonesa.