Quem viveu no final da década de 90 sabe a importância da extinta Rede Manchete para a popularização dos animes no Brasil. Quando se toca nesse assunto, talvez o primeiro pensamento que vem à cabeça é Os Cavaleiros do Zodíaco e depois os outros animes.
De matar aulas a brigas nas ruas, Yūsuke Urameshi nada mais é do que um delinquente de quatorze anos com talento para problemas. Porém, em um único ato altruísta, Yūsuke morre enquanto salva uma criança. Por um sacrifício tão nobre, ele recebe uma segunda chance na vida, mas esta será muito diferente da que foi deixada para trás. Agora como um detetive espiritual, o jovem deve rastrear demônios e humanos que desejam governar os três reinos da realidade.
É impossível falar de Yū Yū Hakusho e não falar da dublagem clássica. A escolha de inserir gírias e expressões brasileiras que eram populares na época deixa tudo mais hilário. Por exemplo, você consegue ouvir coisas do tipo: “tá pensando que berimbau é gaita?”, “rapadura é doce, mas não é mole não”, “você é grande, mas não é dois, eu sou pequeno, mas não sou metade!” etc.
A animação de Yoshihiro Togashi estreou na Rede Manchete no final dos anos 90, mas passou por diversas emissoras como RedeTV!, Cartoon Network, PlayTV e a Band.
Sagas
O anime possui 112 episódios, separados em quatro sagas.
Saga do Detetive Espiritual: após sua morte, Yūsuke recebe outra chance de viver, porém, como detetive espiritual. Acho essa parte do anime bastante divertida, porque ainda não havia conflitos tão profundos e o humor é mais presente.
Saga do Torneio das Trevas: neste arco, Yūsuke e seus amigos são intimados a participar de um torneio disputado por seres sobrenaturais. Resultado? É pancadaria sem enrolação em todos os episódios! Entretanto, não fica limitado só a isso, porque há um profundo amadurecimento dos personagens e uma carga dramática bem trabalhada.
Saga do Capítulo Negro: desta vez somos apresentados a um inimigo que possui a mesma motivação do organizador do Torneio das Trevas.
Saga dos Três Reis: O Mundo das Trevas é dividido entre territórios comandados por três reis, que estão prestes a entrar em guerra. Três dos protagonistas se aliam a cada um deles por motivos bem particulares. Contudo, ela é muito focada nos bastidores da guerra, e quando o conflito chega, bem, é super-rápido.
Outro ponto a destacar é a trilha sonora. Yū Yū Hakusho possui uma das melhores. Para completar, as versões em português das aberturas e encerramentos são fantásticas.
Yū Yū Hakusho é uma série premiada. No Brasil teve bons índices de audiência durante o fim da existência da Rede Manchete, o que acabou deixando para o público brasileiro um gostinho de quero mais.
Por seu sucesso no passado, quando os direitos autorais de Hunter × Hunter foram adquiridos em terras tupiniquins, o público não gostou muito da trama, pois mesmo possuindo todo o talento de Yoshihiro Togashi, o segundo anime do autor possuía em sua versão antiga uma dose de aventura um pouco mais demorada e arrastada, o que era bem diferente de sua primeira obra.
Netflix
A empresa norte-americana em 2021 anunciou que um live-action da animação estava sendo produzido. A estreia está prevista apenas para dezembro de 2023, conforme anunciou a plataforma de streaming nas redes sociais. O elenco do live-action ainda não foi divulgado, mas a produção será de Kaata Sakamoto e Akira Morii – produtores responsáveis pela série Alice in Borderland.