(Grafite em Osaka, por Titi Freak).

Hey, nunca sentiu curiosidade em relação ao Japão de modo a querer saber o que existe por trás das costumeiras animesongs, J-pop/rock que nos são apresentados diariamente?

Que tal conhecer um pouco da música que normalmente não vemos nos animes?

Seria legal ver partes de Tokyo e de cidades como Hiroshima, os quais raramente vemos em clipes ou televisão, não?

Foi com base nas minhas respostas às perguntas anteriores que resolvi fazer essa matéria, focado no cenário underground da nossa querida Terra do Sol Nascente, mais precisamente no Nip Hop/Rap.

(Grafite em Tokyo, por Suiko).

Pra quem não sabe, o Hip hop é um movimento juvenil surgido nos Estados Unidos no final da década de 70, constituído pela linguagem artística da música (Rap e Djing), dança (Break) e artes plásticas (Graffiti), com a finalidade de protestar contra a violência policial à população periférica e que com o passar do tempo perdeu as raízes e pendeu pra o subgênero Gangsta, este, abafando as vozes dos precursores do movimento.

Usando de uma mentalidade menos consciente e da glorificação à criminalidade, e que, na primeira metade dos anos 90, devido ao sucesso de vendas, causou um embate de egos que levou as costas leste e oeste do país a uma eufórica “luta”, resultando na morte de alguns dos maiores rappers da história (o que pra muitos foi também a morte do verdadeiro hip hop).

Acabou por fazer o movimento procurar sobreviver no cenário underground, já que o underground sempre foi o refúgio daqueles que discordam das diretrizes massivas de um gênero ou movimento, ou dos que não obtêm êxito em alcançar as massas.

(Grafite em Hiroshima, por Suiko).

Quando falamos de Hip Hop no Japão, tratamos de um movimento forte, que desencadeou diversas subculturas e estilísticas, acompanhando a produção americana por um período e, não muito depois, seguindo seus próprios rumos e integrando características da Música Pop Regional.

O Nip Hop é muito importante à cultura pop nipônica, mas sempre ostentou um caráter mais visual, relacionado à atitude e vestimenta do que musical.

(Grafite em Hatsukaichi, por Suiko).

Diferente da beleza urbana do grafite, a música em sí era vista somente como um ritmo dançante, em sua maioria interpretada por grupos medíocres que tentavam ser como os americanos, mesmo tendo uma realidade social totalmente diferente, o que não deu muito certo.

Até que então, Jun Seba, ou Nujabes, como é mais conhecido, surge para mudar o caráter artístico do Nip hop, a ponto de torna-lo tão real quanto o Hip hop americano.

Com um amplo conhecimento musical, foi responsável pela criação de bases que variam dos mais limpos arranjos de piano aos mais elaborados samples, o que revolucionou o modo de fazer Nip hop e acabou por torná-lo o que é hoje.

Nujabes – Letter from Yokosuka

Fiz uma seleção de músicas “atuais” que gostei bastante e que já tem presença constante no meu media player. Vale notar que diferente do que se tem como referência ao Hip hop, os clipes são bem simples, sem a “ostentação” dos carros e mulheres dançando com pouca roupa, o que claramente difere o Nip hop do Hip hop atual dos Estados Unidos.

(Grafite em automóvel, por Suiko).

Clipes simples, batidas suaves e vocais que mesmo que não entendamos, transmitem o que eu particularmente procuro atualmente na música, a minha brisa diária. Espero que apreciem!

BASI – To You

Jambo Lacquer – Ice Water

SNEEEZE – Say So

Ninja Mob – Dreamin Light

Acho que é isso, espero que tenham gostado de conhecer um pouco tanto do movimento Hip hop, quanto da sua vertente Nipônica, e que tenham gostado das musicas (só olhar os relacionados no Youtube que vocês vão descobrir muita coisa boa D:).

Créditos ao blog Relanimes, onde consegui muita informação útil, já que o cenário é relativamente pequeno e tem poucas fontes de pesquisa na internet, e ao Ura-Kun por me ajudar a procurar as primeiras músicas, de onde surgiu a idéia da matéria. Então o.o Até a próxima xD (Morra Caio).