E ai que eu resolvi usar a mesma desculpa da Sunmi quando foi tirar umas férias das Wonder Girls e dar uma sumida da Rádio J-Hero durante um tempinho para focar nos meus estudos. E enquanto a gata de olhos rasgados lá retornou para a JYP Entertainment de uma maneira explosiva após alguns anos, debutando solo gostosona com sexy concept, eu apenas faço esse meu comeback ressurgindo como uma fênix através dessa nova coluna: a Na Lupa.
Sim, meus caros, resolvi abrir mão da megalomania ariana e retirar o meu nome desse título. Afinal, as coisas mudam, as opiniões são efêmeras e todos evoluímos. Ou vocês prefeririam me ver de maiô de ginasta, peruca rosa e sensualizando?
Eer… Acho que não.
Enfim, MUITA coisa aconteceu nesses últimos meses. Teve outras gatas de agências gigantes lançando material sem suas bandas, um pessoal novo debutando, polêmica com peitinhos, polêmica com letras machistas, polêmica com gente saindo de gravadora, polêmica com sabotagem… Enfim, tudo o que ocorre anualmente no K-Pop.
Obviamente, eu não conseguiria comentar tudo o que rolou em só um post. Então, resolvi fazer como os atos da YG Entertainment e soltar tudo em várias partes. Hoje, darei meus dois centavos a respeito do que os boy groups jogaram no mercado de abril para cá. Então, preparem-se para uma porrada de releases com caras suados dando várias piruetas, um bando de falsetes e firulas, meia dúzia de garotos pagando de bandidões-badass-mothafocka, bastante fan service e, claro, várias capopeiras me xingando por não idolatrar os oppa delas…
Mas, antes disso, algumas regrinhas:
1) Essa é uma coluna estritamente opinativa;
2) Opinar =/= atacar. Eu gostar ou não do que seu idol group lança não significa atacá-los, atacar os fãs ou qualquer uma dessas besteiras;
3) Concordou? Discordou? Me achou lindo? Achou tudo uma idiotice? Coloque seus argumentos ali na caixa de comentários. Todos que respeitam opiniões e estão abertos a debates são bem-vindos.
Agora sim, vamos lá…
Okay, quase ninguém deve conhecer esse VAV, visto a quantidade vergonhosa de views que eles tem no YouTube. Entretanto, a baixa procura não condiz com a qualidade musical deles. Brotherhood é aquele amalgama de Hip Hop com Pop, utilizando sonoridades árabes que, quando funciona, nos traz pérolas maravilhosas. Esse é um exemplo que funcionou bastante.
Outros vários grupos seguiram essa linha street. Teve quem realmente acertou, como o VAV, e quem chegou quase lá…
Sinceramente, acho que gostei mais do que deveria dessa Queen, lançada pelo HISTORY no início de abril. O uso de saxofones/trompetes em faixas meio que ficou saturado por Worth It e Talk Dirty, do Fifth Harmony e do Jason Derulo, tocarem TANTO há um tempo atrás. E essa ai segue a mesma métrica das duas, mas, talvez por os caras não exagerarem na firulas vocais e pelo o MV ser bem feito, não tenho tanto do que reclamar.
Diferente de outros grupos que tentaram tanto soar americanos que desandaram, tipo esse debut da SM Entertainment aqui…
Tá, a ideia de montarem um grupo rotativo, com diferentes formações para diferentes lugares do mundo, usando rapazes que já eram mais ou menos conhecidos através de realitys e demais programas online da gravadora até que soa legal. Assim, os fãs se apegariam à marca NCT e não aos integrantes, impedindo que ocorressem problemas com suas saídas, visto EXO e etc. Pena que as faixas do debut foram tão ruins.
Essa The 7th Sense emula aquele estilo PBR&B que o The Weeknd estourou ano passado, mas sem qualquer pulso ou elemento na track que torne-a minimamente memorável. É quase como uma trilha sonora para qualquer uma dessas lojas de roupa descoladas. E se o lado A falhou em entregar a música hipster negra, o B side estressou por tentar fazer a música branca descolada…
Tem efeito demais nessas vozes e elementos orgânicos de menos no instrumental para que ela soa devidamente roqueira. Uma pena, pois poderia carregar uma energia jovial que seria interessante para eles, caso bem explorada. É um tipo de sonoridade que tá em falta no K-Pop ultimamente. Mas, isso até se torna tolerável quando pensamos que esse é um time novo, que ainda tem chão para seguir. O pior é quando lançamentos ruins vem de grupos já com anos de estrada…
Essa farofa é tão irritante que me lembra a discografia do BIGBANG. Legal pro BTS que eles tem conseguido se destacar comercialmente, que tem conseguido atingir fãs em diversos lugares do mundo e criar uma marca forte. Mas, porra, eles também precisam se destacar musicalmente. Tem elemento demais nessa Fire, barulho demais, grito demais. É uma confusão que não funciona em nível nenhum. Tá tão genérico que o Monsta X lançou quase a mesma coisa…
Na verdade, o que cola mesmo com o BTS são canções eletrônicas um pouquinho mais rebuscadas, que fiquem no linear entre o Pop e o Alternativo, tipo a deliciosa I Need U e essa outra aqui:
Sério, que faixa gostosa. Save Me remete de músicas que concorrem ao Eurovision até qualquer coisa lançada pelo Major Lazer. E, considerando que isso é música Pop, é um elogio e tanto.
Os sintetizadores estridentes do início, o instrumental que vai crescendo conforme os versos sobem, a explosão sônica pós-refrão… Tudo soa perfeitamente agradável. Até o clima soturno trazido pelo ambiente nublado e desértico do MV é destacável.
Enfim, vamos seguir a vida que ainda tem muita coisa boa pra comentar.
E isso ai não é uma delas. A minha colega aqui da redação, Kushina, vai me odiar por falar isso, mas To My Bestfriend tá muito aguada. Esse instrumental é leve demais, quase infantil, além das vozes deles estarem muito esganiçadas. É quase como se eles cantassem por cima de uma faixa do April. Mesmo sendo uma canção dedicada aos fãs, eles deveriam caprichar mais, como fizeram ano passado na ótima Bounce…
Essa besteira mela cueca do iKON também não está entre o que saiu de bom. #WYD é tão desagradável e pouco inspirada quanto todas as tentativas anteriores deles de emular o R&B adocicado dos anos 90. Malabarismos vocais demais, tudo muito anasalado, muito choroso…
A mesma coisa. Vamos para as próximas…
Tudo de novo. A diferença é que, em vez de relerem o que a Mariah Carey lançava nos anos 90, pegaram o que o Black Eyed Peas soltava nos anos 2000…
Hum… Temos uma melhora. O instrumental mais puxado pro Funk dos anos 70 e o MV tornaram tudo um pouco mais empolgante. Mas caramba, será que isso foi o que de melhor saiu nos últimos meses? Que bom que a resposta é não…
Os caras do VIXX resolveram seguir a linha House que grupos como o F(x) e o SHINee adotaram ano passado e fizeram isso muito bem. Dynamite tem um refrão ótimo e marcante, variações de tempo coesas, uma distorção trazida pelo teclado bastante memorável. Particularmente, vou começar a prestar atenção no que eles lançarem daqui pra frente, coisa que fiz com o grupo seguinte e não me decepcionei…
Há uns anos atrás, o U-KISS tinha caído no meu radar por conta do MV polierótico onde dois dos caras transavam com a mulher, indo contra a montagem basicona inversa, com um cara sendo acariciado por várias garotas despidas. Agora, em 2016, eles retornaram com Stalker, em que eles perseguem uma menina de maneira assustadora.
É o tipo de temática adulta que é pouco explorada por idols, já que a Coréia do Sul é um tanto hipócrita com assuntos sexuais. A propósito, a canção é realmente muito boa, sendo um Pop com sintetizadores um pouco mais pesados, soando como uma versão masculina do Rania em início de carreira…
Falar de Rania é falar de farofa e o KNK – nem sabia que isso existia – também entregou recentemente uma faixa Dance carregada nos sintetizadores. Tá dramática no ponto, o MV lembra as produções coreanas da década passada no ponto, tá guilty pleasure no ponto.
Falando em guilty pleasures que ninguém nunca ouviu falar e que remetem ao K-Pop da década passada, vi esses aqui num blog que acompanho e, eita, que troço legal. De novo, é só Dance, mas todos os demais elementos, como os tambores marciais, guitarras e os “oooooh” em forma de coral tornam toda a track mais destacável que boa parte do que citei acima de grupos mais conhecidos.
Mas, a grande verdade é que a maioria de vocês deve mesmo é ter ir descendo a página até esse ponto para saber o que tenho a dizer sobre o EXO, certo? Então, vamos lá…
Vocês sabem que a minha opinião sobre o EXO é bem variável. Vez o outra, eles lançam ótimas faixas, bem trabalhadas e produzidas, como Call Me Baby e Love Me Right – essa última, foi uma das minhas músicas favoritas do ano passado. Lucky One está nessa leva, tendo elementos de Disco, Funk e todo um ar de “futuro do passado” que me conquistou logo de cara.
Obviamente, o MV ridiculamente trash apenas aumentou pontos dela comigo (não consigo não rir com a cena do coreano genérico platinado dançando para distrair a androide no corredor). Nem me importo que isso seja Super Junior pra caralho, já que está deliciosamente bem feito.
Entretanto, se tratando de EXO, sempre há como desandar. E foi isso que aconteceu com o outro single escolhido para trabalhar o LP: Monster.
Fico extremamente feliz e empolgado que, finalmente, os fãs de K-Pop estão se propondo a analisar as letras das faixas lançadas e as mensagens passadas por elas. Se olharmos semioticamente, Monster realmente é obsessiva, assim como várias outras na indústria Pop dos últimos 30 anos, assim como a já citada Stalker. É assim há muito tempo e deve continuar sendo por mais e mais anos. Se não gostaram, se prontifiquem mesmo, sabotem mesmo, falem mesmo. Sou extremamente a favor de revoluções.
Porém, sonoramente, enquanto o single do U-KISS possui elementos em sua produção que o torna mais divertido, competente e palatável não só para fãs de boy bands, como para fãs de música Pop em geral, Monster falha miseravelmente nisso. É só uma daquelas tentativas de soar badass capaz de ranger dentes. O videoclipe é o que de mais chato o B.A.P já tentou. Enfim, pena pra eles.
WTF esse piercing tosco
Bom, por hoje, é isso ai. Nos próximos dias, vou postando o que achei dos comebacks e debuts de girl groups, de solistas e lá do Japão. Então, as coisas melhorarão.