O Red Velvet é um dos meus atos coreanos favoritos. Nesse momento, na minha cabeça, elas só perdem para as meninas do F(x), sempre implacáveis, e pras do Wonder Girls. Mesmo assim, ainda há um outro espaço reservado para as cinco em um pedestal de videografias sensacionais. Nunca antes uma outra girl band tinha conseguido me impressionar tanto em relação a MVs quanto essa.
Além disso, amo o conceito por trás do Red Velvet. Eu totalmente comprei a ideia de cinco garotas fisicamente e sonoramente muito parecidas. Para qualquer desavisado, é dificílimo descobrir qual gatinha está aparecendo naquele momento. Também me deixei levar enlouquecidamente pela tal divisão de “lado red” e “lado velvet”, sendo o primeiro aquele mais divertido, onde elas encarnam a alegria de líderes de torcida em letras de duplo sentido macabras, batidas Funk/Pop dos anos 70 e Hip Hop dos anos 90, com videoclipes totalmente viajados; e o segundo, a vertente mais sombria, introspectiva e sensual, com letras românticas em midtempos R&B.
Na verdade, minha faixa favorita do grupo é, justamente, desse “lado velvet”: a maravilhosa Automatic. Confiram o excelente clipe lançado no início do ano passado, que eu até incluí entre as minhas 10 canções coreanas favoritas de 2015…
E uma das grandes e adoráveis maluquices com o Red Velvet e seus fãs é que, causando uma explosão na cabeça de todos, a SM Entertainment – gravadora delas, do SNSD, do EXO, da BoA e de vários outros – entrou na brincadeira e, de fato, dividiu o grupo em dois conceitos, concretizando isso no ano passado ao lançarem o álbum The Red – que incluí na minha lista de 10 melhores álbuns de 2015 -, com várias faixas uptempo divertidas e toda uma proposta visual colorida, e, agora, lançando o EP The Velvet, com essa outra face do grupo.
Confiram o MV de One Of These Nights, lead single do mini-álbum, e vejam as meninas em ação. Estão lindas, o vídeo está lindo, elas cantam muito bem e…
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Pena que a música é um dos troços mais sonolentos e pouco inspirados que eu já escutei na minha vida.
Como eu expliquei, o MV está lindíssimo. Ele faz referência ao 7 de Julho lá na Coreia do Sul, uma data especial sobre o começo das chuvas e que relembra uma lenda de um casal separado pelos deuses que só podem se ver nessa data – a chuva, no caso, seriam as lágrimas dos dois. Por isso, tanta água no clipe. Além do mais, elas estão mesmo maravilhosas, assim como suas interpretações vocais, com harmonizações assertivas e destacáveis. O problema é que não é só disso que se tratam as coisas.
A música não engrena, é básica demais caso comparada com qualquer lançamento anterior do quinteto. Resumidamente, é uma soma de violino e piano, que vai crescendo com o acréscimo de outros instrumentos de orquestra, dando um tom “clássico” no início, que dura até a segunda metade da faixa, onde entram batidas Trap e teclados. Escrito aqui, parece algo grandioso. Porém, infelizmente, só parece, já que a faixa não mergulha nem na veia classuda, nem na vertente urban, soando como uma tentativa falha de atirar em diversos lados e resultando, apenas, num dos trecos mais pedantes e punhetativos dos últimos anos.
Pra piorar, não tem quase nada no EP que o faça valer a pena ser escutado. A única salvação é Cool Hot Sweet Love, um R&B/Urban dançante gostosinho. Light Me Up lembra o que a JLo e a Mariah Carey faziam no início dos anos 2000, mas não de uma forma boa. First Time é uma baladinha água com açúcar, Rose Scent Breeze é outra muito mais xaropenta. E, sabe-se lá o motivo, colocaram mais três remixes/versões de One Of These Nights, um pouquinho mais inspiradas que a original. Nada nele é muito inovador ou memorável…
Andei lendo comentários de fãs de K-Pop desde lançamento, algumas reações foram parecidas com a minha, uma outra parte do pessoal gostou bastante do que viu e, ao terminar de escutar isso tudo depois de algumas vezes pra poder escrever esse post, uma coisa me veio na cabeça: Por que uma grande parcela do público da música Pop, de todos os países, tendem a defender que baladas e faixas midtempo são “mais artísticas” que outras com a velocidade mais acelerada?
Acompanhei reações desse comeback em sites especializados e redes sociais. Muitos dos argumentos utilizados por quem havia adorado a canção é de que essa era uma aposta mais artística e madura do grupo, que não era para as massas.
Galera, é sério, não sejam essas pessoas. No K-Pop, J-Pop, o Pop dos EUA, UK, Brasil ou de qualquer lugar do planeta, além de outros segmentos musicais, como Hip Hop, Rock, R&B, Eletrônico e etc., tudo é arte. Música é arte. Ela pode ser uma baladinha sussurrada só com voz e violão ou um EDM tosquíssimo sobre sentar com força. Não importa, é arte.
Há uma visão artística no “lado red” e no “lado velvet”. Independente da qualidade atingida quando executada…
A propósito, só eu que achei que Galaxy, a delícia lançada pelas Ladies’ Code semanas atrás, foi muito mais Velvet que esse The Velvet inteiro?
Enfim… Concordando comigo, discordando totalmente do que eu falei, acreditando que exista uma outra interpretação sobre isso tudo: comentem! Esse aqui é o meu ponto de vista e eu adoraria saber o de vocês… 😉