A SM Entertainment, empresa sul coreana que cuida de grupos como Girls’ Generation, F(x), EXO, Red Velvet, SHINee e vários outros, anunciou que, durante todo o ano de 2016, eles irão lançar semanalmente um novo single através da plataforma digital STATION. Até ai, nada demais, apenas uma gravadora fazendo com que seus contratados trabalhem por seus gordos salários, além de isso ser algo ótimo para todos os seus atos, que poderão ter um espaço para lançar coisas diferentes de maneira garantida nesse ano – diferente da YG Entertainment (2NE1, BIGBANG, iKON, Lee Hi), por exemplo, que demora anos entre os releases de seus artistas.
O problema real é que a obrigação de sair semanalmente uma nova faixa pode resultar em canções genéricas e nada inovadoras para os seus idols. Isso aconteceu há alguns dias com a mais nova faixa da Taeyeon, do SNSD.
Confiram o MV de Rain:
Há alguns posts atrás, quando resumi o que saiu de melhor e pior no K-Pop durante o mês de janeiro, reclamei sobre Dream, um dueto da Suzy (miss A) com o Baekhyun (EXO), que é um Pop que utiliza de artifícios que remetam ao Jazz e ao Soul, mas que não funcionou por conta da ausência de pelo menos um vocal extenso, ou mesmo característico para esse tipo de música.
Disso não podemos reclamar da Taeyeon, já que sua voz é uma das mais facilmente reconhecíveis e com um alcance bem legal, mas isso não livra Rain de ser um dos troços mais genéricos que a Coréia do Sul pode oferecer musicalmente. R&Bs açucarados e gostosinhos, geralmente utilizados como OST de doramas, saem por lá a cada três dias.
Se eu gostei? Sim, claro, pois adoro R&Bs açucarados e gostosinhos, geralmente utilizados como OST de doramas, que saem por lá a cada três dias. O que não faz com que isso seja bom.
O grande problema para a Taeyeon, nesse momento, é a completa falta de identidade dela como um ato. No Girls’ Generation, ela é a líder que fica com as notas altas em todas as faixas, que vão de Dances para ferver na balada (tipo Catch Me If You Can, Chain Reaction e Genie) até Pop/Rocks dos anos 50 (Lion Heart, por exemplo). No TTS, ela faz várias firulas com as outras duas em músicas com um apelo teen mais forte. Agora, em carreira solo, ela quer cantar R&B classudo, sendo que meses atrás lançou um baladão cheio de guitarras que remete muito ao que o Coldplay, o U2 e, pasmem, a Aline Barros lançam:
Fica difícil entender essa falta de direcionamento. Ironicamente, o público coreano também parece não estar comprando essa ideia, pois o single vai de mal a pior nas paradas musicais de lá.
Enfim, só nos resta torcer para que a SM pare de usar apenas um artista para atirar em todos os públicos. Sempre que alguém tenta fazer de tudo ao mesmo tempo, acaba não fazendo de nada.
Para melhorar o clima, confiram abaixo algumas faixas solo recentes de outras idols que fazem parte de grupos, estourados ou não, mas, que conseguiram adotar uma identidade bem independente de suas bandas originais:
P.S.1.: Bom feriado para todos e aproveitem o carnaval com juízo. É sério, os postos de saúde distribuem camisinhas de graça o ano todo, não tem motivo para não usar!
P.S.2.: Essa coluna volta no final da semana que vem com o resumo do que rolou de melhor no cenário musical japonês durante o mês de janeiro. Até lá… 😉