Uma prática muito comum no mercado musical oriental em relação a grupos é o fato de alguns deles se dividirem e subunidades, seja por vontade dos membros de fazer um som diferenciado de seu original, como a dupla Trouble Maker, ou mesmo por pura conveniência, já que existem tantos componentes que é válido separá-los para atingir uma visibilidade maior, como ocorre com o AKB48.

Nesse segundo caso também se encaixa a banda coreana EXO, que possui algumas divisões e usou duas delas para lançar seu mais recente EP, Overdose, em dois idiomas diferentes: coreano e chinês.

A grande promessa do álbum era literalmente trazer uma overdose de som ao grande público desses dois mercados. Entretanto, ao apostar na quantidade, esqueceram justamente algumas coisas mais importantes, como a qualidade, a inovação e renovação.

Não que seja um trabalho completamente ruim, longe de ser tão deplorável quanto alguns outros lançamentos deste ano, já que a faixa de abertura que dá nome ao mini-álbum é dotada de boas batidas Trap e Dubstep, envolvendo-a com toda uma aura até interessante, inclusive acompanhada de um ótimo videoclipe.

Tal estilo “das ruas” aparece também em Love, Love, Love, onde há o acréscimo de sonoridades orientais folclóricas e uma interpretação vocal que mescla o agressivo com o pacato, bem legalzinha.

E embora sejam pouquíssimos os grupos masculinos coreanos que consigam fazer uma faixa de Eletronic Dance Music sem cair numa zona de conforto que agrada apenas a adolescentes que querem emular uma postura descolada – de cabeça agora só me lembro dos caras do Big Bang! –, Run mostra-se uma música bem divertida de escutar, sendo a zebra das faixas.

Só que é em Moonlight e Thunder que fica perceptível a ausência de criatividade da boy band. Ambas passeiam por uma área vocal R&B extremamente melosa, beirando o irritante visto a quantidade de floreios. Mesmo que a segunda tenha uma linha de baixo parecida com a usada em sucessos das Destiny’s Child, isso não foi o suficiente para salvá-la do esquecimento.

Overdose não é um EP ruim, só que não consegue deixar sua marca. As músicas boas, três em cinco, não são memoráveis e as ruins são… Ruins!