Tenho certeza que se pessoas que escutam a música nipônica fizessem uma lista, ou votação, elegendo os artistas mais conhecidos e escutados, a banda ONE OK ROCK estaria ocupando algo entre a terceira e primeira posição.
De fato, os rapazes tem uma carreira promissora. Vários singles no topo da Oricon, Billboard. Suas músicas são alvo constante de pedidos aqui na J-Hero e em outros sites do gênero, em principal os sucessos Keep it Real, Liar e NaihiShinsho. E as polêmicas envolvendo o ex-guitarrista, Alex, não deixaram grandes manchas na imagem da banda.
Mas deixando de lado toda essa baboseira de celebridade e da “mídia especializaada” que os coloca como uma banda perfeita, o que afasta dos hipsters mais chatos que insistem em praticar a política do não ouvi e não gostei, lhes digo que o seu mais recente lançamento, o álbum JINSEI X BOKU = (Jinsei Kakete Boku wa), me chamou bastante atenção.
Infelizmente lhes digo que não há nada de novo no som dos caras, continuam circulando sobre a linha tênue entre um pop/rock romântico para adolescentes descerebradas com dor de cotovelo, mesclando com rimas de hip hop e um som mais consistente e excitante, com vocais bem colocados. Isso me causou uma certa confusão mental.
É um bom começo com a curta e rasa introdução where idiot should GO misturando efeitos eletrônicos com um fundo musical quase assustador, embora nada singular.
Em seguida, na canção Ending story?? me surpreendo com o ótimo peso empregado, tanto nos instrumentos quanto nos vocais de Taka, mas sabe aquela impressão de já ter escutado o refrão em várias outras músicas de seus antigos álbuns? Então, isso se repete na ótima ON!ON!, que como diferença tem um final mais acelerado e forte que as demais.
Where idiot should GO
Ending story??
ON!ON!
The Begining é outra ótima canção, com alguns intervalos no andamento bem bacanas e um acréscimo de teclado no fim que fez toda a diferença.
Clock Strikes foi o single escolhido para divulgar o lançamento do álbum alguns dias antes, mas ela representa exatamente o que eu disse sobre a linha tênue.
É como se fosse uma boa canção de Green Day com um refrão ridículo do Creed e algo do Coldplay no fundo. Não dá para entender, gostar ou não disso vai do quanto você é fã.
The Begining
Clock Strikes
Em Be The Lights eles despencam da linha (imaginem que ela existe e eles tropeçaram) diretamente para a mentalidade das adolescentes anencéfalas, que a usariam como fundo para uma montagem com aquele garoto estúpido cujo elas veneram, mesmo que ele nem saiba que exista.
É uma papagaiada da pior espécie, um grande equivoco para o álbum que mais parece uma demo recusada pela Avril Lavigne.
Be The Lights
Entretanto foram puxados para o outro lado (continuem imaginando) na outra balada do álbum, All Mine. Essa sim, sincera, envolvente, verdadeira.
All Mine
Smiling Down é sem sombra de dúvidas a melhor de todas. Tem um tiquinho de rock medieval, um refrão delicioso e empolgante e um solo de guitarra legal demais. Puxa, como seria legal se o CD fosse todo nessa linha…
Smiling Down
Mas ainda me sinto estranho com as demais faixas. Nothing Helps tem um inicio bem legal, algo meio vintage, Juvenile é ridiculamente boa, apresenta referencias a psicodelia, em Deeper Deeper eles tentam algo mais violento e macabro, embora tenha ficado caricato demais.
Em 69 finalmente há as tão características rimas já habituais da banda, essas com um efeito eletrônico divertido que contrastou bastante com o clima sério do instrumental e The Same as… aparenta ser só uma canção sem nada a apresentar que foi colocada ali para completar o álbum.
Só que, o grande problema nessas faixas e também nas duas primeiras é que, no refrão, elas parecem ser a mesma coisa. É como se tudo nelas fosse uma repetição, ou cover, ou plágio de algo que a ONE OK ROCK já fez no passado.
Nothing Helps
Juvenile
Deeper Deeper
69
The Same as…
Não que seja ruim ou bom, sendo otimista eu posso pensar que isso é uma característica que a banda emprega em suas canções. Mas ai já vai do quanto você admira o trabalho dos caras.
Não é um álbum ruim, só é mais um álbum no meio de uma discografia parecida da banda, no meio de tantas outras bandas que seguem essa mesma linha.